De acordo com relatório da OMS, 39% dos idosos são vítimas de violência em Portugal.
Portugal está nos cinco países da Europa que pior trata os idosos.
Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) que envolveu 53 países coloca Portugal no grupo dos cinco piores no tratamento aos mais velhos, com 39% dos idosos vítimas de violência.
Os dados foram citados nesta sexta-feira, no Porto, numa conferência sobre “Reaprender a Idade: Contributos interdisciplinares”, pela médica e vice-presidente da Comissão de Proteção ao Idoso, Antonieta Dias, que afirmou que “Portugal é o país da Europa que menos investe nas pessoas da Terceira idade”.
Estamos no topo da Europa como o país que menos investimento tem para os idosos. É um estudo que está publicado e ao qual não podemos ficar alheios, para desempenharmos a nossa função de defesa de direitos humanos, de defesa dos direitos dos idosos e de defesa da cidadania", disse Antonieta Dias.
A especialista frisou que "neste momento somos o país que tem piores condições para cuidar dos idosos, porque falta fazer o investimento credível e acompanhado do idoso.
Para Antonieta Dias, este "investimento credível e acompanhado" consiste, nomeadamente, "em criar mais alojamentos, investir nos cuidadores, nas pessoas que acompanham os idosos e alargar o leque de investimento em relação ao apoio da terceira idade”.
A responsável apresentou "uma proposta desafiante, que é fazer com que as instituições que têm lucro invistam esses lucros na realização de outros lares, que permitam acolher as pessoas que têm condições económicas mínimas”.
“Grande parte dos idosos tem reformas de 400/500 euros e não pode pagar mil euros para estar institucionalizado durante um período temporário ou definitivo. O meu desafio é que todos comecemos a despertar para esta problemática e fazer com que os lucros das casas que institucionalizam os idosos sejam investidos em lares adaptáveis aos nossos rendimentos. Estamos na Europa, mas os nossos rendimentos estão a léguas de distâncias de todos os europeus", frisou.
No seu Relatório de Prevenção contra os Maus Tratos a Idosos, a OMS analisa as agressões nos últimos cinco anos contra os mais velhos, num universo de 53 países europeus, e conclui que "Portugal tem um sério problema no que respeita aos maus tratos contra idosos."
Da lista negra fazem parte apenas mais quatro países: Sérvia, Áustria, Israel e República da Macedónia.
O presidente da Comissão de Proteção ao Idoso, citou dados da Associação de Apoio à Vítima relativos a 2016.
"Em Portugal é já possível aferir um aumento do número das vítimas idosas, apresentando agora 1009 pessoas idosas vítimas de crime (em média três por dia e 19 por semana). Das 1009 vítimas registadas em 2016, contra 774 em 2013, 679 tinham idades entre os 65 e os 79 anos (67,4%) e 330 tinham entre 80 e mais de 90 anos (32,6%)", disse.
Em declarações à Lusa, o Presidente da Comissão de Proteção ao Idoso, considerou que face ao envelhecimento da população, "os apoios existentes não são suficientes" e que, por esse motivo, "a sociedade civil tem de organizar no sentido de tentar mitigar estas situações"(…)
Escaras, úlceras por pressão (UPP), úlceras de decúbito e feridas de cama são terminologias que se referem ao mesmo problema (não confundir com dermatites associadas à incontinência) e uma preocupação séria para cuidadores, quer sejam familiares, profissionais de saúde em ambiente hospitalar – como unidades de cuidados continuados – ou em estruturas residenciais para pessoas idosas.
Atualmente, (UPP) úlcera por pressão é o termo mais utilizado porque a pressão é a principal responsável por este tipo de feridas e pode, certamente, acontecer noutros locais para além do leito/cama.
De acordo com a European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP), uma (UPP) úlcera por pressão “é uma lesão localizada da pele e/ou tecido subjacente, normalmente sobre uma proeminência óssea, em resultado da pressão ou de uma combinação entre esta e forças de cisalhamento.”
Pessoas acamadas, ou que passam muito tempo numa cama ou cadeira e não conseguem mudar de posição autonomamente estão em risco. Uma pequena área irritada da pele pode não constituir uma grande preocupação para um adulto saudável e ativo, porém no caso do idoso, esse pormenor pode rapidamente transformar-se num grande problema de saúde.
Por que é que os Idosos Desenvolvem Úlceras Por Pressão?
As (UPP) úlcera por pressão são lesões da pele em áreas onde os tecidos subjacentes foram danificados e, muitas vezes, resultam numa ferida aberta e irritada.
Isto acontece quando o tecido é pressionado entre duas superfícies relativamente duras, como uma cama/cadeira e uma proeminência óssea. O resultado é, essencialmente, o equivalente na pele a um ataque cardíaco ou derrame: o fornecimento de sangue é interrompido nessa área e o tecido acaba por morrer.
Existem três causas para a interrupção do fluxo sanguíneo que provocam danos na pele:
-Pressão por estar sentado ou deitado durante muito tempo sem mudar de posição;
-Atrito ou fricção, que pode ocorrer durante as transferências, quando o corpo é deslocado por cima dos lençóis;
-Cisalhamento, que ocorre quando, por exemplo, o corpo de uma pessoa desliza de uma cama para uma cadeira e, nesse movimento, a pele desloca-se dos tecidos de suporte abaixo dela (rotura dos tecidos por deslocamento em planos diferentes).
Destas, a pressão é, de longe, a causa mais comum.
Pessoas paralisadas ou com problemas graves de mobilidade podem ser incapazes de se mover, mesmo subtilmente, para permitir o aumento do fluxo sanguíneo nas áreas comprimidas. Neste cenário, os idosos são os que apresentam maior risco porque, com a idade, a pele fica mais fina, perde elasticidade e torna-se mais frágil. Os cuidadores e familiares de idosos acamados, ou em cadeira de rodas, devem manter uma rotina de cuidados especiais, para evitar a formação de úlceras por pressão. Deve haver uma preocupação constante em mobilizar a pessoa ao longo do dia, para minimizar os efeitos dessa incapacidade.
A transpiração de uma febre ou a humidade associada a problemas de incontinência também podem tornar a pele dos idosos mais fraca e com maior propensão para irritações. Existem vários fatores associados ao estilo de vida e a condições crónicas de saúde que afetam a circulação, a mobilidade e a perceção sensorial, o que também contribui para comprometer a integridade e saúde da pele. Os fatores de risco mais comuns são doenças como o cancro, acidentes vasculares cerebrais, esclerose múltipla, Parkinson, Alzheimer, diabetes, malnutrição, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), doença arterial periférica (DAP), insuficiência cardíaca e fraturas de quadril. Outros fatores como fumar, sofrer de incontinência urinária e fecal são também alguns dos fatores mais consideráveis no desenvolvimento de úlceras por pressão.
Sinais de Alerta para a Integridade da Pele
Se as áreas de irritação da pele forem detetadas atempadamente, a intervenção dos cuidados adequados pode interromper ou retardar o desenvolvimento de feridas abertas e dolorosas. Essa análise e a intervenção são fundamentais, uma vez que as feridas podem tornar-se muito profundas e até infecionar.
Os primeiros sinais de (UPP) úlcera por pressão aparecem quando a pele continua intacta. Os cuidadores, familiares e/ou profissionais de saúde devem inspecionar regularmente as pessoas à sua responsabilidade, para tomar uma ação antes da perda de integridade da pele. Ou seja, agir antes de se formar uma ferida que possa infecionar e causar problemas mais graves.
O cuidador deve prestar especial atenção aos sinais, como:
Alterações na cor da pele
Fique atento aos sinais de irritação da pele. As marcas podem ser azuladas ou roxas em indivíduos de pele mais escura e rosa ou vermelhas nos casos de pele mais clara.
Flutuações incomuns na temperatura da pele
O excesso de calor indica inflamação, enquanto o frio indica pouco ou nenhum fluxo sanguíneo para a área. Ambos são motivo de preocupação e investigação.
Alterações na consistência do tecido
As áreas afetadas podem parecer excecionalmente macias ou húmidas e diferentes do tecido circundante saudável.
Sensações incomuns
Dormência, queimadura, comichão, dor ou formigueiro geralmente ocorrem em áreas de risco quando uma ferida se está a desenvolver.
Bolhas ou Abrasões
Estas feridas, geralmente, significam que existe uma lesão superficial que pode piorar com facilidade.
Hematomas
Contusões profundas em áreas de risco, geralmente, indicam danos significativos abaixo da pele. Isto é comum acontecer após o idoso sofrer uma queda. Pode parecer um hematoma simples e desagradável, mas deve ser mantido sob observação cuidadosa, para o caso de se transformar numa ferida.
Locais Comuns para o Aparecimento de Úlceras Por Pressão
Algumas áreas do corpo tornam-se vulneráveis para o desenvolvimento de úlceras por pressão devido a certas posições. Por exemplo, na posição sentada é mais provável causar feridas na zona das nádegas e nas costas de um idoso. Outra posição de alto risco é a deitada, que pode causar feridas em qualquer um dos seguintes locais:
No Sacro (o osso grande na base da coluna logo acima do cóccix)
No Cóccix
Nos Calcanhares
Nos lados dos quadris (mais especificamente, partes do fémur e as cristas ilíacas da pélvis)
Nos “Ossos sentados” pélvicos, onde o peso é colocado ao sentar (chamado de tuberosidade isquiática)
Nas costas, ao longo dos locais onde as vértebras se projetam
Em quaisquer áreas da cabeça que estejam em contacto com a superfície da cama, uma almofada, etc.
Outros locais incluem as orelhas, parte interna dos joelhos, tornozelos, ombros, omoplatas, cotovelos e qualquer outra área que possa ser pressionada contra uma superfície dura durante longos períodos. Estas lesões podem ser causadas por algo tão simples como uma perna contra a grade da cama ou um queixo apoiado na clavícula.
Como Prevenir as Úlceras Por Pressão
Existem produtos especiais, técnicas de posicionamento e acessórios que podem ajudar a prevenir lesões na pele. Contudo, o fator-chave é observar de perto a condição da pele, e de forma regular, para saber quando estas ferramentas devem ser aplicadas.
Medidas para evitar as (UPP) úlcera por pressão :
Posicionamentos, pelo menos, a cada duas horas. Seguir um cronograma de posicionamento rigoroso é crucial ao cuidar de idosos com mobilidade limitada ou acamados. Dependendo das habilidades do paciente, isso pode incluir alternar de pé para sentado e/ou mover-se de um lado do corpo para as costas e depois para o outro lado quando estiver deitado.
Proteger as áreas de risco com amortecimento extra. Por exemplo, colocar almofadas entre as pernas na cama, usar colchões especiais de pressão alternada ou acolchoar uma cadeira/cadeira de rodas com almofadas que, comprovadamente, diminuem a pressão ao longo do tempo, como as almofadas anti-escaras. Pesquise cuidadosamente os produtos de prevenção de úlceras de pressão antes de fazer uma compra, porque alguns podem não ser adequados e causar ainda mais danos e desconforto.
Faça observações regulares (pelo menos diariamente) da pele nas áreas de maior risco.
Mantenha a pele hidratada sem excesso de humidade. Aplicar suavemente os cremes certos, pode tornar a pele mais resistente. Os cremes barreira devem ser usados regularmente após a mudança de absorventes de incontinência, para promover a integridade da pele.
Mesmo que a humidade seja prejudicial, tenha em atenção que se houver áreas da pele excessivamente secas e fissuradas também há motivo de alerta. Para evitar inflamações e infeções, use produtos de higiene dermatologicamente testados e água morna no banho ou ao limpar áreas sujas. Para evitar rasgos na pele e outras lesões, evite movimentos agressivos, como esfregar, ao ajudar um idoso a tomar banho, a secar e a hidratar.
Faça refeições nutritivas que incluam proteínas, vitaminas e minerais. Não existe uma dieta para prevenir (UPP) úlcera por pressão , mas uma nutrição inadequada pode retardar ou interromper os processos de cicatrização e regeneração. A ingestão calórica também é importante para prevenir a perda significativa de peso. Pessoas magras tendem a ter menos gordura corporal, massa muscular e outros tecidos para ajudar a amortecer as áreas ósseas comummente afetadas. Por outro lado, o excesso de peso pode sobrecarregar os pontos de pressão do corpo. Manter o peso ideal é uma parte importante da preservação da pele.
Como Tratar Úlceras Por Pressão
No desenvolvimento deste tipo de feridas, é importante entender a gravidade da lesão para planear um tratamento adequado. As (UPP) úlcera por pressão são classificadas em fases gerais de acordo com a sua aparência.
Grau 1: eritema não branqueável em pele intacta
Pele intacta com eritema não branqueável numa área localizada, que pode ter outro aspeto em pele de pigmentação mais escura. A presença de eritema branqueável ou alterações na sensibilidade, temperatura, ou tugor pode anteceder alterações visuais. Alterações na cor não incluem descoloração arroxeada ou acastanhada. Estas podem indicar úlcera nos tecidos profundos.
Neste caso, para o tratamento da ferida, deve:
Grau 2: Perda parcial da espessura da pele com exposição da derme
Grau 3: Perda total da espessura da pele
Grau 4: Perda total da espessura dos tecidos
Lesão por pressão nos Tecidos profundos: eritema não-branqueável persistente, com coloração avermelhada, acastanhada ou roxa
Úlceras Inclassificáveis: Perda total da espessura da pele e dos tecidos, ocultada por tecido necrótico
Para concluir, a MedPartner será o seu parceiro, levando até si o que precisa para manter, ou até melhorar a qualidade de vida de pessoas idosas com problemas inerentes à idade avançada. Para saber mais sobre soluções que ajudam a prevenir e a melhorar o estado de qualquer tipo de úlcera, não hesite em falar com a nossa equipa. Estamos deste lado para ajudar, em parceria com a URGO Medical.
A MedPartner tem-se juntado aos melhores parceiros do mercado para levar até si as soluções que melhor se adequam a cada tipo de condição em que a pessoa idosa se encontra. Neste caso, dicas úteis para quem necessita de ajuda para cuidar da pessoa idosa com risco de úlcera por pressão.
Fonte:"https://www.medpartner.pt/o-que-o-cuidador-deve-saber-sobre-ulceras-por-pressao/"
O que causa o risco de incêndio em casa?
Existem algumas situações que são responsáveis pela maior parte dos incêndios em casa e por isso iremos utilizá-las como exemplo. São elas:
Substâncias Inflamáveis; Chamas; Gás de cozinha; Fogão; Eletricidade; Etc.
Substâncias Inflamáveis
As substâncias inflamáveis configuram um dos grandes riscos de incêndio em casa. Isso porque mesmo em vidros fechados, podem liberar gases que se espalham até uma fonte de combustão mais próxima, como um fósforo riscado, uso de isqueiro ou o próprio fogão.
Por este motivo, é fundamental observar onde estão acondicionados estes vasilhames, e afastar de qualquer um destes pontos que podem ser cruciais para o início do problema. No momento de utilização destas substâncias, todo o cuidado também deve ser dobrado!
Isso porque líquidos inflamáveis que não forem compatíveis, podem gerar faíscas ao entrar em contato uns com os outros. Portanto, deixar longe de idosos ou de qualquer pessoa que possa fazer mau uso também é uma dica bem importante.
É bom lembrar que aerossóis como desodorantes ou aromatizadores de ambientes também são altamente inflamáveis e por isso devem ser guardados longe do alcance dos idosos.
Chamas
Chamas acesas também são outro fator preocupante para os bombeiros e donas de casa. Isso porque querendo ou não, elas estão presentes dentro das residências e não há muito como fugir disso. Por isso, a melhor maneira de prevenir um acidente, é com o cuidado e atenção.
Por isso, lembre-se de observar sempre quando há uma vela ou incenso acesos, e jamais saia de casa enquanto houver uma chama. Mesmo que o objeto esteja bem colocado em um recipiente próprio para tal, pode acontecer de cair alguma coisa em cima ou mesmo o vento soprar a cortina e assim iniciar um foco de incêndio.
Gás de Cozinha
O gás que a maioria nós utilizamos em casa é altamente inflamável. Por este motivo, a recomendação é que a botija seja sempre instalada fora do ambiente, a fim de prevenir qualquer tipo de vazamento que poderia gerar uma explosão.
É válido lembrar que, neste caso, o incêndio poderia começar até mesmo com a eletricidade que, junto com o gás libertado, também pode gerar combustões. Portanto, procure sempre manter a botija longe de qualquer corrente elétrica, e verifique bem se a instalação foi bem feita.
Lembre-se que se houver vazamento, o simples facto de ligar uma lâmpada já pode ser motivo para o risco de incêndio em casa começar.
Fogão e o Risco de Incêndio em Casa
Os fornos e fogões também são mais um grande risco de acidentes domésticos com o fogo. Não somente pelo facto do fogo em si, que pode se alastrar caso encoste em algum pano de prato, cortina ou toalha de mesa, por exemplo, mas também pelo esquecimento.
Dizemos isso, porque são muitos os casos onde panelas e chaleiras esquecidas no fogão tornam-se o foco principal de incêndios. Por este motivo, prestar bem atenção e não abandonar estes produtos no fogo, é primordial para a segurança em casa.
Além disso, outro fator preocupante neste sentido é o óleo quente. Ao atingir certa temperatura, o óleo pode criar chamas, que se alastram com muita facilidade. A panela de pressão também é um item explosivo que jamais pode ser esquecido.
A gordura deixada no fogão, ou na banca ou mesa em redor do fogão, também pode facilitar um incêndio.
A cozinha apresenta vários perigos que podem causar incêndio. Precisa prestar especial atenção aos perigos de grelhar e cozinhar alimentos, especialmente ao usar frigideiras para batatas fritas.
Eletricidade
A eletricidade também é motivo de preocupação quando o assunto é o risco de incêndio em casa. Deixar equipamentos ligados por muito tempo pode gerar um curto-circuito causador de chamas. Dessa forma, a dica é tomar sempre muito cuidado ao superaquecimento destes aparelhos, Uma tomada ou extensão sobrecarregada, uma tomada velha e em mau estado, etc.
Outra sugestão é, quando há mau tempo, retirar os principais eletrodomésticos da tomada. Isso porque nessas situações o risco de um curto é ainda maior.
Formas de como evitar este risco
Não deixe tapetes, cortinas e cobertas perto de locais com eletricidade. Caso aconteça um curto circuito, não poderá haver para onde o fogo se alastrar.
Evite velas acesas em um ambiente que você não esteja, ou afastados da sua visão, e jamais saia de casa nessas condições. Observe se não há nenhum produto inflamável perto do objeto antes de acendê-lo.
Cinzeiros com cigarros mal apagados também podem ser uma fonte de risco. Cuide para apagá-los completamente e aconselhe suas visitas a fazerem o mesmo.
Não se distraia enquanto está na cozinha a preparar algum alimento no forno ou fogão a gás. É muito importante estar sempre de olho para evitar qualquer problema nesse sentido.
Sempre que possível, mantenha a botija de gás fora da casa. Dessa forma, em caso de vazamentos, o risco de incêndio em casa é menor.
Jamais deixe o ferro de passar roupa ou outros utensílios domésticos ligados por muito tempo, e nem mesmo saia de casa nessas condições. Lembre-se de observar se o aparelho foi desligado corretamente.
O forno micro-ondas também envolve riscos. Lembre-se de orientar idosos ou outras pessoas que não estejam acostumadas a estes materiais que podem e o que não podem meter no micro-ondas.
Jamais mantenha papéis, tecidos ou inflamáveis perto de estufas, esquentadores, ou qualquer tipo de aquecedor.
Não utilize mais de um T na mesma tomada, e nem mesmo esqueça utensílios elétricos ligados por muito tempo quando não forem feitos para tal. Evite ligar muitos itens na mesma tomada.
Não mexa em coisas que não tem conhecimento. Por exemplo se for preciso instalar um chuveiro elétrico e não tiver conhecimento para tal, não hesite em chamar um especialista. O valor a pagar não compensa perigos perto do risco de um acidente doméstico.
Mantenha extintores de incêndio dentro da validade na sua residência ou no carro. Saiba como utilizá-los (muito importante, pois um extintor mal utilizado pode piorar o incêndio!).
Procure manter a rede elétrica da sua casa sempre em bom estado. É fundamental que esteja certo de que todos os fios estejam encapados e livres do risco de curtos-circuitos repentinos.
Deixe o micro-ondas livre e desimpedido ao seu redor.
Nunca mova uma panela que esteja a pegar fogo. Poderá se queimar seriamente ou espalhar o fogo.
Use mangas curtas ou justas quando for cozinhar. Roupas largas e folgadas podem pegar fogo com facilidade.
Se as suas roupas pegarem fogo, PARE, DEITE-SE NO CHÃO E ROLE para apagar as chamas. Ligue para 112 e peça ajuda.
Mantenha as alças das panelas viradas para dentro do fogão para evitar acidentes com o derramamento acidental do conteúdo quente da panela.
Não coloque nenhum objeto de metal dentro do micro-ondas. Utensílios, papel alumínio, ou os arames para fechar embalagens podem causar um curto e um incêndio.
Alimentos e líquidos colocados no micro-ondas podem ficar muito quentes. Tenha cuidado para não queimar-se com líquidos ou alimentos quentes derramados.
Desligue os eletrodomésticos, como torradeiras e cafeteiras, quando não estiverem em uso.
Nunca mova uma panela que esteja a pegar fogo. Poderá se queimar seriamente ou espalhar o fogo.
Cobrir uma panela que está a pegar fogo com uma tampa é maneira mais segura de apagar o fogo.
Dicas para mantas anti-fogo:
As mantas anti-fogo de cozinha são dispositivos de segurança úteis feitos de materiais não inflamáveis. Pode colocá-los sobre um pequeno fogo que não pode ser apagado com água. Uma manta anti-fogo pode ser usada se tiver um fogão ou panela a pegar fogo ou se as roupas de alguém pegarem fogo.
A manta anti-fogo pode ser enrolada em uma pessoa para apagar o fogo. As mantas anti-fogo cortarão o fornecimento de oxigênio, quebram o tetraedro do fogo para que o fogo não possa continuar.
Mantenha uma manta anti-fogo dentro ou perto da cozinha, mas nunca muito perto do fogão.
Pode usar um pano húmido se não tiver uma manta anti-fogo.
A manta anti-fogo será marcada para indicar se deve ser descartada após o uso ou usada novamente após a limpeza, de acordo com as instruções do fabricante.
Certifique-se de comprar uma manta anti-fogo que esteja em conformidade com o padrão do país correto para a sua localização. Não compre uma cópia barata – isso pode ser muito perigoso.
Coloque a manta anti-fogo perto de uma saída. Isso dá-lhe a opção de sair e poder entrar em contato com o Corpo de Bombeiros, se achar que o incêndio é muito grande para ser combatido.
Fumadores:
Se as pessoas fumam, é VITAL que tenham SEMPRE CUIDADO com a forma como apagam e descartam cigarros, conteúdo de cachimbo e fósforos.
Isqueiros e fósforos devem ser guardados em local seguro. Mantenha-os sempre longe do alcance das crianças e idosos com demência.
Além disso, mantenha os fósforos longe de qualquer tipo de material combustível, como madeira ou papel, roupa.
Deixar cair cigarros ou deixar as pontas de cigarros sobre um tapete, edredão, poltrona etc., poderá dar inicio a um incêndio. Portanto, não fume em locais onde não deve.
Perigos de incêndio devido ao acúmulo de lixo
Perigos de incêndio devido ao acúmulo de lixo, papel e outros materiais combustíveis.
Se houver lixo, papel e outros materiais combustíveis, o risco de incêndio é maior, principalmente onde há grandes quantidades.
Materiais combustíveis deixados perto de fontes de calor aumentam o risco de incêndio.
Os contentores de lixo são muitas vezes vandalizados, especialmente durante feriados e períodos noturnos. Ter alguns cuidados simples pode diminuir os riscos de incendio.
Os perigos de incêndio devido ao uso indevido de aquecedores e lareiras
Todos os aquecedores são potenciais riscos de incêndio.
Aquecedores eléctricos também podem representar perigo de choque eléctrico se não forem utilizados corretamente.
Utilize-os corretamente.
Cremes hidratantes para a pele podem também causar incêndio
Note-se que muitos destes cremes possuem parafina, petróleo ou óleos naturais, todos eles produtos inflamáveis, fez saber o Corpo de Bombeiros de Londres.
Vejamos alguns pontos-chave:
Limpe as superfícies após derramamentos - o acúmulo de gordura e graxa no fogão pode provocar um incêndio.
Evite usar roupas largas que possam pegar fogo, principalmente roupas largas.
Mantenha objetos inflamáveis longe de fogões a gás.
Mantenha as aberturas de ventilação do micro-ondas desobstruídas.
Tenha cuidado extra se tiver que sair da cozinha, retire as panelas do fogo ou desligue-as.
Certifique-se sempre de que as alças da panela não fiquem salientes.
Verifique sempre se o fogão e a placa foram desligados quando terminar de cozinhar.
Não deixe as crianças e idosos com demência sozinhos na cozinha quando o fogão (a gás ou elétrico) estiver ligado.
Não deixe panos de cozinha e panos perto do forno e da placa.
Não use água perto de aparelhos elétricos.
Não deixe o telemóvel e computadores ligados a carregar durante a noite, sem que estejam debaixo da sua visão.
O que fazer em caso de incendio:
Não entre em pânico;
O alarme de incêndio quando ativo, pode causar stress e pânico, pode trazer dificuldades em respirar, tente ficar calmo;
Procure a próxima saída e saia;
Uma vez cá fora, não entrar até que os bombeiros cheguem e permitam a entrada;
Nunca ignore o alarme de incêndio;
Se for a última pessoa a sair e puder, feche a porta atrás de si, para evitar que o fogo se espalhe;
Não tenha duvidas se o fogo é real ou não, saia;
Uma vez cá fora e já seguro, chame os bombeiros.
Esperamos que você tenha gostado do artigo!
Fontes:
https://www.youtube.com/watch?v=RFzFMLfGrQg
https://www.youtube.com/watch?v=9QSlkym-0R4
https://www.youtube.com/watch?v=N9HvgrvLWvU
https://www.youtube.com/watch?v=XPpEDLIMibo
https://www.youtube.com/watch?v=EAOgEmyQgn0
https://www.youtube.com/watch?v=E5aT72zDcco
https://www.youtube.com/watch?v=eRd3Q61ZkO8
Queimaduras e escaldadelas: o que são?
Queimaduras e escaldadelas ambas são danos à pele geralmente causados pelo calor.
Uma queimadura é causada por calor seco, por exemplo, por fogo, calor intenso, eletricidade, luz, radiação ou fricção.
Enquanto que uma escaldadura é causada por algo húmido, como água quente ou vapor.
Tanto as queimaduras quanto as escaldaduras são tratadas da mesma maneira.
Uma das maiores preocupações após uma queimadura é que a área afetada fique vulnerável à infeção. As queimaduras podem ser muito dolorosas, são lesões traumáticas que atingem a pele, afetando-a de maneira superficial, moderada ou profunda – podendo, inclusive, se estender para tendões, músculos e ossos.
Elas podem ser causadas pelo contato direto com:
Fontes de calor ou frio;
Correntes elétricas;
Produtos químicos;
Radiação;
Animais (como algumas espécies de águas-vivas e larvas);
Plantas (como a urtiga).
Tipos de queimaduras
Há diferentes tipos de queimadoras, como sendo:
Queimadura térmica
A queimadura térmica, a mais comum, é causada por fontes de calor, a exemplo de:
Fogo;
Líquidos aquecidos;
Vapores;
Exposição prolongada ao sol;
Objetos quentes.
Queimadura química
A queimadura química resulta do contato da pele com substâncias químicas, como ácidos, soda cáustica, diluente e gasolina.
Queimadura elétrica
A queimadura elétrica é provocada por descargas elétricas, capazes de afetar a pele e/ou tecidos internos do organismo. Ela pode estar associada ao contato com aparelhos elétricos defeituosos, cabos domésticos ou linhas elétricas.
Gravidade das queimaduras
A gravidade de uma queimadura é avaliada com base na profundidade e na extensão da área atingida.
Queimadura de 1º grau
A queimadura de primeiro grau atinge a camada mais superficial da pele (a epiderme), que fica com um especto seco. Esse tipo de lesão geralmente é caracterizado por vermelhidão, calor e dor.
Ela costuma ser causada pela exposição excessiva ao sol ou pelo contato rápido com fogo ou objetos muito quentes.
Queimadura de 2º grau
A queimadura de segundo grau afeta as duas primeiras camadas da pele: a epiderme e a derme, gerando inchaço e dor intensa.
A pele pode ficar vermelha, branca ou manchada, além de apresentar bolhas.
Queimadura de 3º grau
A queimadura de terceiro grau danifica todas as camadas cutâneas: epiderme, derme e hipoderme. A pele pode ficar escurecida, marrom ou esbranquiçada e com um especto semelhante a couro.
Se a queimadura de terceiro grau também destruir as terminações nervosas, os pacientes não sentem dor na região, e sim dormência.
Além disso, é possível que outras áreas mais profundas sejam afetadas, como os músculos e os ossos. Nesses casos, há um risco aumentado imediato para complicações como desidratação e desequilíbrio dos níveis de sódio, potássio e cálcio no organismo.
O que fazer após uma queimadura?
Dependendo da gravidade da queimadura, pode ser possível tratá-la em casa. Uma queimadura superficial (leve) pode ser tratada em casa inundando a queimadura com água fria corrente em abundância e em temperatura ambiente. Depois, a queimadura deve ser coberta com uma gaze estéril ou um pano limpo e seco (pode ser até mesmo uma toalha).
Para queimaduras leves, mantenha a queimadura limpa e não estoure as bolhas que se formarem.
No entanto, se houver alguma dúvida quanto ao ferimento ou se a dor persistir, o ideal é consultar um profissional de saúde.
Queimaduras mais graves requerem atenção médica profissional.
Para queimaduras mais graves deve ser visto por um profissional especializado, posteriormente, o profissional de saúde fará o devido tratamento. Poderá colocar película aderente, esta não deve ser deixada sobre uma queimadura por mais de quatro horas, por risco de maceração e apenas enquanto as feridas não estão a ser tratadas por profissionais de saúde.
Já no caso das queimaduras de segundo e terceiro graus, é fundamental ir ao hospital o quanto antes.
O que não fazer?
Para não agravar a queimadura ou atrapalhar o processo de cicatrização, é necessário tomar alguns cuidados, incluindo:
Não tocar na queimadura com as mãos;
Não tentar tirar tecidos ou outros elementos que estejam agarrados na pele queimada;
Não colocar pasta de dente, manteiga, graxa, pó de café, álcool ou qualquer outra substância sobre a queimadura;
Não utilizar água gelada ou gelo para resfriar a área lesionada;
Não estourar as bolhas ou retirar a pele das que estouraram;
Não cobrir a lesão com algodão ou tecidos felpudos;
Quando ir ao hospital?
Em geral, ainda que pareça que não seja grave, recomenda-se procurar atendimento médico nos seguintes casos:
Queimaduras de cabeça, pescoço, pés ou períneo;
Queimaduras por eletricidade ou substâncias químicas;
Queimaduras em bebês ou idosos;
Queimaduras extensas (maiores que a palma da mão);
Queimaduras de segundo e terceiro graus;
Queimaduras que deixam a pele com aparência carbonizada, com manchas brancas, marrons ou pretas;
Pacientes que se queimaram em ambientes fechados ou inalaram gases ou fumo.
Tratamentos para queimaduras
Na maioria das vezes, após os cuidados iniciais já mencionados (como arrefecer a lesão com água corrente por aproximadamente 20 minutos), deve posteriormente ser coberta com uma gaze estéril ou um pano limpo e seco (pode ser até mesmo uma toalha).
As queimaduras de primeiro grau podem ser tratadas por meio da hidratação da área atingida (com cremes hidratantes) e da utilização de protetor solar no local lesionado durante os dias seguintes.
No caso das queimaduras de segundo grau, as bolhas devem ser removidas por um profissional especializado, que também limpa o local e faz o tratamento adequado a cada situação.
As queimaduras de terceiro grau, por sua vez, são tratadas cirurgicamente.
A prevenção de queimaduras requer medidas relativamente simples:
Coloque as panelas nas bocas traseiras do fogão e com os cabos virados para trás ou para o lado, para evitar que as crianças e idosos puxem os cabos ou impeçam na pessoa;
Impeça a presença de crianças na cozinha quando estiver a utilizar o forno ou o fogão;
Mantenha cabos e alças das panelas em bom estado, para evitar que se soltem e derramem o conteúdo quando erguer as panelas;
Manter o gás fechado quando não estiver a utilizar o fogão, verifique se fechou as bocas do fogão;
Dê preferência para o álcool gel;
Nunca deixe fósforos e isqueiros ao alcance de crianças, ou idosos com demência;
Evite utilizar qualquer tipo de chama dentro de casa, seja para aquecimento, seja para iluminação. Se não puder evitar, deixe as chamas distantes de tecidos (cortinas, tapetes, toalhas, etc.) e sempre sob sua visão. Não espalhe velas pelas casa;
Mantenha o ferro de passar roupas longe das crianças e idosos com demência;
Guarde solventes, combustíveis (como o álcool) e outros produtos químicos em recipientes adequados, devidamente fechados e fora do alcance de crianças e idosos com demência;
Evite exposição prolongada ao sol e sempre use protetor solar;
Etc.
Grande parte dos casos de queimadura estão relacionados a causas evitáveis – aliás, a maioria resulta de acidentes domésticos.
Portanto, é fundamental saber como prevenir esse tipo de lesão e, mais do que isso, colocar em prática as medidas que ajudam a evitar queimaduras dentro e fora de casa.
Fonte: https://www.h9j.com.br/pt/sobre-nos/blog/queimaduras
Fonte: https://drauziovarella.uol.com.br/dermatologia/prevencao-de-queimaduras/
Fonte: https://issuu.com/lifesaving/docs/lifesaving_8
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=zXVJRIPupqM
Os perigos de inalar fumo de incêndio variam desde queimaduras nas vias aéreas até ao desenvolvimento de doenças respiratórias como bronquiolite ou pneumonia. Isso porque a presença de gases, como monóxido de carbono, e outras pequenas partículas são arrastadas pela fumaça até aos pulmões, onde causam irritação dos tecidos e causam inflamação.
Dependendo da quantidade de fumaça que foi inalada e do tempo de exposição, a pessoa pode evoluir de intoxicação respiratória relativamente leve até uma parada respiratória em poucos minutos. Por esse motivo, o ideal é que sempre se fique longe de algum tipo de incêndio, não apenas pelo perigo das chamas, assim como pela presença da fumaça. No caso de ser necessário ficar por perto, é importante que se utilize material de proteção adequado, como acontece no caso dos bombeiros, por exemplo.
As principais situações causadas pela inalação da fumaça proveniente de incêndios são:
Queimadura das vias respiratórias
O calor provocado pelas chamas pode causar queimaduras no interior do nariz, laringe e faringe, especialmente de pessoas que estão muito perto do incêndio. Esse tipo de queimadura leva ao inchaço das vias respiratórias impedindo a passagem do ar. Basta que a pessoa fique exposta a fumaça do incêndio por cerca de 10 minutos para ter suas vias aéreas queimadas;
Asfixia
O fogo consome o oxigênio presente no ar e, por isso, respirar fica cada vez mais difícil. Com isso há acumulo de CO2 no sangue e com menos oxigênio chegando aos pulmões a pessoa se sente fraca, fica desorientada e desmaia. Quanto mais tempo a pessoa ficar sem oxigênio, maiores são os riscos de morte ou de lesão cerebral e de ficar com sequelas neurológicas permanentes;
Intoxicação por substâncias tóxicas
A fumaça de um incêndio contém diversas partículas diferentes, e entre elas, estão o cloro, cianeto e o enxofre, que provocam inchaço das vias aéreas, extravasamento de líquido e consequentemente, impedem a passagem do ar pelos pulmões;
Bronquite/bronquiolite
A inflamação e o acumulo de líquido dentro das vias aéreas pode impedir a passagem do ar. Tanto o calor da fumaça como as substâncias tóxicas presentes podem levar ao desenvolvimento de bronquite ou bronquiolite, que são situações em que acontece inflamação das vias aéreas, impedindo a troca de oxigênio;
Pneumonia
Com o sistema respiratório afetado há uma maior facilidade de entrada e proliferação de vírus, fungos ou bactérias que podem levar ao desenvolvimento da pneumonia. Esta pode se manifestar até 3 semanas depois do incidente.
Quem tem maior risco de problemas
A exposição à fumaça traz um maior risco de problemas em crianças e idosos, devido à fragilidade do sistema imune, mas também em pessoas com doenças respiratórias crônicas, como asma e DPOC, ou com doenças cardíacas.
O risco de problemas respiratórios também é maior, quanto maior for a concentração de fumo no ar, assim como o tempo de exposição à fumaça.
A maioria das vítimas sobreviventes de um incêndio se recupera completamente não tendo qualquer problema respiratório no futuro, mas as vítimas que inalaram uma grande quantidade de fumaça tóxica, podem apresentar dificuldade respiratória, tosse seca e rouquidão por meses.
Quando ir ao hospital
Os principais sinais de alerta que podem surgir nas vítimas de um incêndio incluem:
Tosse seca muito forte;
Chiado no peito;
Dificuldade em respirar;
Tonturas, enjoos ou desmaio;
Boca e pontas dos dedos arroxeadas ou azulados.
Ao notar algum destes sintomas deve-se ir ao hospital ou consultar um médico, sem tomar nenhum medicamento, para evitar que ele mascare os sintomas e dificulte o diagnóstico da situação. A pessoa deverá ser observada e o médico poderá pedir exames como raio-x do tórax e gasometria arterial, para ajudar no diagnóstico.
Além disso, qualquer pessoa que tenha ficado exposta a fumaça de um incêndio por mais de 10 minutos sem qualquer tipo de equipamento próprio, também deve ir ao hospital, para ficar em observação durante 24 horas. Se não houverem manifestações de sinais ou sintomas, os médicos poderão dar alta, mas ainda recomendam que caso algum sintoma esteja presente nos próximos 5 dias, a pessoa deve voltar ao hospital para receber o tratamento adequado.
Como é feito o tratamento para vítimas de incêndio:
O tratamento deve ser feito no hospital e pode ser feito com o uso de toalhas molhadas em soro fisiológico e pomadas para proteger a pele queimada, mas os cuidados respiratórios são essenciais para garantir a segurança da vítima.
Todas as vítimas precisam de máscaras de oxigênio a 100% para conseguirem respirar melhor. Os médicos podem observar os sinais de angústia respiratória e avaliar a passagem do ar pelo nariz, boca e garganta, avaliando a necessidade de colocar um tubo dentro da boca ou no pescoço da vítima para que ela consiga respirar mesmo com a ajuda de aparelhos.
Dentro de 4 a 5 dias os tecidos queimados das vias aéreas devem começam a se soltar, juntamente com alguma secreção, e nesta fase a pessoa pode precisar de aspiração das vias aéreas para não se sufocar com os resíduos dos tecidos.
Fonte:"https://www.tuasaude.com/perigos-de-inalar-fumaca-de-incendio/"
O risco de quedas está ligado ao aumento da idade, embora nem todas as pessoas caiam quando envelhecem. Contudo, cair uma vez significa que mais depressa se pode cair uma segunda. Mas há cuidados especiais que podem ser tidos em conta, pois muitas quedas levam a fraturas nos ossos, ao internamento e até à morte.
Quem está em risco de sofrer uma queda?
Existe um maior risco de queda se:
-Muitos adultos tornam-se menos ativos com o avançar da idade, o que agrava os efeitos físicos do envelhecimento.
-tiver mais de 65 anos
-caiu uma vez no último ano
-não costuma praticar atividade física- Deixar de praticar exercícios leves regularmente resulta em redução da massa e força muscular (sarcopenia), diminuição da massa óssea, falta de equilíbrio e coordenação e flexibilidade reduzida. A condição física, neste caso a falta dela, aumentam o risco de queda dos idosos, mas também aumentam a probabilidade de sofrer uma lesão grave e ter uma recuperação mais longa e difícil.
-toma vários medicamentos- Uma grande variedade de medicamentos aumenta o risco de queda de um idoso. Efeitos colaterais, como sonolência, tontura e pressão arterial baixa, podem contribuir para um acidente. Sedativos, antidepressivos, anti-psicóticos, opioides e algumas drogas cardiovasculares são os culpados mais comuns. Um estudo nesta área revela que em adultos mais velhos, 39% dessa faixa etária toma cinco ou mais medicamentos prescritos. A polimedicação aumenta o risco de reações adversas a medicamentos e quedas relacionadas a medicamentos. Lembre-se de que medicamentos de venda livre e suplementos dietéticos também podem ter efeitos colaterais poderosos e efeitos sinérgicos.
Doenças Crónicas
Condições de saúde, como a doença de Parkinson, a doença de Alzheimer e a artrite, que afetam o equilíbrio, a força física, a integridade das articulações e/ou a função cognitiva, contribuem para as quedas. A má saúde física aumenta o risco inicial de queda de uma pessoa e minimiza a sua capacidade de responder a perigos e da recuperação de acidentes, como tropeçar ou escorregar. A neuropatia periférica, ou danos nos nervos, pode causar dormência nos pés, tornando muito difícil para um idoso sentir os riscos ambientais e se locomover com segurança.
Procedimentos Cirúrgicos
Substituições de quadril e outras cirurgias podem deixar uma pessoa idosa fraca, com dor e desconforto e menos móvel do que antes do procedimento. Isso pode ser temporário, enquanto o paciente se cura ou se tornar um problema novo e duradouro. A reabilitação na terceira idade é crucial para ajudar os idosos a recuperar plena e rapidamente as suas habilidades físicas, cognitivas e funcionais.
Visão- Não vê bem- As doenças oculares relacionadas à idade dificultam, se não impossibilitam, a identificação de obstáculos e potenciais riscos de queda, como degraus ou soleiras, elevações ou depressões no pavimento, ou até simples objetos. Mesmo que um idoso esteja em ótimas condições físicas, deixar de ver e perceber com precisão os obstáculos ou mudanças no nível do solo pode levar a uma queda perigosa. Recusar-se a seguir as recomendações do médico para o tratamento, incluindo o uso de óculos e o uso do equipamento necessário para visão subnormal, também pode contribuir para as eventuais quedas.
desequilibra-se com alguma frequência
Onde acontecem a maior parte das quedas?
A maior parte das quedas acontecem em casa, por isso é importante olhar à volta e analisar.
Obstáculos e Condicionantes à Mobilidades
A maioria das quedas ocorre dentro ou perto das casas dos idosos. Fatores ambientais, como pouca iluminação, desordem, áreas degradadas, tapetes soltos, pisos escorregadios e falta de equipamentos de segurança, (por exemplo, barras de apoio, rampas, elevadores) podem comprometer a segurança de um idoso. Em muitos casos, as condições de vida inseguras levam a acidentes e quedas que impedem os idosos de envelhecer no local.
Riscos Comportamentais
O risco de queda de uma pessoa também é influenciado pelo seu estilo de vida e comportamentos. Isso inclui os tipos de atividades nas quais eles se envolvem, o nível de exigência física que essas atividades exigem e a sua disposição e capacidade de se adaptar a uma rotina mais segura. Por exemplo, o banho é uma atividade normal, mas pode envolver algum risco, especialmente se tiver de entrar e sair de uma banheira sem apoios ou ajudas. Considerando as condicionantes da idade, o risco de cair na banheira é muito maior e mais perigoso. Recusar a mudança de comportamentos e ignorar novas ou crescentes dificuldades é um problema sério, porém comum, que contribui para quedas em pessoas idosas.
O que devo analisar em casa?
A nossa casa, seja qual for a sua forma e localização é um fator essencial para o bem-estar. Para evitar quedas deve questionar se:
está bem iluminada?
o piso é escorregadio ou molhado?
existem cabos ou outros objetos no chão?
tenho a mobília bem organizada (ex. bancos baixos)?
quantos tapetes existem?
há corrimão ou apoios no corrimão e nas casas de banho?
Quais são as principais recomendações?
As principais recomendações são:
-não ande sem sapatos em casa
-coloque fitas aderentes nos tapetes
-instale um apoio para se segurar na casa de banho
-acenda as luzes quando for à casa de banho à noite
-remover possíveis objetos das zonas de passagem;
-repensar mobiliário com esquinas vivas ou outras características que, em caso de queda, a possa agravar;
-substituir ou remover tapetes escorregadios, altos ou que possam causar acidentes;
-criar rotinas para que o idoso não tenha de se deslocar pela casa quando está só;
evite fazer movimentos perigosos como:
-subir a cadeiras instáveis
-andar apressado
As condições de saúde também interferem nestas questões?
Sim. Algumas doenças crónicas, como a diminuição da força muscular ou problemas de visão aumentam o risco de quedas. Por outro lado, a osteoporose é uma doença silenciosa que aumenta o risco de fraturar os ossos, sobretudo a anca e a coluna vertebral. É por isso aconselhável:
-praticar atividade física
-fazer uma dieta equilibrada
-conversar com o seu médico
Porque é importante a atividade física?
Ser ativo ajuda a proteger os ossos e a saúde mental e pode prevenir doenças como a osteoporose, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e cancro.
Que tipo de atividade física posso fazer?
Deve procurar uma atividade de que goste ou, por exemplo, fazer algumas caminhadas. Tente exercitar o corpo duas horas e meia por semana, que podem distribuir por meia hora 5 dias por semana. Seja qual for o exercício escolhido, comece sempre pelo aquecimento, que é muito importante para evitar lesões.
E em casa posso fazer alguma atividade física?
Sim. Se preferir não sair à rua há exercícios muito fáceis de fazer em casa! Os exercícios de equilíbrio e de força são especialmente bons na prevenção de quedas. Quando já tiver facilidade em praticar estes exercícios com os olhos abertos, tente fazê-los com os olhos fechados. Progrida lentamente, sobretudo nas posições mais exigentes. Depois, vá também aumentando o tempo de execução dos exercícios.
Porque a alimentação é importante?
É importante perceber que a alimentação recomendada não é igual em todas as fases e idades da nossa vida. Para obter um plano individualizado contacte o seu médico ou nutricionista.
A visão também interfere com o risco de quedas?
Sim. A visão influencia o equilíbrio e, consequentemente, a segurança. Deve por isso falar com o seu médico se tiver cataratas ou desequilíbrios. Use óculos de sol e mantenha as lentes dos óculos sempre bem limpas.
Existem estudos sobre esta matéria?
segundo o estudo “Population based study of hospitalised fall related injuries in older people” o risco de queda aumenta substancialmente com a idade. A elevada frequência e o impacto de fraturas da anca justificam que se continue a promover intervenções de prevenção de quedas, para homens e mulheres, dirigidas ao ambiente e à pessoa
as quedas não fatais afetam mais mulheres do que homens acima dos 65 anos. Esta é a conclusão do estudo “Gender differences for non-fatal unintentional fall related injuries among older adults” que refere que, apesar de haver conhecimento sobre estratégias de prevenção de quedas, é necessário implementá-las junto de populações diferentes. É também importante identificar as diferenças de género nas causas e circunstâncias das quedas
o estudo “Medication as a Risk Factor for Falls: Critical Systematic Review” realizado na Finlândia demostrou que os medicamentos do sistema nervoso central, especialmente os indicados para a ansiedade, a depressão e doenças mentais graves (benzodiazepinas, antidepressivos e antipsicóticos) estão mais associados ao aumento do risco de quedas. O estudo realça ainda que muitos medicamentos frequentemente usados por idosos não têm sido estudados como fatores de risco para quedas
neste artigo “Effectiveness of dual-task functional power training for preventing falls in older people: study protocol for a cluster randomised controlled trial” os investigadores refletem sobre a redução do risco de quedas através de programas de atividade física para idosos. Sugerem ainda o desenvolvimento de programas de prevenção de quedas a nível comunitário.
Combinação de fatores que induzem queda
Uma queda raramente ocorre devido a apenas um dos motivos acima. Quando qualquer um destes fatores se combina, pode levar a uma lesão grave, possivelmente fatal. Mesmo que o seu familiar tenha a sorte de escapar ileso de uma queda, a experiência pode deixá-lo abalado. Infelizmente, o medo de cair novamente pode fazer com que se retraia e se tornem mais sedentários, o que muitas vezes leva a um maior declínio físico e até mental. Para manter o seu familiar saudável e em segurança, saiba como pode ajudar a modificar a casa e o estilo de vida para melhorar a segurança e prevenir quedas.
( Atualizado a 31/08/2023 )
Fonte:"https://www.sns24.gov.pt/guia/tropecoes-quedas-e-trambolhoes/"
Demência é o nome usado para uma série de condições progressivas que afetam o cérebro. A demência afeta uma pessoa: O cérebro é composto por células nervosas (neurônios) que se comunicam entre si enviando mensagens. A demência danifica as células nervosas do cérebro, de modo que as mensagens não são enviadas de maneira eficaz de e para o cérebro. Isso impede que o corpo e a mente funcionem normalmente. Independentemente do tipo de demência diagnosticado e da parte do cérebro afetada, cada pessoa experimentará a demência de uma maneira única. Atualmente não há cura para a demência e a pesquisa está em constante evolução. É improvável que exista uma cura única para a demência, porque esta é causada por muitas doenças diferentes.
Se pensava que demência e doença de Alzheimer são a mesma coisa, então não está sozinho, mas não está certo. Este é um erro comum. As pessoas muitas vezes ficam confusas sobre isso, porque a doença de Alzheimer é o tipo mais comum de demência, que afeta 62% das pessoas diagnosticadas.
O financiamento para a investigação aumentou e existem agora muitos mais estudos de investigação e ensaios clínicos em curso.
Embora a cura possa demorar alguns anos, existem alguns avanços muito promissores e uma compreensão muito maior sobre como apoiar as pessoas com demência.
Sintomas de demência
Todas as pessoas com demência são diferentes. A forma como a demência afeta as
pessoas nos estágios iniciais dependerá do tipo de demência que elas têm e da parte do cérebro afetada.
Diferentes partes do cérebro controlam diferentes habilidades. Nas fases iniciais da demência, os sintomas de uma pessoa serão perceptíveis e afectarão a sua vida quotidiana.
Fatores como a personalidade, o ambiente e o apoio que recebem também afetarão a sua experiência de demência.
Alguns dos desafios enfrentados pelas pessoas com demência são :
Perda de memória e esquecimento;
Humor e comportamento;
Velocidade de pensamento, compreensão e julgamento;
Organização e planeamento;
Movimento;
Perda de linguagem ou fala;
Distúrbios do sono e alucinações
Pessoas com demência podem perder o interesse nas suas atividades habituais ou podem ter problemas para controlar as suas emoções. Eles podem achar as situações sociais desafiadoras e perder o interesse em socializar. Aspectos da sua personalidade podem mudar e, à medida que a demência progride, muitas pessoas desenvolvem comportamentos que podem ser desafiadores.
Pessoas com demência podem não reconhecer os seus entes queridos ou esquecer que pessoas morreram e continuar a perguntar;
Comportamento agressivo na demência;
Nas fases posteriores, um número significativo de pessoas com demência desenvolverá o que é conhecido como sintomas comportamentais e psicológicos de demência (SCPD).
É importante que o médico de família da pessoa explore e exclua ou trate quaisquer causas subjacentes, por exemplo, dor não controlada, depressão não tratada, infecção ou efeitos secundários de medicamentos.
para eles.
As pessoas podem formar novos relacionamentos (às vezes físicos), mesmo ainda estando casadas.
Se a pessoa de que está a cuidar comporta-se de forma agressiva, tente manter a calma e evitar confrontos.
Uma pessoa com demência pode perder empatia (compreensão e compaixão) e pode ter alucinações.
Isso significa que eles podem ver ou ouvir coisas que outras pessoas não veem. Pessoas com demência podem perder a capacidade de lembrar eventos ou compreender totalmente o ambiente ou as situações.
Isso significa que pode parecer que eles não estão a dizer a verdade ou que ignoram deliberadamente os problemas.
A demência afeta as habilidades mentais de uma pessoa, por isso pode ser difícil planejar e organizar. Manter a independência pode tornar-se um desafio, o que significa que normalmente necessitarão de alguma forma de ajuda, incluindo ajuda na tomada de decisões.
Tipos de demência
Existem muitos subtipos de demência.
Os 5 tipos de demência mais comuns são:
Doença de Alzheimer – Este é o tipo mais comum de demência no Reino Unido.
É uma condição física causada por alterações na estrutura do cérebro que resultam na escassez de substâncias químicas importantes que ajudam na transmissão de mensagens.
Os sintomas da doença de Alzheimer tendem a desenvolver-se gradualmente ao longo do tempo e podem afetar a concentração, a tomada de decisões e as competências da vida quotidiana.
Demência vascular – Este é o segundo tipo mais comum de demência.
É causada por problemas no fornecimento de sangue ao cérebro.
Isso geralmente ocorre devido a acidentes vasculares cerebrais ou a uma série de pequenos acidentes vasculares cerebrais, conhecidos como (AIT) ou ataques isquêmicos transitórios, que causam áreas de danos celulares ao cérebro.
Demência com corpos de Lewy – A demência com corpos de Lewy é uma condição progressiva que afeta o movimento e o controle motor. A memória costuma ser menos afetada do que com outros tipos de demência, mas uma pessoa pode experimentar crises repentinas de confusão que podem mudar a cada hora. O julgamento da pessoa pode ser afetado e ela pode sofrer alucinações.
Demência frontotemporal – A demência frontotemporal é uma condição progressiva, que tende a afetar pessoas mais jovens, geralmente com idades entre 45 e 65 anos, mas pode ser mais jovem e pode ser difícil de diagnosticar. A região do cérebro mais afetada são os lobos frontais.
A demência frontotemporal afeta o comportamento e a personalidade e pode causar desinibição e comportamento social inadequado. Os padrões alimentares também podem ser afetados, com as pessoas subitamente a comer compulsivamente, especialmente alimentos doces. Esta forma de demência pode por vezes ser confundida com depressão, stress, ansiedade, psicose ou transtorno obsessivo-compulsivo.
Demência mista – É possível ter não apenas um, mas dois tipos de demência. O mais comum é uma combinação de doença de Alzheimer e demência vascular, conhecida como demência mista. Uma pessoa com demência mista apresentaria uma mistura de sintomas associados aos tipos de demência que possui.
Pessoas com síndrome de Down têm maior probabilidade de desenvolver demência e, em média, em idade mais jovem do que outras pessoas.
Demência de início jovem.
A demência de início jovem é frequentemente referida como demência de início precoce.
A demência pode afetar uma pessoa de qualquer idade, mas é mais comummente diagnosticada em pessoas com mais de 65 anos. Diz-se que uma pessoa que desenvolve demência antes dos 65 anos tem demência jovem ou de início precoce. Demência de início jovem é um termo amplo que descreve sintomas como:
perda de memória;
mudanças na personalidade e no comportamento;
problemas visuais;
mudança nas respostas emocionais;
problemas de movimento;
Embora não seja tão comum as pessoas apresentarem sinais de demência antes dos 65 anos, é possível;
Embora existam informações contraditórias sobre a prevalência, de acordo com Dementia UK, das estimadas 944.000 pessoas que vivem com demência no Reino Unido, aproximadamente 7,5% (ou 70.800) "vivem com demência de início jovem, onde os sintomas ocorreram antes dos 65 anos".
Em agosto de 2018, foi relatado que um menino de 2 anos tinha Síndrome de Sanfilippo, uma doença genética rara que causa danos cerebrais fatais e leva à demência infantil.
A expectativa de vida das crianças afetadas é entre 10 e 20 anos.
https://mpssociety.org.uk/conditions/mps-conditions/mps-iii-sanfilippo
Estágios da Demência
Os sintomas da demência tendem a piorar com o tempo. Em fases muito mais avançadas da demência, as pessoas serão capazes de fazer muito menos por si mesmas e poderão perder grande parte da sua capacidade de comunicar.
Pode encontrar diferentes maneiras de explicar os estágios da demência, dependendo de quem conduziu o estudo.
Vamos nos concentrar nos 3 estágios principais da demência, são eles:
Estágio inicial ou demência leve – Isso é usado para descrever pessoas nos estágios iniciais. Eles podem ser capazes de:
Viver de forma independente
Conduzir (dirigir um carro por exemplo)
Trabalhar
Socializar As pessoas podem ficar zangadas, assustadas e até mesmo negar a sua condição, o que provavelmente as colocará em risco de danos se tentarem continuar a viver como se a demência não existisse.
Demência em estágio intermediário ou moderado – Esta fase é geralmente a mais longa e pode durar muitos anos. À medida que a doença progride, a pessoa precisará de mais apoio.
Demência em estágio avançado – Na fase final, as pessoas perdem progressivamente a capacidade de se envolver no mundo, de manter conversas e de controlar os seus músculos.
É provável que sofram graves perdas de memória.
Eles podem conseguir falar, mas a comunicação e a expressão de pensamentos tornam-se difíceis.
Eles provavelmente dependerão de outras pessoas para grande parte de seus cuidados. É muito importante lembrar que cada pessoa com demência é um indivíduo.
Eles podem não se enquadrar em um estágio específico ou o estágio em que se encontram pode se sobrepor a outro estágio.
Pessoas com demência às vezes sentem medo ou ansiedade.
Algumas pessoas com demência ficam ansiosas por misturar coisas do passado com as do presente.
Por exemplo, preocupar-se com o fato de as crianças voltarem da escola em segurança, mas seus filhos agora são adultos. Existem também as preocupações e os medos que muitos de nós temos, como os que dizem respeito ao futuro.
Infelizmente, nem sempre é possível determinar a causa exata da ansiedade ou do medo.
Pode sentir-se angustiado ao ver a pessoa com demência preocupada ou com medo. Pode se sentir desamparado por não saber o que fazer.
Talvez não consiga determinar a causa do stresse e não precise necessariamente dessas informações para poder ajudar.
Ainda pode oferecer segurança e empatia.
Planeamento de fim de vida Conhecer os estágios da demência ajudará no planeamento para o futuro, o que é importante para quem tem uma condição que limita a vida.
Para uma pessoa com demência, é importante ter essas conversas o mais cedo possível, enquanto elas acontecem.
Porque podem ainda poder tomar decisões por si próprios.
É importante conhecer e compreender os valores, desejos e crenças de um indivíduo enquanto estes ainda podem ser comunicados.
Diagnóstico de Demência
A demência não é uma parte natural do envelhecimento.
Se for cuidador ou a apoiar alguém que não foi diagnosticado com demência e estiver preocupado com a possibilidade de essa pessoa ter sinais de demência, será importante que procure apoio médico através de um médico de família o mais rapidamente possível.
As pessoas podem não notar os sintomas da demência em si mesmas.
Ao visitarem o médico de família, serão questionados sobre os sintomas, outros aspectos da sua saúde e farão um exame físico.
O médico de família perguntará como e quando os sintomas começaram e verificará se outras condições, como doenças cardíacas, diabetes, depressão ou acidente vascular cerebral, estão a ser tratadas adequadamente.
Eles avaliam qualquer medicamento que esteja a tomar, incluindo medicamentos comprados sem receita médica e produtos alternativos, como suplementos vitamínicos.
Todos nós podemos sofrer de um ou mais sintomas de demência de vez em quando. Isso pode ser chamado de (CCL) ou Comprometimento Cognitivo Leve, onde os sintomas não são graves o suficiente para serem diagnosticados como demência, mas algumas pessoas com Comprometimento Cognitivo Leve (CCL)desenvolverão demência.
Problemas de memória não significam necessariamente demência.
Eles também podem ser causados por outros fatores como:
Depressão e ansiedade
Delírio (confusão causada por medicamentos, como infecções)
Problemas de tireoide
Efeitos colaterais da medicação
Apenas estar ocupado
O médico de família realizará exames de sangue para ajudar a descartar outras causas dos sintomas que podem ser confundidos com demência.
Na maioria dos casos, os exames de sangue irão verificar:
Função do fígado
Função renal
A função da tireoide
Hemoglobina (para diabetes)
Níveis de vitamina B12 e folato/ácido fólico
O médico de família pode realizar testes de capacidade mental para medir problemas de memória e capacidade de pensar com clareza.
Os testes podem incluir:
Memória de curto e longo prazo
Concentração e capacidade de atenção
Habilidades linguísticas e de comunicação
Consciência de tempo e lugar
Um médico de família pode realizar um teste de urina se achar que pode haver uma infecção.
Algumas pessoas podem ser encaminhadas para uma tomografia cerebral para verificar evidências de outros possíveis problemas e para ajudar a confirmar um diagnóstico, incluindo o tipo de demência.
Uma infecção urinária não tratada pode causar sintomas semelhantes aos da demência, por exemplo, confusão, esquecimento e agitação.
Prestar cuidados e apoio a pessoas com Demência
Muitas pessoas com demência ligeira a moderada conseguem ficar na sua própria casa e viver bem com o apoio adequado.
Estar num ambiente familiar pode ajudar as pessoas a lidar melhor com a sua condição.
Como os sintomas da demência pioram com o tempo, muitas pessoas eventualmente necessitam de apoio num lar de idosos ou num lar que ofereça serviços para pessoas com demência. É possível e encorajado que as pessoas permaneçam nas suas próprias casas.
No entanto, recomenda-se que as suas necessidades sejam avaliadas para que eles e as pessoas ao seu redor sejam devidamente apoiados.
O diagnóstico de demência pode ser um choque para a pessoa com a doença e para as pessoas ao seu redor.
No entanto, existem fontes de ajuda e apoio para todos os envolvidos.
Se uma pessoa necessitar de ajuda para gerir tarefas quotidianas como lavar, vestir ou cozinhar, será realizada uma “Avaliação de Necessidades” através dos profissionais de saúde.
Isto identificará o nível de apoio de que necessitam e que apoio pode ser fornecido. Há também apoio para cuidadores não remunerados que podem ser elegíveis para apoio e financiamento.
Isto é feito através de uma Avaliação do Cuidador.
Comunicação com pessoas com Demência Perder a capacidade de comunicar
Perder a capacidade de comunicar pode ser frustrante para uma pessoa com demência, para os seus familiares e cuidadores.
À medida que a doença progride, a pessoa com demência perde gradualmente a capacidade de comunicar.
Eles acham cada vez mais difícil se expressar com clareza e entender o que os outros dizem.
A capacidade de uma pessoa pode variar ao longo do dia. Se possível, guarde conversas importantes para os momentos em que a pessoa parece estar mais alerta, por exemplo, pela manhã, quando está bem descansada e tomou o café da manhã. Pode dar um passeio suave pelo jardim quando eles estiverem confortáveis e receptivos, porque o ambiente permite que eles usem sua memória e habilidades de longo prazo.
É importante verificar se os problemas de comunicação não se devem a deficiência visual ou auditiva.
Óculos ou aparelho auditivo podem ajudar algumas pessoas.
Verifique se os aparelhos auditivos estão a funcionar corretamente e se os óculos são limpos regularmente.
Uma atitude atenciosa, o uso de linguagem corporal adequada e a manutenção de um ambiente positivo e de apoio são aspectos importantes da comunicação.
Linguagem corporal negativa, como suspiros e sobrancelhas levantadas, pode ser facilmente percebida.
É importante prestar atenção à forma como se apresenta a uma pessoa com demência.
Existem várias estratégias ou abordagens que pode utilizar para comunicar positivamente com uma pessoa com demência, para se fazer compreender e mostrar que se preocupa com ela.
Deve adotar uma atitude atenciosa. As pessoas retêm os seus sentimentos e emoções mesmo que não entendam o que está a ser dito, por isso é importante manter sempre a sua dignidade e autoestima.
Seja flexível e sempre reserve bastante tempo para uma resposta. Quando for apropriado, e o risco for avaliado como seguro, use o toque para manter a atenção da pessoa e para comunicar sentimentos de calor e afeto.
Maneiras de falar
Ao conversar com uma pessoa com demência, tente:
Manter a calma e fale de maneira gentil e prosaica;
Manter as frases curtas e simples, concentrar-se em uma ideia de cada vez;
Sempre reserve bastante tempo para que o que disse seja compreendido;
Use nomes ou rótulos orientadores sempre que puder, como “Sua filha, Anne”. Incentive-os a fazer perguntas caso não entendam ou tenham esquecido o que foi dito; Ser paciente;
No vídeo a seguir (11h02) Naomi Feil, gerontóloga americana que desenvolveu a terapia de validação, fala sobre comunicação de validação por meio de empatia.
Descrita por Sam Fazio (diretor sénior de cuidados de qualidade e investigação psicossocial na Associação de Alzheimer) como “uma pioneira nesta área de cuidados de demência centrados na pessoa”, Naomi partilha os seus princípios de terapia de validação numa palestra TED poderosa e instigante.
A linguagem corporal é uma parte muito importante de como se comunica.
Pode ser necessário usar alguns gestos com as mãos e expressões faciais para se fazer entender.
Apontar ou demonstrar pode ajudar.
Tocar e segurar a mão da pessoa pode ajudar a manter a atenção e mostrar que se importa.
Um sorriso caloroso e uma risada compartilhada muitas vezes podem comunicar mais do que palavras.
O ambiente certo ajudará.
Ao comunicar com uma pessoa com demência, tente:
Evitar – Evite ruídos concorrentes, como TV ou rádio.
Ficar – Fique quieto enquanto fala – isto torna mais fácil para a pessoa com demência acompanhar o que está a dizer.
Manter – Mantenha rotinas regulares – isso ajuda a minimizar a confusão e pode auxiliar na comunicação.
Manter – Mantenha uma abordagem consistente – será muito menos confuso para a pessoa com demência se todos utilizarem o mesmo estilo de comunicação.
Repetir a mensagem exatamente da mesma forma é importante para todos os familiares e cuidadores.
Estas são algumas das coisas que não deve fazer ao comunicar com uma pessoa com demência.
A comunicação positiva ajudará a pessoa a manter sua dignidade e auto-estima.
Vá em frente, faça-se sorrir!
NÃO... Discuta com a pessoa.
Isso só piorará a situação.
NÃO... Diga à pessoa o que ela não pode fazer. Em vez disso, concentre-se no que eles podem fazer.
NÃO... Se comporte de maneira autoritária. Um tom de voz autoritário pode ser captado, mesmo que as palavras não sejam compreendidas.
NÃO... Dê ordens à pessoa. Seja assertivo e calmo, mas não mandão.
NÃO... Faça muitas perguntas diretas que dependem de uma boa memória.
NÃO... Fale sobre as pessoas à sua frente como se elas não estivessem lá. Isso é muito rude em qualquer situação!
Terapias e estratégias de comunicação
Foram desenvolvidas diversas abordagens de comunicação alternativa, que tentam proporcionar a confiança e o apoio tão necessários ao bem-estar de uma pessoa. Muitos familiares e cuidadores utilizarão instintivamente algumas destas técnicas sem se aperceberem dos seus nomes formais.
A terapia de validação ensina que, em vez de tentar trazer a pessoa com demência de volta à nossa realidade, é mais positivo entrar na sua realidade.
Dessa forma, pode desenvolver empatia com a pessoa e construir confiança e sensação de segurança. Isso, por sua vez, reduz a ansiedade.
A terapia de validação foi desenvolvida por Naomi Feil entre 1963 e 1980 para idosos com deficiências cognitivas.
É apropriado quando se trabalha com pessoas com demência. Naomi diz que não deve mentir e explica como entrar na realidade da outra pessoa de forma a evitar mentir. Assista a este Ted Talk inspirador (11 minutos) de Naomi Feil a dar uma palestra perspicaz e convincente sobre técnicas de comunicação eficazes que constroem confiança e empatia sem mentir.
É importante que todos os familiares, trabalhadores e pessoas que apoiam um indivíduo utilizem a mesma abordagem.
Isto pode ser difícil porque as pessoas, muitas vezes a família, consideram o indivíduo irritante ou deliberadamente conflituoso.
As atividades que envolvem música são outra forma eficaz de comunicação com uma pessoa que tem demência.
Muitas vezes, quando outras habilidades desaparecem, a pessoa ainda pode desfrutar de canções e melodias antigas e familiares. Uma determinada peça musical pode desbloquear memórias e sentimentos.
É importante estar preparado para responder à liberação desses sentimentos.
Este pequeno vídeo partilhado pelo (NHS) Sistema Nacional de Saúde de Inglaterra incorpora o trabalho de caridade "Playlist for Life" que incentiva as pessoas a criar uma lista de reprodução de música pessoalmente significativa para pessoas com demência. O vídeo mostra Ken a cantar. Isso pode não parecer muito especial, mas Ken normalmente não fala, então é espetacular.
A reminiscência é uma forma de rever eventos passados
Geralmente é uma atividade muito positiva e gratificante.
Mesmo que a pessoa com demência não possa participar verbalmente, relembrar e refletir sobre o passado ainda pode dar-lhe prazer. Também pode ser um meio de distração se a pessoa ficar chateada.
Embora a revisão de acontecimentos passados possa proporcionar uma sensação de paz e felicidade, também pode despertar memórias dolorosas e tristes.
É importante estar atento às reações da pessoa se isso acontecer.
Se a angústia parecer insuportável, então é melhor usar outra forma de distração para reduzir a ansiedade.
Fazer um livro de história de vida ou história cronológica da pessoa com demência pode ajudar na reminiscência e fornecer informações para as pessoas que possam interagir com ela.
Também pode ajudar as pessoas a conhecerem a pessoa e sua vida.
Um "This Is Your Life" “A Sua Vida” ou livro de memórias é um diário visual, semelhante a um álbum de fotos de família.
Pode incluir cartas, cartões postais, certificados e outras recordações.
Um grande álbum de fotos com folhas protetoras de plástico em cada página pode ser muito útil.
Rotule cada foto para evitar colocar a pessoa com demência em dúvida com perguntas como 'Quem é?' .
Itens e atividades
As pessoas com demência ainda precisarão ser ativas física e mentalmente, mesmo que tenham dificuldades com as tarefas diárias.
É importante garantir que haja coisas apropriadas disponíveis para eles fazerem.
Por exemplo: Itens sensoriais – Uma gama de almofadas sensoriais com pele, lantejoulas, botões e etiquetas para acariciar e mexer. Livros e revistas – Não deite fora os antigos, pois as pessoas podem se consolar ao ler a mesma coisa repetidamente.
Câmaras antigas – Para segurar, foque e pressione botões ou interruptores
Televisão – Ouvir suas músicas favoritas ou assistir filmes antigos.
Os serviços de TV por assinatura podem ser ótimos, pois geralmente possuem um menu visual na tela que pode ajudar o indivíduo a fazer escolhas informadas.
Também encontrará vários vídeos específicos para pessoas com demência no YouTube.
Esteja ciente de que as pessoas podem ter dificuldade em usar controles remotos e dispositivos modernos, mesmo que já os tenham usado antes. Artes e Ofícios – Atividades de artes e ofícios em eventos sociais como Dementia Cafés ou em casa.
Culinária – Cozinhar e comer alimentos.
Quebra-cabeças – Quebra-cabeças, caça-palavras e outros jogos tradicionais. Eles vêm em uma variedade de níveis de dificuldade, então escolha aqueles que sejam apropriados.
Atividades familiares – As crianças têm muitas vezes uma forma maravilhosa de interagir com pessoas com demência. Eles não veem os problemas ou mudanças. Eles apenas veem a pessoa.
Por sua vez, a pessoa com demência pode ser mais tolerante e disposta a envolver-se com as crianças porque explora um instinto de nutrir e cuidar que permanece muito depois de outras competências e habilidades terem se deteriorado.
Certifique-se de manter as crianças seguras e estar ciente de quaisquer riscos.
Há uma grande variedade de brinquedos e itens sensoriais que as pessoas podem gostar, por exemplo, dominó, cubos Rubix, fidget spinners, brinquedos fofinhos ou bolas anti-stress, etc. que podem proporcionar uma atividade divertida ou distração.
Ele lhe dará conselhos práticos sobre como implementar atividades com pessoas com necessidades diferentes.
Viver bem com Demência
Há muitas coisas que as pessoas podem fazer para continuar a aproveitar a vida e permanecerem o mais independentes possível. Estes são recomendados pelo NHS:
Concentre-se em coisas que as pessoas podem fazer e desfrutar ;
Obtenha suporte médico para preocupações como depressão;
Mantenha-se positivo;
Mantenha-se socialmente ativo;
Incentive-os a falar sobre sua demência;
Coma e beba de forma saudável;
Faça exercícios regularmente;
Pergunte ao médico sobre vacinas como gripe;
Evite dormir durante o dia ;
Faça consultas regulares para olhos, dentes e audição;
Pode oferecer opções de bebidas sem cafeína se o indivíduo ainda quiser chá ou café perto da hora de dormir;
Existem muitas opções de chá e café descafeinado de boa qualidade disponíveis.
O chá de camomila tem propriedades que podem ajudar no sono;
Etc.
Terapias e estratégias de comunicação
Foram desenvolvidas diversas abordagens de comunicação alternativa, que tentam proporcionar a confiança e o apoio tão necessários ao bem-estar de uma pessoa.
Muitos familiares e cuidadores utilizarão instintivamente algumas destas técnicas sem se aperceberem dos seus nomes formais.
A terapia de validação ensina que, em vez de tentar trazer a pessoa com demência de volta à nossa realidade, é mais positivo entrar na sua realidade.
Dessa forma, pode desenvolver empatia com a pessoa e construir confiança e sensação de segurança. Isso, por sua vez, reduz a ansiedade.
A terapia de validação foi desenvolvida por Naomi Feil entre 1963 e 1980 para idosos com deficiências cognitivas.
É apropriado quando se trabalha com pessoas com demência.
Naomi Feil, diz que não deve mentir e explica como entrar na realidade da outra pessoa de forma a evitar mentir.
É importante que todos os familiares, trabalhadores e pessoas que apoiam um indivíduo utilizem a mesma abordagem.
Isto pode ser difícil porque as pessoas, muitas vezes a família, consideram o indivíduo irritante ou deliberadamente conflituoso.
As atividades que envolvem música são outra forma eficaz de comunicação com uma pessoa que tem demência.
Muitas vezes, quando outras habilidades desaparecem, a pessoa ainda pode desfrutar de canções e melodias antigas e familiares. Uma determinada peça musical pode desbloquear memórias e sentimentos.
É importante estar preparado para responder à liberação desses sentimentos.
Obter ajuda e recursos úteis Indivíduo é uma palavra muito importante.
Não há duas pessoas com quem trabalha que sejam iguais.
O plano de cuidados ou apoio para os indivíduos com quem trabalha dar-lhe-á informações, apoio e orientação sobre como trabalhar com cada indivíduo.
Cada pessoa terá necessidades diferentes, portanto o seu próprio plano fornecerá informações importantes sobre como apoiá-las da melhor maneira possível.
Se estiver a trabalhar com pessoas com condições e desafios específicos, precisará garantir que obterá mais informações sobre eles para entender como pode atender às suas necessidades com segurança e eficácia.
Se trabalhar para uma empresa de cuidadores, ou um lar, ou centro de dia, a organização pode ter políticas e procedimentos que precisam de ser seguidos ao apoiar pessoas com demência. O seu gerente direto também poderá apoiá-lo. Existem muitos recursos disponíveis, alguns já abordamos aqui.
Estes são alguns dos principais recursos e organizações que podem fornecer mais apoio e orientação sobre a demência:
Fontes:
https://www.alzheimers.org.uk/get-support/dementia-support-line://www.nhs.uk/conditions/dementia/
https://cdn.ump.pt/files/files/Manual_Boas_Praticas_Demencia.pdf
https://www.alzheimers.org.uk/get-support/demência-support-line
https://www.youngdementiauk.org/lander
https://www.nhs.uk/conditions/frontotemporal-dementia/
https://www.nhs.uk/conditions/dementia-with-lewy-bodies/
https://www.youtube.com/watch?v=mI8nvyOU5GA
https://www.youtube.com/watch?v=JvpKdC6BolU
Descrever a importância da segurança alimentar, incluindo higiene, preparação e manuseio de alimentos. A lei exige que as pessoas que trabalhem com alimentos, sejam competentes em segurança e higiene alimentar. Muitas das pessoas podem ter o sistema imunológico enfraquecido, especialmente se tiverem condições médicas e outros problemas de saúde, por isso, má segurança e higiene alimentar pode colocar em risco. Com a complicação adicional de outros problemas de saúde, as doenças relacionadas com a alimentação podem ser fatais para algumas pessoas.
A contaminação cruzada direta, é outro fator de risco na segurança alimentar e ocorre quando um alimento in-natura ou seus fluidos entram em contato com um alimento já pronto para consumo. Um exemplo clássico é quando carnes cruas são sobrepostas em frutas ou legumes não lavados, transferindo potenciais patógenos com o líquido que escorre e gera contaminação.
A intoxicação alimentar não é o único risco associado à segurança alimentar.
Entretanto, estas são algumas das coisas principais que precisa saber sobre higiene alimentar.
Mantenha os alimentos crus e prontos para consumo separados e armazene-os corretamente;
Limpe bem as superfícies e os equipamentos antes de prepará-los e depois de usá-los com ingredientes crus;
Lave bem as mãos antes de tocar em alimentos e depois de tocar em alimentos crus Cubra cortes e furúnculos;
Use roupas de proteção
Cubra seu cabelo;
Use utensílios separados para alimentos crus e cozidos;
Lave os vegetais, frutas e arroz;
Avise seu gerente se não estiver bem;
Se os alimentos forem preparados e armazenados de forma a evitar a contaminação, o risco de doenças e perigos alimentares é reduzido.
Os fatores seguintes podem levar a intoxicação alimentar ou mesmo à morte.
Os perigos alimentares podem ser:
Físico
Por exemplo: objetos encontrados nos alimentos que podem ser prejudiciais, como ossos ou pedaços de embalagens. Isso apresenta o risco de asfixia ou outras doenças ao comer objetos por engano.
Químico
Por exemplo: pesticidas, herbicidas ou produtos químicos de limpeza que podem ser prejudiciais se consumidos, como produtos de limpeza pulverizados em alimentos preparados ou frutas e legumes que não são lavados antes da preparação.
Alérgico
Por exemplo: indivíduos que podem ter reações alérgicas se entrarem em contato ou consumirem determinados produtos alimentares, como nozes, mariscos, leite ou glúten. Estes podem ser extremamente perigosos para algumas pessoas e levar à morte.
Bactéria
Por exemplo: microrganismos patogénicos nos alimentos (como mencionado anteriormente na contaminação cruzada.
Explicar a importância de uma boa nutrição e hidratação na manutenção da saúde e do bem-estar
O corpo humano depende da água para sobreviver.
Cada célula, tecido e órgão do seu corpo precisa de água para funcionar corretamente. O corpo usa água para manter a temperatura, remover resíduos e lubrificar as articulações.
Uma boa nutrição fornece energia. Energia é o que seu corpo precisa para funcionar. Assim como precisa abastecer o carro ou recarregar a bateria do telemóvel, seu corpo precisa ser alimentado com alimentos que forneçam energia todos os dias.
Isso significa comer os tipos certos de alimentos nas proporções certas e beber a quantidade certa de líquidos.
A saúde de um corpo é resultado direto da qualidade daquilo que coloca nele. Coloque lixo no seu corpo e não se sentirá bem.
Uma boa nutrição e hidratação ajudarão a manter um peso saudável e reduzirão o risco de problemas de peso, como a obesidade, que leva a outros problemas de saúde, como diabetes, colesterol alto, ataque cardíaco, doenças renais, doenças cardíacas e aumento da pressão arterial, que é a principal causa de acidente vascular cerebral.
Muitos deles levam à morte.
Uma boa nutrição e hidratação irão:
fornecer energia;
aumentar a sensação de bem-estar;
apoiar pessoas com sistema imunológico enfraquecido;
prevenir a constipação e estimular fezes saudáveis;
prevenir doenças;
ajudar as pessoas a lutar e a recuperar de doenças;
reduzir o risco de algumas doenças, como alguns tipos de câncer e osteoporose;
reduzir a necessidade de medicação.
Um número crescente de pessoas está a optar por excluir produtos de origem animal da sua dieta por razões de saúde ou de bem-estar animal.
Isso é chamado de dieta baseada em vegetais.
https://www.bda.uk.com/food-health/food-facts.html
É sugerido comer frutas e vegetais – Coma pelo menos 5 porções de uma variedade de frutas e vegetais todos os dias.
Frutas e vegetais devem representar cerca de um terço do que come diariamente. Algumas frutas e vegetais são compostos de nutrientes incríveis que foram comprovado para prevenir e combater o câncer.
Deveríamos comer uma variedade de frutas coloridas “comer as cores do arco-íris”. Batatas, pão, arroz, macarrão e outros carboidratos ricos em amido – Escolha versões integrais ou com maior teor de fibra, com menos adição de gordura, sal e açúcar.
Este grupo deve representar mais um terço do que come diariamente.
Laticínios e alternativas – Escolha opções com menos gordura e menos açúcar. Cuidado com os produtos químicos de substituição de gordura em alimentos dietéticos que podem ser prejudiciais, especialmente em grandes quantidades.
Este grupo deve representar cerca de 12% de sua ingestão diária.
Feijões, leguminosas, peixes, ovos, carne e outras proteínas – A maioria de nós precisa comer mais feijão e leguminosas.
Sugere 2 porções de peixe de origem sustentável por semana, uma das quais é oleosa. Coma menos carne vermelha e processada.
Este grupo deve representar cerca de um quinto ou 20% da sua ingestão diária.
Óleos e pastas para barrar – Escolha óleos insaturados e use-os em pequenas quantidades.
Este grupo deve representar uma percentagem muito pequena da sua ingestão diária, cerca de 1-3% dependendo das suas circunstâncias individuais.
Fluidos – Recomenda-se de 6 a 8 copos por dia.
Água, leite com baixo teor de gordura ou alternativas ao leite, bebidas sem açúcar, incluindo chá e café, tudo conta.
Limite os sucos de frutas e smoothies a um total de 150ml por dia.
O álcool não conta
É recomenda a seguinte ingestão de calorias por dia. Homens = 2.500 e Mulheres = 2.000
Isso inclui todos os alimentos e bebidas do dia.
https://www.nhs.uk/live-well/eat-well/
Encontrará este rótulo em alimentos embalados.
Escolha alimentos com rótulos verdes e com baixo teor de gordura, sal e açúcares.
Liste sinais e sintomas de má nutrição e hidratação
A má alimentação e nutrição são reconhecidas como os principais fatores de risco que contribuem para problemas de saúde e morte prematura.
A qualidade daquilo que colocamos no nosso corpo tem uma ligação direta com a qualidade da nossa saúde.
Uma dieta bem balanceada pode fazer o indivíduo a sentir-se melhor física e mentalmente.
É recomendado a ingestão de pelo menos cinco porções de frutas ou vegetais por pessoa, por dia, para ajudar a reduzir o risco de alguns tipos de cancro, doenças cardíacas e muitas outras condições crónicas. Este é o mínimo.
A desnutrição é uma condição grave que ocorre quando a dieta não contém a quantidade certa de nutrientes.
Significa "má nutrição" e pode referir-se a:
Desnutrição: Não obtém os nutrientes suficientes
Supernutrição: Obtém mais nutrientes do que o necessário
Os sinais comuns de desnutrição incluem:
perda de peso não intencional– perder 5% a 10% ou mais de peso ao longo de 3 a 6 meses é um dos principais sinais de desnutrição;
baixo peso corporal – pessoas com índice de massa corporal (IMC) inferior a 18,5 correm o risco de ficar desnutridas ;
falta de interesse em comer e beber;
sentindo-se cansado o tempo todo;
sentindo-se fraco;
ficar doente com frequência e demorar muito para se recuperar;
em crianças, que não crescem ou não ganham peso na taxa esperada.
A má alimentação e a inatividade física são os principais contribuintes para a obesidade.
Existem graves consequências económicas e de saúde associadas à obesidade.
Sinais de desidratação
Perder água através da micção, respiração e suor.
Se é muito ativo, perde mais água do que se for sedentário. Diuréticos como cafeína, medicamentos e álcool fazem com que o corpo produza quantidades maiores de urina e não absorva água adequadamente.
Qualquer substância diurética pode resultar em desidratação.
Os sintomas de desidratação leve incluem:
Dores crônicas nas articulações e músculos
Dor na região lombar
Dores de cabeça
Constipação
Além disso, a urina pode apresentar um odor forte, juntamente com uma cor amarela ou âmbar.
Isso indica que uma pessoa pode não estar a receber água suficiente.
Alternativamente, a cor da urina pode ser determinada pelas vitaminas que um indivíduo está a tomar e não necessariamente porque está desidratado. A riboflavina, uma vitamina B, deixará a urina amarela brilhante.
A sede é um sinal óbvio de desidratação; na verdade, precisa de água muito antes de sentir sede.
Explique como promover nutrição e hidratação adequadas
Os hábitos alimentares são as decisões que um indivíduo toma ao escolher quais alimentos comer.
Algumas pessoas, culturas e religiões têm preferências alimentares diferentes e alguns tabus alimentares.
Deve aprender sobre isso para poder construir relacionamentos de confiança com as pessoas que apoia.
Não pode forçar as pessoas a comer de forma saudável.
Todos nós podemos fazer escolhas, incluindo as pessoas que apoia.
Educação, conhecimento e compreensão são muito importantes.
Educar-se e compartilhar informações com as pessoas que apoia, irá ajudá-las a fazer escolhas informadas.
Torne as refeições mais interessantes.
Experimente a apresentação. Torne a comida e a alimentação divertidas e apetitosas.
Alimentos sem graça, enfadonhos e incolores não são atraentes.
Uma boa nutrição requer a ingestão adequada e, igualmente importante, a absorção de vitaminas, minerais e energia alimentar na forma de carboidratos, proteínas e gorduras.
A palavra ‘dieta’ é frequentemente usada para descrever um plano alimentar que visa ajudar na perda de peso.
No entanto, dieta realmente se refere aos alimentos que uma pessoa ingere durante um dia ou uma semana.
Quanto mais equilibrada e nutritiva for sua dieta, mais saudável será.
Uma dieta equilibrada significa comer a quantidade certa de alimentos de todos os grupos alimentares.
Nenhum alimento contém tudo o que o corpo necessita, por isso é importante que a sua alimentação seja variada.
Hidratação
A água é a melhor fonte para suas necessidades diárias de líquidos.
Outras boas bebidas, chás de ervas e sucos de frutas e vegetais.
Os refrigerantes contam para o seu total diário de líquidos.
Lembre-se de que refrigerantes e sucos de frutas adoçados com açúcar adicionam calorias extras que, talvez não precise.
Verifique se as bebidas estão ao alcance de quem tem restrições de movimento.
Se uma pessoa tiver movimentos ou mobilidade restritos, faria sentido colocar a bebida fora do alcance? Claro que não faz sentido, mas acontece! Cada indivíduo terá necessidades, preferências e habilidades diferentes.
Se um indivíduo tem dificuldade em levantar o braço esquerdo, mas o braço direito é totalmente capaz, faria sentido colocar a bebida mais perto do braço direito.
As bebidas devem estar sempre disponíveis e ser atualizadas regularmente.
Imagine a frustração de estar com sede e poder ver sua bebida, mas não conseguir alcançá-la.
https://www.nhs.uk/health-assessment-tools/calculate-your-body-mass-index/
Verifique se as bebidas são atualizadas regularmente
É importante refrescar as bebidas regularmente. Por quê? Bem, gostaria de beber algo que ficou de fora há muito tempo? Eu não faria isso.
Dependendo da bebida, bactérias podem crescer e insetos podem entrar.
Isso não é bom, se tiver problemas de saúde.
Isso pode deixá-lo muito doente.
Todos os jarros de água devem ter tampa.
Se um indivíduo usar um jarro de água, certifique-se de que esteja devidamente limpo e atualizado, geralmente pelo menos duas vezes ao dia.
Certifique-se de que esteja colocado em local de fácil acesso.
As pessoas devem ter acesso a água potável 24 horas por dia.
Algumas pessoas podem beber apenas água doce, outras podem preferir suco de frutas ou abóbora, cada pessoa tem os seus gostos e manias.
Cuidado com os níveis de açúcar!
Verifique se os indivíduos recebem bebidas de acordo com seu plano de cuidados
É sempre uma boa prática ler/saber o plano de cuidados de uma pessoa.
O plano de cuidados diz-nos:
Se a pessoa precisar de ajuda para beber
Se a consistência do fluido precisar ser ajustada
Se a pessoa precisar de estímulo ou incentivo para beber
Se a pessoa tiver dificuldade para beber ou engolir
Se a pessoa precisar de palhinha ou copo adaptado para beber
Uma pessoa pode ficar bastante frustrada, porque cada vez que toma uma chávena de chá tem de explicar ao trabalhador que “gosta de chá forte, com leite e dois açúcares”.
Hidratação ajuda a prevenir a desidratação e a manter o bem-estar físico.
Se o tempo estiver quente ou a pessoa estiver a praticar exercícios, a ingestão de líquidos deve ser aumentada.
Precisa de mais água quando a temperatura corporal aumenta.
Beber água ajuda a repor os líquidos perdidos pela transpiração excessiva.
Apoie e incentive os indivíduos a beber de acordo com o seu plano de cuidados Algumas pessoas podem ter dificuldade em lembrar de beber ou não reconhecer quando estão com sede.
Eles precisarão de ser avisados regularmente para beber para evitar a desidratação. Se o tempo estiver quente ou um indivíduo estiver a exercitar-se, é provável que precise beber mais.
Se estiver a usar um copo com tampa, é importante garantir que a pessoa saiba que isso é para ela.
Alguém com demência, que durante toda a vida insistiu que o chá deveria estar numa caneca, pode não perceber que o copo com tampa contém o chá!
Doenças e condições específicas, como a diabetes e outras necessidades de saúde dos indivíduos, dependem de quantidades suficientes de alimentos e bebidas.
Apoiar os indivíduos no acesso a fluidos - Saber como comunicar quaisquer preocupações à pessoa relevante
Conversou com a pessoa e encorajou-a a beber, mas acredita que ela não está a beber o suficiente e está preocupado com a desidratação.
Precisa relatar essas preocupações, pois a saúde de uma pessoa pode deteriorar-se rapidamente sem líquidos.
Pode conversar com: Certifique-se de relatar as preocupações que tem. Pode procurar sinais de que uma pessoa pode estar desidratada, por exemplo, se uma pessoa...
Recusa-se regularmente a beber.
Está sempre com sede, apesar de beber muitos líquidos.
Apresenta urina de cor escura.
Necessita urinar frequentemente.
Está com dificuldade para engolir.
Está a lutar com seu copo ou recipiente para beber.
Regularmente deixa suas bebidas intactas.
Está produzindo urina com mau cheiro.
Verifique se algum produto nutricional está ao alcance de quem tem restrições
Cada indivíduo terá necessidades, preferências e habilidades diferentes.
É uma boa prática ler o plano de cuidados para poder atender a essas necessidades.
O plano de cuidados também destacará quaisquer alergias alimentares e quais alimentos devem ser evitados.
Os alimentos devem ser sempre colocados ao alcance das pessoas, com especial atenção e cuidado às pessoas com movimentos ou mobilidade restritos.
É importante certificar-se de que possuem os utensílios corretos para poder comer.
Alguns exemplos de más práticas para que possa evitá-las, mas também para que pense sobre as situações que pode encontrar:.
Colocar comida ao alcance, mas sem talheres
Dar a uma pessoa alguma fruta, como uma laranja, que ela não consiga descascar Colocar um sandes em um recipiente que a pessoa não consegue abrir
Dar uma bebida sem palhinha, se necessário
Dar alimentos sem liquidificar ou cortar, se necessário
Não deve cortar ou liquidificar alimentos para as pessoas se isso não for necessário.
Antes de deixar um indivíduo, pergunte se ele tem tudo o que precisa.
A CQC (inspeção reguladora dos serviços de saúde e assistência social na Inglaterra) fiscalizam regularmente más praticas abusivas.
Verifique a temperatura dos alimentos e se o indivíduo está apto a ingeri-los
É importante garantir que os alimentos sejam fornecidos na temperatura adequada e de acordo com o plano de cuidados para que o indivíduo possa comê-los.
Trata-se de atender às necessidades específicas de um indivíduo.
Precisa ter certeza de que uma pessoa que não tem capacidade, não corre o risco de queimar a boca, pois pode não conseguir identificar se a comida está quente demais para comer.
Também precisa estar ciente dos regulamentos de segurança e higiene alimentar. São eles:
limpeza, cozimento, contaminação cruzada e resfriamento.
Isso ajuda a prevenir doenças relacionadas à alimentação, o que é extremamente importante quando está trabalhar com pessoas vulneráveis.
Os indivíduos terão coisas diferentes de que gostam e não gostam. É importante estabelecê-los.
Por exemplo, algumas pessoas preferem uma salada fria direta do frigorifico.
Outra pessoa pode preferir salada em temperatura ambiente - isso pode ser devido à sensibilidade dentária.
Alguns alimentos precisam ser mantidos quentes, alguns no frigorifico e outros podem ser armazenados em temperatura ambiente.
O controle deficiente ou inadequado da temperatura dos alimentos é a principal causa de intoxicação alimentar.
Aqui estão algumas regras sobre o controle de temperatura para evitar intoxicações alimentares.
O controle deficiente ou inadequado da temperatura dos alimentos é o problema. Mantenha o tempo de preparação dos alimentos no mínimo gás absoluto.
Quando cozinhar, após a preparação dos alimentos crus, cozinhe imediatamente os alimentos ou coloque-os de volta no frigorifico a 5 graus Celsius ou menos;
Cozinhe os alimentos em sua "condição fresca" e sirva quente o mais rápido possível
Não reaqueça os alimentos mais de uma vez ;
Não mantenha alimentos na zona de perigo entre 5 graus Celsius e 63 graus Celsius
NA "Zona de Perigo" é a faixa de temperatura dentro da qual as bactérias crescem mais rapidamente. ninguém quer isso!
Algumas pessoas estão um pouco mais conscientes do impacto dos frigoríficos no ambiente e optam por manter as temperaturas dos seus frigoríficos e congeladores um pouco mais altas do que o recomendado.
Os frigoríficos modernos são muito melhor isolados e utilizam menos energia.
Pode optar por definir frigorifico e o congelador, para uma temperatura mais alta em sua própria casa, mas deve seguir as recomendações exigidas por lei, quando estiver no trabalho.
Há muita informação boa e má na internet. Para incentivar as pessoas a comer, a comida precisa ter boa aparência e cheirar bem.
Ao servir comida, deve considerar... Está apresentável e cheira bem? Está a uma temperatura adequada para atender às preferências da pessoa e ao que está escrito no plano de cuidados? A temperatura dos alimentos atende aos requisitos de segurança alimentar? A comida tem a consistência certa para o indivíduo? Os alimentos são cortados ou misturados, se especificado no plano de cuidados? Servir em prato ou tigela apropriado atendendo às necessidades do especialista.
A alimentação atende às necessidades nutricionais da pessoa? A comida é algo que o indivíduo gosta e deseja
Verifique se os utensílios apropriados estão disponíveis para apoiar a independência
Garante que os utensílios apropriados estejam disponíveis para permitir que os indivíduos atendam às suas necessidades nutricionais da forma mais independente possível?
Um indivíduo pode precisar de utensílios especializados para comer e beber.
Um Terapeuta Ocupacional pode ajudá-lo com isso.
Utensílios, pratos, tigelas e copos especialmente projetados podem fazer uma grande diferença para indivíduos de todas as idades e com diversas necessidades.
Talheres – Estes podem ser adaptados em forma, punho, ângulo e incluir alças e suportes. Colheres mais fundas e garfos maiores podem ajudar a comida a ficar melhor entre o prato e a boca. Pratos e tigelas –Podem ser adaptados em formato, com bordas mais altas, alças de base de sucção e compartimentos. Chávenas e canecas – Podem ser adaptados com alças, alças, tampas, lábios de copo, palhinhas, suportes, isolamento, formato, altura e largura.
Se uma pessoa que apoia usa dentadura... Certifique-se de que as próteses se ajustem bem e estejam disponíveis quando o indivíduo precisar delas e preferir usá-las.
Apoiar uma pessoa a ser independente quando come e bebe ajudará a manter a sua autoestima e o seu bem-estar emocional e espiritual.
A independência faz com que as pessoas se sintam no controle de suas vidas e lhes dá uma sensação de autoestima.
Isso demonstra que está a trabalhar de maneira centrada na pessoa.
Apoie e incentive os indivíduos a comerem de acordo com as suas necessidades
Algumas pessoas precisarão de apoio e incentivo para comer.
Outros podem precisar de incentivo para comer menos. Indivíduos com problemas de memória, perturbações emocionais ou que não se sentem bem podem precisar de avisos e orientações sobre quando e quanto comer.
Estas são algumas das coisas que pode fazer para incentivar as pessoas a comer. Faça da hora das refeições uma ocasião agradável;
Faça porções menores ou maiores, conforme necessário;
Faça a comida parecer e cheirar bem;
Identifique preferências pessoais e culturais;
Use uma abordagem com a qual o indivíduo se sinta confortável;
Crie um ambiente de alimentação adequado e agradável ;
Envolva os pacientes na preparação dos alimentos;
Apoiar os indivíduos
É o seu dever de cuidado apoiar os indivíduos no atendimento de suas necessidades nutricionais e de líquidos.
Deve notar que uma pessoa que apoia está comendo muito pouco ou demais.
Deve notar que uma pessoa perdeu ou ganhou peso recentemente.
Uma pessoa pode ter dificuldade para mastigar ou engolir alimentos e bebidas.
Em alguns casos e quando o indivíduo tem capacidade mental, poderá discutir isso diretamente com ele.
Quaisquer alterações no consumo alimentar e nutricional habitual da pessoa devem ser comunicadas.
Estas alterações podem dever-se ao seu bem-estar físico, ao seu bem-estar emocional, a uma mudança na medicação, etc., e devem ser analisadas.
A desnutrição pode ser muito comum em pessoas idosas.
Fontes:
Este é um link para o BDA (The Association of UK Dietitians). https://www.bda.uk.com/
Fontes:
https://alimentacaosaudavel.dgs.pt/alimentacao-e-saude/
https://www.advancecare.pt/para-si/blog/artigos/nutricao-e-prevencao-uma-excelente-opcao
Os primeiros socorros são a resposta rápida e inicial a uma emergência médica, através da aplicação de técnicas simples e eficazes para reduzir a gravidade da situação, melhorando as hipóteses de sobrevivência de uma vítima e diminuindo o seu grau de sofrimento.
São, por isso, a primeira ajuda a prestar a uma pessoa para impedir o agravamento do seu estado de saúde, antes de poder receber cuidados especializados. Saber o que fazer e (especialmente) o que não fazer pode significar a diferença nestes casos.
Posição Lateral de Segurança
A colocação de uma vítima inconsciente em posição lateral de segurança evita por um lado que a língua impeça a passagem do ar e garante também a drenagem pela boca, de saliva ou outros fluídos, que poderiam contribuir para a obstrução, causando pneumonia ou asfixia.
Segundo o site do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), estes são os passos que deve seguir:
Ajoelhe-se e alinhe o corpo da vítima, que deve ficar com os braços estendidos ao longo do corpo. Retire-lhe óculos e objetos volumosos dos bolsos.
Coloque o braço da vítima que está junto a si dobrado, com a palma da mão virada para cima e ao nível da cabeça.
Permaneça onde está e pegue na outra mão da vítima. Dobre-lhe o braço por forma a cruzar o peito e a colocar as costas da mão na face da vítima do seu lado. Após este movimento, segure do lado oposto ao seu a perna da vítima na zona do joelho, levante-a e dobre-a.
Utilize a perna dobrada para ajudar a rolar a vítima para o seu lado. Durante este movimento mantenha uma mão a apoiar a cabeça da vítima enquanto a faz rolar.
Certifique-se que a vítima está a respirar.
Ligue 112 e fique atento a alterações do estado da vítima enquanto aguarda pelo socorro.
Como utilizar o número de Emergência 112
Em caso de doença súbita ou de acidente grave deve contactar os serviços de emergência médica através do número 112 (número europeu de socorro). Tome nota de algumas informações importantes a transmitir ao telefone:
Informar claramente sobre o número de vítimas, discriminar se é homem, mulher, grávida, criança e fornecer estimativa de idades.
Dar indicações precisas sobre o estado da vítima e relatar de forma simples o tipo de acidente: queda, desmaio, atropelamento, eletrocussão, etc.
Descrever o local da emergência (se possível a morada exata) acompanhada de pontos de referência.
Pedir ao interlocutor que repita a mensagem a fim de ver se esta foi devidamente entendida.
Procurar um documento e contatar a família da vítima. Acalmar e, se possível, pedir informações à vítima sobre o sucedido.
Promover um ambiente calmo, afastando curiosos e evitando comentários.
Os primeiros socorros consistem, conforme a situação, na aplicação de técnicas simples e eficazes como proteção de feridas, imobilização de fraturas, controlo de hemorragias externas, desobstrução das vias respiratórias e realização de manobras de suporte básico de vida.
Mostramos, a seguir, alguns procedimentos, recorrentes em crianças e adultos, que podem ser aplicados por qualquer pessoa.
Afogamento
O que fazer?
Retirar imediatamente a vítima de dentro de água.
Verificar se está consciente, se respira e se o coração bate.
Colocar a vítima de barriga para baixo e com a cabeça virada para um dos lados.
Comprimir a caixa torácica 3 a 4 vezes, para fazer sair a água
Se a vítima não respira, deitá-la de costas e iniciar de imediato os procedimentos do algoritmo do Suporte Básico de Vida. Logo que a vítima respire normalmente, colocá-la em Posição Lateral de Segurança e mantê-la confortavelmente aquecida.
Se o afogamento se deu no mar ou num rio, o socorrista não deve:
Lançar-se à água se não souber nadar muito bem
Procurar salvar um afogado que está muito longe de terra
Deixar-se agarrar pela pessoa que quer salvar
Desmaio / Perda súbita de consciência
O desmaio é provocado por falta de oxigénio no cérebro, à qual o organismo reage de forma automática, com a perda de consciência e queda brusca e desamparada do corpo. Normalmente, o desmaio dura 2 a 3 minutos. Tem diversas causas: excesso de calor, fadiga, jejum prolongado, permanência de pé durante muito tempo, etc.
Palidez, suores frios, falta de força e pulso fraco são alguns dos sintomas.
O que fazer?
Se nos apercebermos de que a pessoa está prestes a desmaiar:
Sentá-la
Colocar-lhe a cabeça entre as pernas
Molhar-lhe a testa com água fria
Dar-lhe de beber chá ou café açucarados
Se a pessoa já estiver desmaiada:
Deitá-la com a cabeça de lado e as pernas elevadas
Desapertar-lhe as roupas
Mantê-la confortavelmente aquecida, mas, sempre que possível, em local arejado.
Logo que recupere os sentidos, dar-lhe uma bebida açucarada
Consultar posteriormente o médico
Golpe de Calor/Insolação
O golpe de calor ou insolação é uma situação resultante da exposição prolongada ao calor, num local fechado e sobreaquecido (por ex., dentro duma viatura fechada, ao sol) ou da exposição prolongada ao sol, nomeadamente na praia.
Dores de cabeça, tonturas, vómitos, excitação e inconsciência são alguns dos sintomas.
O que fazer?
Deitar a vítima em local arejado e à sombra.
Elevar-lhe a cabeça.
Desapertar-lhe a roupa.
Colocar-lhe compressas frias na cabeça.
Dar-lhe a beber água fresca, se a vítima estiver consciente.
Se estiver inconsciente, colocá-la em posição lateral de segurança.
A insolação é sempre grave, em especial nas crianças, e pode provocar hemorragia cerebral. Esta situação necessita de transporte urgente para o Hospital.
Estado de Choque
O estado de choque caracteriza-se por insuficiência circulatória aguda com deficiente oxigenação dos órgãos vitais. As causas podem ser muito variadas: traumatismo externo ou interno, perfuração súbita de órgãos, emoção, frio, queimadura, intervenções cirúrgicas, etc. Não tratado, o estado de choque pode conduzir à morte.
Palidez, olhos mortiços, suores frios, prostração (imobilidade e ausência de reação) e náuseas são alguns dos sintomas. Num estado de agravado, o pulso está fraco, a respiração superficial e pode levar à inconsciência.
O que fazer?
Se a vítima estiver consciente:
Deitá-la em local fresco e arejado.
Desapertar as roupas, não esquecendo gravatas, cintos e soutiens
Tentar manter a temperatura normal do corpo.
Levantar as pernas a 45º
Ir conversando para acalmá-la.
Ligar para o 112.
Se a vítima não estiver consciente deve colocá-la na Posição Lateral de Segurança. Deve aguardar a chegada dos serviços de emergência para que a vítima seja transportada para o hospital.
Nunca deve tentar dar de beber à vítima.
Feridas
Uma ferida tem quase sempre origem traumática, que além da pele (ferida superficial) pode atingir o tecido celular subcutâneo e muscular (ferida profunda).
O que fazer?
Antes de tudo, lavar as mãos e calçar luvas descartáveis.
Proteger provisoriamente a ferida com uma compressa esterilizada.
Lavar, do centro para os bordos da ferida, com água e sabão, solução de clorhexidina, por ex. Hibiscrub, ou similar, utilizando compressas.
Secar a ferida com uma compressa através de pequenos toques, para não destruir qualquer coágulo de sangue.
Desinfetar com antisséptico, por ex. Betadine em solução dérmica. Depois de limpa, se a ferida for superficial e de pequenas dimensões, deixá-la preferencialmente ao ar, ou então aplicar uma compressa esterilizada.
Se a ferida for mais extensa ou profunda, com tecidos esmagados ou infetados (ou se contiver corpos estranhos), deverá proteger apenas com uma compressa esterilizada e encaminhar para tratamento por profissionais de saúde. É uma situação grave que necessita transporte urgente para o Hospital.
Se houver hemorragia:
Se as compressas ficarem saturadas de sangue, colocar outras por cima, sem nunca retirar as primeiras.
Fazer durar a compressão até a hemorragia parar (pelo menos 10 minutos).
Se a hemorragia parar, aplicar um penso compressivo sobre a ferida.
Se se tratar de uma ferida dos membros, com hemorragia abundante, pode ser necessário aplicar um garrote. O garrote pode ser de borracha ou improvisado com uma tira de pano estreita ou uma gravata. Como aplicar o garrote:
Aplicar o garrote entre a ferida e o coração, mas o mais perto possível da ferida e sempre acima do joelho ou do cotovelo, de acordo com a localização da ferida que sangra.
Aplicar o garrote por cima da roupa ou sobre um pano limpo bem alisado colocado entre a pele e o garrote;
Colocar o garrote à volta do membro ferido; se o garrote for improvisado com uma tira de pano ou gravata, dar dois nós, entre os quais se coloca um pau, que poderá ser rodado até a hemorragia estancar.
O que não deve fazer:
Tocar nas feridas sangrantes sem luvas.
Utilizar o material (luvas, compressas, etc.) em mais de uma pessoa.
Soprar, tossir ou espirrar para cima da ferida.
Utilizar mercurocromo ou tintura de metiolato (deve utilizar Betadine dérmico).
Fazer compressão directa em locais onde haja suspeita de fracturas ou de corpos estranhos encravados, ou junto das articulações.
Tentar tratar uma ferida mais grave, extensa ou profunda, com tecidos esmagados ou infectados, ou que contenha corpos estranhos.
Fraturas
Em caso de fratura ou suspeita de fractura, o osso deve ser imobilizado. Qualquer movimento provoca dores intensas e deve ser evitado.
Sinais e Sintomas
Dor intensa no local, edema (inchaço) e perda total ou parcial dos movimentos.
Encurtamento ou deformação do membro lesionado.
O que fazer?
Expor a zona da lesão (desapertar ou se necessário cortar a roupa).
Verificar se existem ferimentos.
Tentar imobilizar as articulações que se encontram antes e depois da fractura, utilizando talas apropriadas ou, na sua falta, improvisadas.
Note bem:
As fracturas têm de ser tratadas no Hospital.
As talas devem ser sempre previamente almofadadas e bastante sólidas. Quando improvisadas, podem ser feitas com barras de metal ou varas de
madeira.
Se se utilizarem talas insufláveis, estas devem ser desinsufladas de 15 em 15 minutos para aliviar a pressão que pode dificultar a circulação do sangue.
O que não fazer:
Tentar fazer redução da fratura, isto é, tentar encaixar as extremidades do osso partido.
Provocar apertos ou compressões que dificultem a circulação do sangue.
Procurar, numa fratura exposta, meter para dentro as partes dos ossos que estejam visíveis.
Este e outros exemplos de procedimentos em caso de emergências podem ser consultados no Manual de Primeiros Socorros.
Não sendo socorrista, e tratando-se de um acidentado de maior gravidade, o crucial é saber comunicar o caso com os serviços de emergência da forma mais eficaz possível.
Saber informar pode salvar uma vida!
Fonte:"https://hff.min-saude.pt/primeiros-socorros-como-agir-em-situacoes-de-emergencia/"
As caixas de primeiros socorros vendem-se em diversos tipos de espaços comerciais, como farmácias, parafarmácias ou grandes superfícies.
Se preferir, prepare a sua própria caixa de primeiros socorros e inclua os seguintes materiais e produtos, em quantidade adequada ao agregado familiar e ao contexto: Pensos rápidos de vários tamanhos; Compressas esterilizadas e não esterilizadas; Ligadura de gaze e elástica; Fita adesiva para pensos; Alfinetes de ama; Tesoura sem pontas e pinça; Luvas descartáveis; Termómetro; Toalhetes ou solução antissética; Soro fisiológico;
Pequenos sacos de plástico para guardar os materiais usados e o lixo;
Solução para lavagem das mãos (antes e depois da prestação de cuidados);
Medicamentos analgésicos ou anti-inflamatórios orais, de venda livre, como paracetamol e/ou ibuprofeno, em dosagem adequada para os escalões etários dos membros da família;
Pomadas para queimaduras e para picadas de insetos;
Manual de primeiros socorros;
Na época em que vivemos o kit de primeiros socorros também deverá incluir máscaras de proteção.
Se for viajar ou praticar alguma atividade específica poderá considerar a necessidade de outros materiais, por exemplo:
Manta de aquecimento de emergência;
Spray para lesões desportivas;
Packs para aplicação de calor ou de frio;
Repelente de insetos;
Medicamentos para diarreia;
Medicamento para enjoos.
Ainda:
Guarde o seu kit de primeiros socorros num local fresco e seco;
Verifique regulamente os prazos de validade dos medicamentos e outros produtos incluídos e substitua o que for necessário;
Todos os frascos e embalagens devem estar rotulados e os instrumentos pontiagudos (tesouras, pinças) devem estar embalados de forma adequada;
Não é aconselhável manter o kit de primeiros socorros trancado, para que seja fácil aceder em caso de necessidade; no entanto, deve sempre mantê-lo longe da vista e do alcance das crianças.
É sempre bom ter uma caixa de primeiros socorros em casa.
Fonte:"https://www.hospitaldaluz.pt/pt/saude-e-bem-estar/prepare-kit-primeiros-socorros"
A colocação de uma vítima inconsciente em posição lateral de segurança evita por um lado que a língua impeça a passagem do ar e garante também a drenagem pela boca, de saliva ou outros fluídos, que poderiam contribuir para a obstrução, causando pneumonia ou asfixia.
Segundo o site do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), estes são os passos que deve seguir:
Como utilizar o número de Emergência 112
Em caso de doença súbita ou de acidente grave deve contactar os serviços de emergência médica através do número 112 (número europeu de socorro). Tome nota de algumas informações importantes a transmitir ao telefone:
Fonte:"https://hff.min-saude.pt/primeiros-socorros-como-agir-em-situacoes-de-emergencia/"
Quando alguém se engasga é porque há uma obstrução das vias respiratórias, uma descoordenação ou uma disfunção daquela região. Basta um golo de água acidentalmente ir parar à traqueia ou às cordas vocais para se ter aquela sensação desconfortável de engasgamento.
Rapidamente, começa-se a respirar com dificuldade e a tossir. Muitas vezes, alguém preocupado com quem está a engasgar-se bate nas costas dessa pessoa.
Mas quando é que é mesmo importante fazê-lo?
Vias partilhadas explicam a razão para nos engasgarmos
O engasgamento acontece porque o aparelho digestivo e o aparelho respiratório partilham espaços comuns. Na faringe, o segmento de tubo que vem depois das vias nasais e da boca, tanto passa o ar que vai para os pulmões como os alimentos e a água que se dirigem para o estômago. Da faringe, o ar viaja para a traqueia, enquanto os alimentos seguem para o esófago. Há uma porta – a epiglote – que tapa a entrada da traqueia quando se engole comida ou bebida.
No entanto, assim como o ar pode ser engolido e ir parar ao estômago, também os alimentos ou líquidos podem ir acidentalmente parar às cordas vocais que estão tapadas pela epiglote. Esta é uma razão para não se falar e comer ao mesmo tempo. Como falar exige que algum ar saia dos pulmões, pode confundir a epiglote que se abre quando estamos a engolir alimentos.
Nestas situações, engasgamo-nos. Por outro lado, os próprios alimentos ou outros objetos que alguém engole podem também ficar presos na faringe, bloqueando a passagem de ar. Estas situações podem ser muito perigosas porque impedem a respiração e podem ser fatais.
O que fazer em caso de engasgamento?
Pode ser aflitivo ver alguém engasgar-se. Normalmente, as pessoas conseguem ultrapassar o episódio sozinhas. Se estão a tossir é porque as vias respiratórias não ficaram completamente obstruídas. E tossir é a melhor forma para expelir o líquido e o alimento que têm nos canais e que está a causar a situação. Se alguém não conseguir respirar quando se engasga, então a situação pode tornar-se crítica e até levar um indivíduo à morte.
Nesse caso, há vários passos a dar. O primeiro é, justamente, dar pancadas nas costas. Deve-se bater cinco vezes no meio das costas da pessoa que se engasgou com a mão aberta e num movimento de baixo para cima para desobstruir os canais. Se esta técnica não resultar, o próximo passo é aplicar a Manobra de Heimlich (ver vídeo abaixo).
Para isso, é necessário alguém pôr-se de pé atrás da pessoa, que também deve estar de pé. Depois, passa-se o braço à volta do tronco e coloca-se um punho por cima do umbigo. Com a outra mão a segurar o punho pressiona-se o punho em direção ao diafragma – ou seja, para dentro e para cima. Este gesto comprime os pulmões e exerce pressão em qualquer alimento (ou outro objeto) que esteja preso na traqueia ou na faringe.
No fundo, causa uma tosse artificial na pessoa que está a engasgar-se. Caso a manobra não resultar após se tentar cinco vezes, é necessário chamar ajuda médica.
Em suma
Quando alguém está a engasgar-se mas consegue tossir, então é provável que resolva o problema sozinho e liberte-se daquilo que está a tapar as vias respiratórias. Mas se não está a tossir nem a respirar é quando é mesmo necessário ajudar a pessoa. Bater nas costas é a primeira coisa a fazer. Se não resultar, então passa-se para a Manobra de Heimlich. No pior dos cenários, é urgente chamar ajuda médica para evitar o sufocamento.
Fontes:
Manobra de Heimlich:
https://www.google.com/search?q=manobra+de+Heimlich+inem+video&sca_e
https://static.tuasaude.com/media/article/jq/ow/o-que-fazer-se-alguem-engasgar_26260_l.webp
A maioria dos sangramentos nasais é mais anterior, proveniente de um plexo de vasos no septo anteroinferior (área de Kiesselbach).
Menos comuns e mais graves são as hemorragias nasais posteriores, que se originam na região do septo posterior, que recobre o osso vômer, ou na lateral da concha inferior ou da concha média. Sangramentos nasais posteriores tendem a ocorrer em pacientes que tenham vasos ateroscleróticos preexistentes ou distúrbios hemorrágicos, e que foram submetidos à cirurgia nasal ou sinusal.
As causas mais comuns de epistaxe são:
Traumatismo local (p. ex., assoar o nariz e cutucar);
Ressecamento da mucosa nasal;
Há algumas causas menos comuns (ver tabela Algumas causas de epistaxe). A hipertensão pode contribuir para a persistência de hemorragia nasal que já começou, mas é improvável que seja a etiologia única.
História
A história da doença atual deve tentar determinar qual lado começou a sangrar em primeiro lugar; embora epistaxes importantes rapidamente envolvam ambas as narinas, a maioria dos pacientes pode localizar o fluxo inicial de um lado, que orienta o exame físico. Além disso, a duração do sangramento deve ser estabelecida, bem como quaisquer gatilhos (p. ex., espirros, assoar o nariz, manipulação digital) e tentativas por parte do paciente para conter o sangramento. Pode ocorrer melena e o sangue ingerido é um irritante gástrico, portanto, assim os pacientes também podem relatar vômitos sanguíneos. Importantes sintomas associados anteriores ao início da epistaxe incluem sintomas de infecções do trato respiratório superior, sensação de obstrução nasal e dor nasal ou facial. Deve-se identificar a duração e o número de hemorragias nasais anteriores e respectivo desaparecimento.
A revisão dos sistemas deve perguntar sobre sangramento excessivo (particularmente relacionado à escovação de dentes, flebotomia ou trauma menor), hematomas fáceis; fezes com sangue ou melena, hemoptise e sangue na urina.
A história clínica deve observar a presença de distúrbios hemorrágicos conhecidos (incluindo história familiar) e condições associadas aos defeitos de plaquetas ou coagulação, particularmente câncer, cirrose, HIV e gestação. A história de uso de drogas e fármacos (prescritos, de venda livre, recreacionais) deve incluir especificamente aqueles que podem promover sangramento, como aspirina e outros anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), outros antiplaquetários (p. ex., clopidogrel), heparina e varfarina.
Exame físico
Os sinais vitais devem ser revistos para indicações de depleção de volume intravascular (hipotensão, taquicardia) e hipertensão arterial acentuada. Com sangramento ativo, o tratamento ocorre simultaneamente com a avaliação.
Durante sangramento ativo, a inspeção é difícil, então, primeiro são feitas tentativas para conter o sangramento, como descrito a seguir. O nariz é, em seguida, analisado utilizando um espéculo nasal e um fotóforo ou espelho frontal, o que deixa uma mão livre para manipular o aspirador ou um instrumento.
Locais de sangramento anterior são geralmente aparentes ao exame direto. Se nenhum local é aparente, e houve apenas 1 ou 2 pequenas hemorragias nasais, exame mais aprofundado não é necessário. Se o sangramento é grave ou recorrente e nenhum local é visto, a nasofibroscopia pode ser necessária.
O exame geral deve procurar por sinais de distúrbios hemorrágicos, incluindo petéquias, púrpura e telangiectasias de mucosa oral e perioral, bem como quaisquer massas intranasais.
Sinais de alerta
Em pacientes com epistaxe, os seguintes achados são particularmente preocupantes:
Sinais de hipovolemia ou choque hemorrágico
Uso de anticoagulantes
Sinais cutâneos de distúrbio de coagulação
Sangramento não parou após pressão direta ou tampões umedecidos com vasoconstritor
Múltiplas recorrências de epistasia, particularmente com nenhuma causa aparente
Interpretação dos achados
Muitos casos de epistaxe têm um gatilho claro (sobretudo assoar ou cutucar o nariz), conforme sugerido pelos achados (ver tabela Algumas causas de epistaxe).
Exames
Para diagnosticar a epistaxe, testes laboratoriais de rotina não são necessários. Se os pacientes têm sinais ou sintomas de distúrbio hemorrágico e epistaxe grave ou recorrente, devem-se fazer um hemograma completo, e exames do tempo de protrombina e do tempo de tromboplastina parcial.
A TC pode ser feita se houver suspeita de um corpo estranho, um tumor ou sinusite.
O tratamento presuntivo do sangramento ativo é feito tendo-se como padrão a conduta no sangramento anterior. A necessidade de hemotransfusão é determinada por nível de hemoglobina, sintomas de anemia e sinais vitais. Quaisquer distúrbios hemorrágicos identificados são tratados.
Epistaxe anterior
O sangramento geralmente pode ser controlado com a compressão digital das asas do nariz por 10 minutos, enquanto o paciente aguarda sentado (se possível). Se essa manobra for ineficaz, um tampão de algodão impregnado com um vasoconstritor (p. ex., fenilefrina 0,25%) e um anestésico tópico (p. ex., lidocaína 2%) é inserido e o nariz comprimido por mais 10 minutos. O ponto de sangramento pode ser cauterizado com nitrato de prata na ponta de um porta-algodão ou eletrocautério. A cauterização dos 4 quadrantes imediatamente adjacentes ao vaso sangrante é mais eficaz. Cuidados devem ser tomados para evitar queimar a mucosa muito profundamente e, portanto, o nitrato de prata é o método preferido.
Como alternativa, um tampão nasal de espuma expansível pode ser inserido. Impregnar o tampão com pomada tópica, como bacitracina ou mupirocina, pode ajudar tanto como um lubrificante como profilaxia contra infecções. Se esses métodos são ineficazes, vários balões nasais comerciais podem ser usados para comprimir os locais de sangramento.
Como outra alternativa, um tamponamento anterior nasal consistindo em gaze de 1,5 cm de vaselina pode ser inserido; até 175 cm de gaze podem ser necessários. Esse procedimento é doloroso e analgésicos geralmente são necessários; isso só deve ser feito quando outros métodos são ineficazes ou indisponíveis.
Epistaxe posterior
Sangramento posterior pode ser difícil de controlar. Balões nasais comerciais são rápidos e convenientes; um tamponamento de gaze anteroposterior é eficaz, mas de difícil colocação. Ambos são muito desconfortáveis; sedação intravenosa e analgesia podem ser necessárias; a internação é obrigatória.
Balões comerciais são inseridos de acordo com as instruções que acompanham o produto.
O tamponamento de gaze posterior consiste em 10 cm de gaze dobrados, enrolados, amarrados em um feixe apertado com 2 fios de sutura de seda, e revestido com pomada antibiótica. A extremidade de um fio está ligada a um catéter que foi introduzido através da cavidade nasal do lado da sangramento e exteriorizado através da boca. À medida que o catéter é retirado a partir do nariz, o tampão pós-nasal é puxado para o local acima do palato mole na nasofaringe. A 2ª sutura, que é mantida longa, fica pendente na parte de trás da garganta e é deixada abaixo do nível do palato mole, de modo que possa ser usada para remover o tampão. A cavidade nasal anterior a esse tampão deve ser firmemente preenchida com gaze com vaselina, e a extremidade nasal do fio é amarrada a um rolo de gaze anterior às narinas para fixar o tampão pós-nasal. O tampão é deixado no local durante 4 a 5 dias. Um antibiótico (p. ex., amoxicilina/clavulanato 875 mg, por via oral, 2 vezes ao dia, durante 7 a 10 dias) é indicado para prevenir sinusite e otite média. O tamponamento nasal posterior reduz a PO2 arterial e O2 suplementar é dado enquanto o tampão estiver locado. Esse procedimento é incômodo e, se possível, deve ser evitado.
De vez em quando, a artéria maxilar interna e seus ramos devem ser ligados para controlar o sangramento. As artérias podem ser ligadas com clipes usando orientação endoscópica ou microscópica e uma abordagem cirúrgica através do seio maxilar (maxilar interno) ou abordagem endoscópica transnasal (esfenopalatina). Como alternativa, a embolização angiográfica pode ser realizada por radiologista habilidoso. Esses procedimentos, se feitos em tempo hábil, podem encurtar a permanência hospitalar.
Distúrbios hemorrágicos
Na telangiectasia hereditária hemorrágica (síndrome de Rendu-Osler-Weber), um enxerto de pele parcial (dermatoplastia septal) reduz o número de hemorragias nasais e permite que a anemia seja corrigida. A fotocoagulação a laser (Nd: YAG) pode ser feita na sala de operação. A embolização seletiva também é muito eficaz, particularmente se os pacientes não toleram a anestesia geral ou se a intervenção cirúrgica não foi bem-sucedida. Novos dispositivos endoscópicos tornaram cirurgia transnasal mais eficaz.
O sangue pode ser deglutido em grandes quantidades e, nos pacientes com distúrbios hepáticos graves, deve ser eliminado rapidamente com enemas e laxantes para prevenir encefalopatia hepática. O trato gastrintestinal deve ser esterilizado com antibióticos não absorvíveis (p. ex., neomicina 1 g, por via oral, 4 vezes ao dia) para impedir a digestão do sangue e a absorção de amônia.
Fontes:
https://www.hospitaldaluz.pt/pt/dicionario-de-saude/traumatismo-nasal
https://www.hospitaldaluz.pt/pt/saude-e-bem-estar/que-fazer-quando-deita-sangue-nariz
Lavar as mãos é uma das melhores maneiras de proteção, contra doenças.
Aprenda quando e como deve lavar as mãos para se manter saudável.
Lavar as mãos pode mantê-lo saudável e prevenir a propagação de infecções respiratórias e diarreicas.
Assim, saber lavar as mãos corretamente é muito importante para eliminar vírus e bactérias que possam estar na pele e causar infecções no organismo.
Como os germes se espalham
Os germes podem espalhar-se de pessoa para pessoa ou de superfícies para pessoas quando:
Momentos importantes para lavar as mãos
Pode contribuir para se manterem saudáveis, lavando as mãos com frequência, especialmente durante estes momentos importantes, quando é provável que contraia e espalhe germes:
Se não houver água e sabão disponíveis, use um desinfetante para as mãos com pelo menos 60% de álcool para limpar as mãos.
Siga cinco etapas para lavar as mãos da maneira certa
Lavar as mãos é fácil e é uma das formas mais eficazes de prevenir a propagação de germes.
Mãos limpas podem ajudar a impedir que os germes se espalhem de uma pessoa para outra e nas nossas comunidades – incluindo a sua casa, local de trabalho, escolas e creches.
Siga estas cinco etapas sempre.
Lavar as mãos com água e sabão é a melhor maneira de se livrar dos germes na maioria das situações.
Se não houver água e sabão disponíveis, pode usar um desinfetante para as mãos à base de álcool que contenha pelo menos 60% de álcool. Pode saber se o desinfetante contém pelo menos 60% de álcool ao olhar o rótulo do produto.
Os desinfetantes podem reduzir rapidamente o número de germes nas mãos em muitas situações.
No entanto,
Engolir desinfetante para as mãos à base de álcool pode causar intoxicação por álcool se mais do que alguns goles forem engolidos.
Mantenha-o fora do alcance de crianças pequenas e supervisione seu uso.
Como usar desinfetante para as mãos
Para obter mais informações sobre lavagem das mãos, visite o site Handwashing do CDC.
Fontes:
https://www.lusiadas.pt/blog/covid-19/lavar-maos-como-fazer
https://onossofilho.pt/como-lavar-as-maos-corretamente-em-sete-passos/
O que é saúde bucal/oral?
De acordo com a Federação Dentária Internacional (FDI), a saúde bucal/oral é multifacetada e compreende a capacidade de falar, sorrir, saborear e ingerir alimentos, além de transmitir emoções utilizando expressões faciais, sem desconforto ou dor.
A saúde bucal influencia a qualidade de vida das pessoas. O que são cuidados de saúde oral e porque são importantes?
O termo ‘oral’ indica todas as áreas da boca.
O termo ‘oral’ é usado em vez de ‘dental’. Isso ocorre porque “dental” geralmente se refere apenas aos dentes. Também se pode ouvir os cuidados de saúde bucal serem chamados de cuidados bucais, principalmente por profissionais de saúde. Os cuidados de saúde oral consistem em permitir que as pessoas comam, falem e socializem sem desconforto ou constrangimento.
Uma boa higiene bucal ajuda a manter as pessoas livres de dor. Isto é especialmente importante para pessoas que têm dificuldades de comunicação, que podem ter dificuldade em alertar outras pessoas sobre onde dói. Para pessoas com doenças crónicas, bons cuidados orais podem ajudar a garantir que podem tomar os medicamentos de que necessitam.
A má saúde bucal pode afetar a qualidade de vida, diminuir a autoconfiança e alterar a autoimagem de uma pessoa. Também pode afetar a capacidade de falar e sorrir. Isto significa que as pessoas podem não gostar da sua aparência se a sua saúde oral for fraca, o que quase certamente afetará o seu bem-estar.
As pessoas com demência, em particular, podem não conseguir expressar que sofrem de dor ou desconforto oral, mas isso pode afetar o seu humor ou aumentar a confusão. A dor pode causar ou aumentar a probabilidade de comportamentos desafiadores. Uma boa higiene bucal é essencial para ajudar a prevenir doenças dentárias e reduzir a possibilidade de dor na boca.
A partir da definição, é possível entender que não se pode reduzir a saúde bucal apenas à aparência dos dentes. Na realidade, a saúde bucal é um aspeto importante para a dimensão social dos indivíduos e repercute também na saúde do corpo como um todo.
Por isso, proteger e preservar a saúde bucal é tão relevante. Ter cuidados com toda a região da boca, higienizá-la corretamente, além de efetuar visitas periódicas ao dentista, são formas de garantir condições de vida mais confortáveis.
Higiene bucal e saúde
Como pudemos observar anteriormente, a saúde bucal não afeta somente a região da boca, mas também questões de todo o corpo, o bem-estar e até a autoestima. E um meio de garantir que ela se mantenha em um bom nível é realizar a higiene adequada nos dentes, na gengiva e na língua.
Para além de escovar os dentes ao acordar e após as refeições, é importante passar o fio dental para garantir que todos os resíduos de alimentos foram eliminados, evitando problemas como a periodontite, e utilizar um enxaguante bucal depois da higienização.
Assim, é possível se certificar que a região está limpa e diminuir a proliferação de bactérias, que causam problemas como cáries, mau hálito, tártaro e dores de dente.
O fio dental ajuda a limpar os dentes mais profundamente.
Além das doenças bucais, a higienização correta pode ajudar a prevenir o desenvolvimento de outras enfermidades não ligadas diretamente à região, como a endocardite bacteriana, pneumonias e a piora da diabetes.
Outro aspeto que pode ser destacado é o da interação social. Como reiterado pela FDI, a saúde bucal tem ligação direta com a vida em sociedade, e os problemas causados pela má higiene podem desencadear também patologias relacionadas à saúde mental, como a fobia social e a ansiedade.
Principais problemas de uma má higiene bucal:
A má limpeza dos dentes e da cavidade oral pode acarretar problemas nessa região e também outras patologias. A seguir, listamos uma série de intercorrências e doenças que podem afetar o dia a dia das pessoas, como sendo:
As cáries são deteriorações nos dentes causadas pela proliferação de bactérias, advindas do acúmulo de açúcares dos restos de alimentos. Esse tipo de problema compromete gravemente a saúde dos dentes e ocorre por conta da má escovação ou por falta de uso do fio dental.
Se não forem tratadas, as cáries podem evoluir para a morte da polpa do dente, exigindo sua extração, por causa da grande dor e do risco de infeções.
As cáries são um problema comum, mas que pode ser evitado com a melhora da higiene bucal.
O mau hálito é um problema recorrente e que pode ter diversas causas. Uma delas é a placa bacteriana, formada pelo acúmulo de microrganismos na boca quando não se realiza a limpeza bucal correta.
Outros problemas também podem ocasionar mau hálito e alguns deles também são advindos da má higiene da boca, como a cáries e a gengivite.
A gengivite é a inflamação da gengiva, causada pela higiene bucal precária e pelo uso de produtos inadequados para a limpeza dos dentes, como escovas com cerdas muito duras ou de tamanho maior que o ideal.
O problema pode causar dores, inchaços, vermelhidão, sangramentos e alta sensibilidade na área afetada. Além disso, a gengivite pode ser responsável por casos de mau hálito e evoluir para uma doença ainda mais grave, a periodontite.
As aftas podem ser causadas por diversos fatores, como má higiene bucal, alterações hormonais e sensibilidade alimentar. Ela é caracterizada por uma pequena mancha branca ou avermelhada, que arde durante a escovação ou o consumo de alimentos.
O problema exige manutenção da saúde bucal com cautela, sem o uso de enxaguantes, já que eles podem agravar a situação e causar fortes irritações na região afetada. Em geral, tomando os cuidados necessários, as aftas tendem a sumir em poucos dias.
As aftas são doloridas e tendem a desaparecer em alguns dias.
As bactérias presentes na boca são de extrema importância para a proteção desse órgão, assim como do resto do organismo. No entanto, quando em quantidades excessivas, podem causar sérios problemas bucais e atingir outras partes do corpo humano, como o coração.
A endocardite bacteriana é um exemplo disso. A doença ocorre quando uma bactéria, que pode ser proveniente de uma limpeza deficitária da cavidade bucal, cai na corrente sanguínea e chega ao coração. No órgão, ela pode se ligar a válvulas ou tecidos, comprometendo seu funcionamento.
É uma patologia que demanda tratamento rápido para que não evolua e pode ser ainda mais grave para quem já sofre de problemas cardiovasculares.
A má higiene bucal também pode afetar o desempenho sexual em alguns casos. Quando as bactérias da boca migram para as veias responsáveis pela irrigação do pênis, por exemplo, placas bacterianas se formam nesses locais, prejudicando o fluxo sanguíneo e, consequentemente, a ereção.
Estudos apontam que pode haver relação também entre as citocinas da doença periodontal e complicações gestacionais, entre elas, o parto prematuro. Por conta disso, os cuidados com a saúde da boca na gravidez fazem parte inclusive das diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal.
Infeções pulmonares, cansaço no tórax e pneumonia são algumas das doenças que podem surgir quando as bactérias da boca se deslocam para a região pulmonar. Nesse novo local, elas não encontram resistência suficiente para combater seus efeitos e acabam gerando vários problemas.
A artrite não é diretamente causada pela má higiene da boca, mas pode ser agravada por causa disso. Estudos comprovam que pessoas portadoras de artrite têm maior dificuldade para realizar uma limpeza correta na boca, aumentando os riscos de infeções na gengiva, além da formação de placas bacterianas.
Quando essas bactérias migram da boca para as articulações, o quadro de artrite reumatoide pode se agravar, gerando mais problemas para o indivíduo.
A higiene bucal precária na gravidez pode gerar diversos problemas. A alta frequência de náuseas e enjoos, além das alterações hormonais, podem deixar as gengivas inflamadas, afetando seus tecidos e fibras. Por isso, é preciso se atentar à limpeza da região.
A diabetes também pode ocasionar problemas bucais, principalmente se associada à má limpeza da região. O motivo é que a doença causa o acúmulo de glicose no sangue, o que facilita a proliferação de bactérias.
Por consequência, a placa bacteriana instalada nos dentes passa a produzir ácidos que prejudicam o esmalte dentário. Com a vulnerabilidade causada pela falta da camada de proteção, as cáries podem aparecer com mais facilidade.
A formação de placa bacteriana pode piorar com a diabetes.
Bactérias orais provenientes de um abscesso dentário ou de outras infeções orais podem entrar na corrente sanguínea e causar septicemia ou envenenamento do sangue.
13.Úlceras na boca
Existem inúmeras causas de úlceras na boca, por exemplo, traumatismo de prótese dentária, reação a medicamentos, doença subjacente ou cancro oral. Procure orientação de um dentista, mesmo que as úlceras sejam indolores.
Como cuidar da higiene bucal
Os cuidados com a saúde bucal envolvem principalmente a higienização correta da região.
Além disso, é fundamental a construção de hábitos que não a prejudiquem no dia a dia. Seguindo as recomendações corretas e adicionando ações de precaução ao quotidiano, é possível manter o bem-estar da boca, da seguinte forma:
Cuidados com os dentes
Realizar a higiene dos dentes de forma certa é fundamental para prevenir doenças e evitar problemas a longo prazo. Para isso, é preciso saber escová-los e em qual a frequência que a limpeza deve ocorrer.
Para escovar bem os dentes, é preciso realizar movimentos circulares, em suas superfícies internas e externas, de maneira suave e com uma escova adequada. O processo de escovar os dentes, deve percorrer todos os dentes e também é necessário escovar a língua, para retirar as bactérias acumuladas.
A escovação deve ocorrer sempre após as refeições e pelo menos três vezes ao dia, para garantir que os restos de alimentos não se acumulem nos dentes.
Ensinar a escovar de forma correta os dentes é importante para a educação em saúde bucal.
Outro ponto muito importante é o uso do fio dental. O fio dental ajuda a evitar o acúmulo de resíduos que não são retirados apenas com ao escovar os dentes.
Para utilizá-lo da forma correta, deve-se cortar um pedaço de aproximadamente 40 cm do fio e passá-lo em todos os dentes, acompanhando suas curvas. A frequência ideal é de uma a duas vezes por dia.
Utilizar produtos de higiene bucal com flúor, principalmente cremes dentais, também é um aspeto significativo para preservar a saúde dos dentes e da boca. O componente flúor ajuda a preservar o esmalte dentário, contribuindo para a manutenção da camada de proteção e aparência, necessita ter uma concentração mínima para ser eficaz e essa, de acordo com a melhor evidência científica disponível, deve ser de 1000 ppm F (mg F/kg).
Caso não haja contraindicação de seu dentista, utilizar enxaguantes bucais pode ser mais uma maneira de assegurar uma boa higiene dos dentes.
Dentaduras na saúde oral:
Como cuidar da saúde bucal de pessoas com próteses dentárias.
Assim como os dentes naturais, as dentaduras precisam ser mantidas limpas. A placa também pode se acumular nas dentaduras e, se não for limpa regularmente, pode causar infecções relacionadas às dentaduras, como estomatite (candidíase oral).
Outros equipamentos, como caixas de dentaduras, também precisam ser mantidos limpos.
As pesoas podem usar próteses totais ou parciais. Às vezes pode ser difícil dizer o que são dentaduras e o que são dentes naturais, por isso uma avaliação oral completa deve ser realizada assim que a pessoa for internada.
Algumas pessoas podem relutar em remover as dentaduras, porém, elas devem ser removidas e deverão ser colocados em uma caixa, etiquetada com o nome e data de nascimento do indivíduo.
Higiene das dentaduras:
Mudanças nas necessidades e circunstâncias das pessoas.
As necessidades gerais de higiene oral das pessoas devem ser revistas regularmente, porque poderão mudar.
Também devem ser feitas verificações diárias de que os cuidados bucais estão a ser realizados. Os cuidados orais devem ser melhorados se os indivíduos necessitarem de uma maior ingestão de alimentos que contenham açúcar para garantir uma ingestão calórica adequada, ou se estiverem a tomar suplementos nutricionais.
Os cuidados bucais aprimorados incluem escovar os dentes com mais frequência ou usar creme dental ou enxaguatórios bucais com alto teor de flúor, conforme orientação de um dentista. O ideal é que a boca seja limpa, ou pelo menos enxaguada com água, após as refeições.
O ideal, as dentaduras devem ser enxaguadas após cada refeição.
Limpe as dentaduras de manhã e à noite usando uma escova de dentes e creme para próteses dentárias ou água e sabão sem perfume.
Limpe o céu da boca, as gengivas e a língua com uma escova de dentes macia.
As melhores práticas atuais recomendam a desinfeção diária das dentaduras numa solução de hipoclorito de sódio (normalmente utilizada em biberões). A solução deve ser preparada de acordo com as instruções do fabricante.
As próteses devem ser embebidas em uma caixa etiquetada e com tampa contendo a solução por 20 minutos. Após a imersão, descarte a solução desinfetante, enxagúe a caixa e cubra a dentadura em água corrente durante a noite.
Para evitar a ingestão de solução desinfetante por pessoas com demência, esta não deve ser armazenada ou utilizada ao seu alcance.
Algumas pessoas podem usar adesivos para próteses dentárias, especialmente se tiverem próteses mal ajustadas. Os adesivos vêm em diferentes formas (pasta, pó ou tiras) e são usados para segurar as dentaduras no lugar e evitar fricção nas gengivas. Siga as instruções na embalagem do produto e certifique-se de usar a quantidade correta.
Acontece frequentemente que se aplica demasiado, o que pode constituir um risco de aspiração. Após a remoção das dentaduras, certifique-se de que todos os vestígios de adesivo sejam limpos da boca do paciente e da dentadura.
As pessoas são propensas a perder as dentaduras, portanto, o nome nas (caixas) dentaduras é importante, pois proporciona fácil reconhecimento das dentaduras da pessoa. Os idosos podem ter dificuldade em se adaptar às novas próteses; as dentaduras também são muito caras para substituir. Quando se encontram em instituições, o ideal é que as dentaduras sejam marcadas com o nome da pessoa, para não se perderem.
Hábitos saudáveis
Além da higiene bucal, manter bons hábitos é essencial para não prejudicar a saúde da boca e evitar problemas. E, como reiterado anteriormente, essas ações também podem ajudar a melhorar a saúde de uma forma ampla.
Um ponto relevante nesse sentido é a ingestão de alimentos saudáveis e nutritivos. Eles ajudam a evitar a proliferação de bactérias advindas do consumo do açúcar e também não contam com elementos industriais, como Alimentos saudáveis também colaboram para a saúde bucal.
Nesse sentido, diminuir o consumo de doces, pratos excessivamente gordurosos e alimentos ultraprocessados de modo geral é uma boa maneira de contribuir com a saúde bucal e de todo corpo.
Outro aspeto importante para evitar os desgastes dos dentes e a piora de sua aparência é reduzir a ingestão de café. A bebida é ácida e pode aumentar a porosidade dentária, além de ter uma coloração forte, que pode manchá-los.
Um fator que também deve ser repensado ao se tratar de saúde da boca e do corpo é o consumo excessivo de álcool. Por desidratar o organismo, a substância causa diminuição na produção de saliva, aumentando a proliferação de microrganismos. A acidez das bebidas pode ainda enfraquecer os dentes.
Fumar é outro hábito que deve ser evitado. Além de causar manchas e a deterioração dos dentes a longo prazo, o tabaco aumenta as chances de desenvolver cancro na boca e no pulmão.
Cancro oral
(O cancro oral é definido pela Classificação Internacional de Doenças pelo conjunto de tumores malignos que afetam qualquer localização da cavidade oral, dos lábios à garganta, (incluindo as amígdalas e a faringe).
A sua localização mais comum é no pavimento da boca (mucosa abaixo da língua), bordo lateral da língua e no palato mole.
Mais de 90% destes cancros são designados por carcinomas afetando o epitélio da mucosa oral. Os restantes correspondem a formas mais raras de tumores e incluem os linfomas, sarcomas, melanomas, etc.
O cancro oral está associado a índices de mortalidade elevados, que se deve em grande parte ao seu diagnóstico tardio.
Consultar o dentista
Um costume que deve ser desenvolvido, imprescindível para a manter a saúde bucal, é a consulta ao dentista.
Os corantes, que podem causar intercorrências a longo prazo.
Ir ao dentista é fundamental para manter o cuidado com os dentes.
O profissional consegue realizar diagnósticos caso haja problemas, identificar possíveis intercorrências antecipadamente, indicar os tratamentos corretos, fornecer orientações e também cuidar da manutenção dos dentes.
Sempre que houver dor ou incômodo, a ida ao dentista é recomendada. Mas não se deve procurar o profissional só nesses momentos. Mesmo quem estiver com a saúde dos dentes em dia deve consultá-lo pelo menos a cada seis meses ou no período indicado por ele.
Caso faça uso de algum aparelho ou esteja a realizar algum tratamento bucal, as idas devem ser periódicas, de acordo com o combinado com o dentista.
Fontes:
https://semprebem.paguemenos.com.br/posts/saude/saude-bucal
https://www.omd.pt/publico/informacao-sobre-cancro-oral/cancro-oral/
https://www.youtube.com/watch?v=9CCKg-6vr3g
O que é?
A Doença de Parkinson é uma doença crónica que afecta o sistema motor, ou seja, que envolve os movimentos corporais, levando a tremores, rigidez, lentificação dos movimentos corporais, instabilidade postural e alterações da marcha.
Como acontece?
A doença surge quando os neurónios (células nervosas) de uma determinada região cerebral, denominada substância nigra, morrem, sendo que, quando surgem os primeiros sintomas, já há perda de 70 a 80% destas células.
Em condições normais, estas células produzem dopamina, um neurotransmissor que ajuda a transmitir mensagens entre as diversas áreas do cérebro que controlam o movimento corporal. Assim, quando as células da substância negra morrem, os níveis de dopamina tornam-se anormalmente baixos, o que leva a dificuldades no controlo do tónus muscular e movimentos musculares, afectando, portanto, os músculos quer durante o repouso quer quando em atividade.
Tipos de “Parkinson”
Tremor Essencial (ET)
O Tremor Essencial é muitas vezes confundido com a doença de Parkinson, pois as pessoas também experimentam tremores. Porém, o tremor do Parkinson é geralmente mais aparente quando as mãos estão pousadas no colo da pessoa afetada ou enquanto andam. Por outro lado, o Tremor Essencial é uma forma de ‘tremor de ação’ – este é mais aparente quando as mãos estão e realizar uma ação, como por exemplo segurar um copo ou usar uma faca.
O Tremor Essencial (ET) é uma condição relativamente comum, caracterizada por tremor das mãos ou braços, que em alguns casos podem dispersar-se e causar tremor na cabeça, pernas, tronco ou voz.
A causa do Tremor Essencial não é conhecida, no entanto, está frequentemente ligada à genética, (uma vez que cerca de 50% das pessoas com ET têm outro membro da família afetado).
O tremor pode ser normal (fisiológico) ou anormal (patológico). Todas as pessoas têm um ligeiro tremor nas mãos, especialmente quando estão stressados ou ansiosos. Isso é normal e é conhecido como tremor fisiológico. O tremor anormal, chamado de tremor patológico, é causado por doenças como o Parkinson e o Tremor Essencial.
Parkinson induzido por medicamentos
Um pequeno número de pessoas desenvolvem Parkinson depois de tomar certos medicamentos. As pessoas com doença de Parkinson também podem achar que os seus sintomas pioraram depois de usarem essas “drogas”. Isto é conhecido como “Parkinson induzido por medicamento”.
As drogas envolvidas são geralmente aquelas que bloqueiam a ação da dopamina, o neurotransmissor que se perde gradualmente no cérebro de pessoas com doença de Parkinson.
Estes incluem:
Medicamentos neurolépticos ou antipsicóticos utilizados para tratar a esquizofrenia e outros problemas psiquiátricos;
Prochlorperazine utilizado para tratar a doença de movimentos e náusea;
Metoclopramida usado para tratar náuseas e indigestão.
Os sintomas de Parkinsonismo induzido por medicamento tendem a permanecer o mesmo e apenas em casos raros eles progridem como os sintomas de Parkinson. A maioria das pessoas recuperaram dentro de alguns meses e, frequentemente, horas ou dias após a interrupção da medicação que causou o bloqueio da dopamina.
Demência com corpos de Lewy (DLB)
Demência é um termo geral para um grupo de doenças que afetam o cérebro, causando comprometimento da memória e pensamento.
Demência com corpos de Lewy (DLB) – também conhecida como doença do corpo de Lewy – é uma forma de demência. As pessoas com este tipo de demência tendem a ter dias bons e dias ruins. Eles podem ver coisas que não estão realmente lá (alucinações visuais) e também podem ter rigidez muscular, lentidão de movimentos e tremor, como alguém com doença de Parkinson. Demência com corpos de Lewy é menos comum do que a doença vascular e a demência de Alzheimer, mas pode ser responsável por 20% dos casos de demência em pessoas com mais de 65 anos. É relativamente rara em pessoas com menos de 65 anos, mas torna-se progressivamente mais comum após 75 anos.
Atrofia de múltiplos sistemas (MSA)
A Atrofia de Múltiplos Sistemas (MSA) é uma doença neurológica progressiva (uma doença do sistema nervoso). Ela é causada por um excesso de produção de uma proteína no cérebro denominada sinucleína alfa, causando degeneração (atrofia) de células nervosas em várias áreas do cérebro (múltiplos sistemas). As três principais áreas afetadas são os gânglios, cerebelo e cérebro basal. Esta perda de células pode resultar em um certo número de problemas, particularmente relacionados com o movimento, o equilíbrio e outras funções corporais autonômicas (inconscientes), tal como a função da bexiga. Estes sintomas são muito semelhantes aos da doença de Parkinson, mas o MSA progride mais rapidamente.
Tanto homens como mulheres podem ser afetadas pela MSA. Isso geralmente começa entre as idades de 40 e 60 anos, embora ele também possa afetar pessoas mais velhas. A MSA não é infecciosa ou contagiosa.
Atualmente, a causa é desconhecida e a MSA parece ocorrer aleatoriamente. Ela não parece ser herdada, embora possa ser que algumas pessoas estejam geneticamente mais predispostas a desenvolver. O que desencadeia o processo de atrofia ainda é objeto de investigações que estão em curso.
Os sintomas variam de acordo com a parte do cérebro que é afetada pela perda de células nervosas. Nem todo mundo vai experimentar todos os sintomas e a deterioração é muito individual. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
Lentidão dos movimentos;
Rigidez ou dormência;
Dificuldade em virar-se na cama;
Dificuldade para iniciar movimentos;
Dificuldade na escrita;
A escrita pode ser pequena e de traço fino;
Perda de equilíbrio e coordenação deficiente ou falta de jeito (ataxia);
Dificuldades de fala;
Dificuldade com habilidades motoras finas, como abotoar;
Problemas de ereção ou impotência masculina;
Perda do controle da bexiga, incluindo urgência, micção frequente e esvaziamento incompleto, levantando-se várias vezes à noite para urinar;
Problemas intestinais, incluindo constipação;
Incapacidade de suar;
Mãos e pés frios;
Queda da pressão arterial em repouso (hipotensão postural), levando a tontura, desmaio ou visão turva;
“Dor percha” (dor no pescoço ou ombros) como um resultado da pressão sanguínea baixa;
Problemas em engolir;
Emoções aumentadas;
Depressão, ansiedade ou sensação de estar sobrecarregado;
Voz baixa, especialmente quando se está cansado;
Sono inquieto;
Respiração ruidosa, incluindo o ronco ao dormir.
Degeneração Corticobasal (CBD)
A Degeneração Corticobasal é um tipo raro de Parkinsonismo que pode afetar os processos mentais, personalidade e comportamento, assim como também causar sintomas como os do Parkinson. A condição tende a afetar um lado do corpo mais do que o outro e pode provocar uma síndrome do ‘membro estranho’, em que os braços ou pernas da pessoa podem parecer moverem-se de forma independente. A CDB tem algumas semelhanças com Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP).
Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP) é uma doença pouco conhecida do sistema nervoso que às vezes é diagnosticada como doença de Parkinson, acidente vascular cerebral, Alzheimer ou doença do neurônio motor. Também pode passar não diagnosticada, especialmente em pessoas mais velhas. Devido à semelhança com alguns sintomas do Parkinson, a PSP está inclusa em um grupo de doenças chamado Síndrome de Parkinson Plus.
A PSP afeta pessoas com mais de 40 anos. Ela é mais comum com a idade e é encontrada em todas as raças e tanto em homens, quanto mulheres.
Até recentemente foi ensinado que a PSP era rara, principalmente porque ela não foi diagnosticada em muitas pessoas. Os médicos agora acreditam que poderia afetar até 6 em cada 100.000 pessoas. Como o diagnóstico torna-se cada vez mais preciso, o número de pessoas diagnosticadas com PSP é suscetível de aumentar.
Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP)
Não há nenhuma evidência física para sugerir que a PSP é genética, mas a pesquisa sugere que algumas pessoas podem ser geneticamente mais dispostas a isso. Ninguém sabe por que algumas pessoas desenvolvem a doença, mas existem várias teorias. Alguns cientistas acreditam que pode ser desencadeada pela ação retardada de um vírus, outros acreditam que ela pode ser causada por uma pancada na cabeça, ou, em alternativa, ter causas genéticas. A investigação ainda está em desenvolvimento.
Vários pequenos acidentes vasculares na parte do cérebro que recebe informações sobre a posição e o movimento podem causar sintomas de Parkinson, como rigidez e lentidão, andar com passos curtos e lentos, problemas na fala e memória ou pensamento. O Parkinsonismo Vascular (Aterosclerose) pode ser difícil de distinguir da doença de Parkinson. Porém, os sintomas do derrame tendem a aparecer de repente e não progridem, enquanto os sintomas de Parkinson aparecem gradualmente e pioram ao longo do tempo. Parkinsonismo Vascular geralmente afeta mais as pernas do que a parte superior do corpo.
Parkinsonismo Vascular (Aterosclerose)
Os médicos acreditam que a pressão alta e o diabetes são as causas mais prováveis, mas acidente vascular cerebral e doenças cardíacas também podem desempenhar um papel importante.
Mais informações e suporte estão disponíveis na Associação de Acidente Vascular Cerebral ou Aliança Europeia de Acidente Vascular Cerebral.
Sintomas
Sinais Cardinais | Rigidez
A rigidez é uma dificuldade de relaxação dos músculos. Pode atingir qualquer grupo muscular do tronco ou dos membros. Começa muitas vezes só num membro, pode variar ao longo do dia, pode ser influenciada pelo humor, pelo stress e por medicamentos.
Acinésia
A acinésia (cinésia do grego kinesis, movimento) caracteriza-se por: atraso na iniciativa motora refletindo provavelmente um tempo de reação prolongado, execução lenta de movimentos voluntários, dificuldade de alcançar o alvo com um simples e único movimento, fadiga rápida com a execução de movimentos repetidos, incapacidade para executar ações simultâneas (exemplo: o doente não pode abotoar um botão enquanto responde a uma pergunta) e incapacidade para executar ações sequenciais. Ainda outras manifestações de acinésia são o facies inexpressivo, a diminuição de volume de voz, o aumento excessivo de saliva ou ainda a micrografia (letra pequena e tremida). Os familiares descrevem os doentes como estando “parados”. Podemos dizer que há um defeito na génese dos processos cerebrais para a programação e execução do ato motor.
Instabilidade
A instabilidade postural, ou melhor dizendo, o desequilíbrio, está mais vezes presente nos casos com maior tempo de evolução. É um desequilíbrio que se torna patente durante a marcha ou quando o doente muda de direção. A instabilidade postural associada à alteração da marcha é usualmente o último dos sinais cardinais a aparecer; é das manifestações da doença a mais difícil de tratar e representa um traço de progressão. O doente adopta uma postura encurvada. Uma vez que perde a capacidade de fazer rapidamente uma correção da sua postura, a tendência é cair para diante ou para trás.
Os sinais que vimos a descrever são os cardinais, mas outras manifestações podem acompanhar o quadro. O sinal mais precoce de dificuldade na marcha é a diminuição do balanceio dos braços. Seguidamente o doente começará também a andar com passos curtos e irregulares. Há ainda um outro fenómeno designado por freezing que aparece em muitos doentes em fase avançada da doença. É uma hesitação no início da marcha, na tentativa de se virarem ou quando se aproximam de um espaço apertado, por exemplo, o limiar duma porta. Fenómeno oposto ao freezing denomina-se “cinésia paradoxal”. O doente, de forma súbita e inexplicável, consegue movimentar-se com uma grande facilidade mas por um curto espaço de tempo. Estes fenómenos, tanto o freezing como a “cinésia paradoxal”, são difíceis de compreender pelos familiares do doente porque admitem que estas variações motoras possam ser controladas pela vontade, o que não é o caso.
Uma das questões que é frequentemente posta é se a capacidade mental do doente de parkinson está alterada. A doença não se caracteriza por diminuição da capacidade intelectual. Os doentes pensam devagar e respondem devagar mas as respostas estão certas. O pensamento é lento. Este fenómeno designa-se por bradifrenia.
Vários Sintomas…
Quando o conjunto dos sintomas rigidez, tremor e bradicinésia está reunido e ainda se junta uma alteração da postura com inclinação da cabeça e do tronco para a frente e um caminhar com passos pequenos e arrastados, o diagnóstico é fácil de fazer mesmo por alguém não médico. Mas no inicio da doença nos casos em que esta começa por rigidez e bradicinésia sem tremor, o diagnóstico é mais difícil de colocar.
Diagnóstico
O diagnóstico da Doença de Parkinson é clínico, pois não há nenhuma análise laboratorial, qualquer exame radiológico ou outro que o possa revelar. Dizendo de outro modo não se encontrou ainda um marcador biológico da doença. Isto tem levado à necessidade de estabelecer critérios de diagnóstico clinico a que um quadro deve obedecer para se considerar uma Doença de Parkinson. Alguns destes critérios foram discutidos e são seguidos pelos médicos que se dedicam à doença. São instrumentos de trabalho indispensáveis à prática clínica e também à investigação. Para o estabelecimento do grau de evolução da doença utilizam-se escalas de severidade que merecem consenso internacional.
Tratamento:
Consultas
Acesso a consultas de doença de Parkinson em Portugal
Em 1997 a Organização Mundial de Saúde assinou a Carta dos Doentes com Doença de Parkinson, onde determinou os cuidados de saúde a que estes doentes têm direito. Mais recentemente, instituições internacionais como a European Parkinson’s Disease Association e o National Institute for Health and Clinical Excellence emitiram pareceres relativos ao diagnóstico e cuidados na Doença de Parkinson. Tendo por base as orientações destas Organizações, a Sociedade Portuguesa das Doenças do Movimento emitiu um parecer onde recomenda: 1) em todas as pessoas com suspeita de doença de Parkinson o diagnóstico deve ser efectuado por um neurologista especialista em doença de Parkinson; 2) todos aqueles com suspeita ou diagnóstico de doença de Parkinson devem ser observados por um neurologista especialista no prazo máximo de 6 semanas após a realização do pedido; 3) após o diagnóstico, os doentes devem ser periodicamente observados por um neurologista especialista.
Em vários serviços de Neurologia existe uma consulta especializada de Doenças de Movimento. Nestas consultas são observados doentes com Doença de Parkinson, assim como com outras doenças neurológicas que se caracterizam por alterações do movimento (e.g. tremor, coreia). A Sociedade Portuguesa das Doenças do Movimento divulgará no website http://www.spdmov.org/ informação sobre os hospitais onde existem consultas especializadas. Pretende-se disponibilizar esta informação à comunidade médica e sociedade em geral para que, dentro do disposto na lei, os médicos de família possam encaminhar os doentes às consultas adequadas.
Fisioterapia
Fisioterapia Especializada para Doentes de Parkinson
A doença tem uma progressão lenta, com uma ampla variabilidade de doente para doente. A melhor resposta terapêutica passa por uma intervenção multidisciplinar, aliando o benefício da reabilitação ao das intervenções farmacológicas o mais cedo possível após diagnóstico. É consensual que a fisioterapia especializada e o exercício clínico adaptado deverão ser introduzidos numa fase inicial da doença, favorecendo uma progressão mais lenta da mesma. Esta recomendação para a prática de exercício físico específico ganha cada vez mais importância, atendendo aos novos conhecimentos acerca do potencial efeito modificador, do exercício físico, na progressão da doença e na melhoria de problemas na cognição, marcha e quedas. Desde 20014, A APDPk proporciona aos seus membros cuidados especializados de fisioterapia para doentes de Parkinson. No centro do modelo destes cuidados especializados está um processo de tomada de decisão, que é informado pela investigação clínica relevante atual mas integra também a expertise clínica do Fisioterapeuta e as preferências e os valores dos doentes, sempre considerando o contexto em que os cuidados são prestados, de forma a otimizar os resultados e a qualidade de vida do doente.
Áreas chave de atuação
Marcha
Equilíbrio e quedas
Capacidade física
Mobilidade / Transferências
Capacidade cognitiva
Comunicação
Deglutição
Isolamento social
Objectivos
Aumentar a atividade funcional e cognitiva
Promover o convívio social e a partilha de saberes em ambiente não clínico
Introduzir um desafio extra através da realização de exercícios de dual-task training (treino Motor-Cognitivo) sustentados em princípios de gamificação
Psicologia
O Apoio Psicológico na Doença de Parkinson: acompanhamento e superação
A Doença de Parkinson (DP) requer uma abordagem multidisciplinar, em que o apoio psicológico assume um papel essencial. Tratando-se de uma doença crónica com impacto significativo no funcionamento cognitivo, motor e comportamental, é importante não descurar uma área central da vivência humana: as emoções e a forma como influenciam a adaptação a situações de crise.
O diagnóstico de Doença de Parkinson é um momento exigente do ponto de vista emocional, em que surgem dúvidas e preocupações quanto aos sintomas, ao tratamento e à evolução da doença. Nesta situação, em que é natural que ocorram reações de choque, tristeza, revolta e medo, o apoio psicológico permite que a pessoa partilhe as suas emoções com um profissional especializado e inicie uma relação terapêutica de confiança. Esta relação baseia-se na empatia e na aceitação das características de cada pessoa, respeitando-se e valorizando-se a sua individualidade.
É importante que o apoio psicológico seja iniciado precocemente, de modo a facilitar o processo de adaptação. No entanto, a existência deste apoio será relevante em qualquer fase da doença, ajudando a pessoa a lidar com as necessidades que tem em cada momento.
Verifica-se que existem alguns aspetos associados à Doença de Parkinson em que a intervenção psicológica assume particular importância, nomeadamente: depressão, perturbações de ansiedade (por exemplo, ataques de pânico), alterações do sono e da sexualidade, vivência da dor e relações interpessoais. Neste sentido, destacam-se alguns objetivos do apoio psicológico no âmbito da Doença de Parkinson:
Promover a expressão e a regulação das emoções;
Facilitar o processo de aceitação do diagnóstico e a integração da doença na vida pessoal e familiar;
Incentivar o envolvimento ativo da pessoa na adesão ao tratamento;
Potenciar o espírito de luta e a esperança no confronto com a doença;
Desenvolver estratégias para lidar com a ansiedade e o controlo da dor;
Diminuir os sintomas de depressão, ao nível dos pensamentos, emoções e comportamentos;
Promover competências de resolução de problemas, assim como a adequação de objetivos e expectativas pessoais;
Estabelecer hábitos de higiene do sono, enquadrados num estilo de vida saudável;
Realizar exercícios de estimulação cognitiva (por exemplo, ao nível da atenção e memória) segundo uma abordagem neuropsicológica;
Melhorar a comunicação familiar, através do diálogo e assertividade.
O apoio psicológico é acessível à pessoa com DP e respetivo(s) cuidador(es). A vivência da doença influencia também a dinâmica e os papéis familiares, sendo necessário que exista um ajustamento por parte da família e, particularmente, do principal cuidador da pessoa com DP. Pretende-se prevenir e intervir em situações de sobrecarga do cuidador, com destaque para as novas responsabilidades, mudanças nas rotinas e interações familiares.
Os principais benefícios do apoio psicológico na Doença de Parkinson incluem o aumento da autoestima e da perceção de controlo para lidar com a doença, a diminuição dos sintomas de depressão e ansiedade e uma gestão mais eficaz das dificuldades pessoais e interpessoais.
O apoio psicológico contribui significativamente para o aumento do bem-estar e qualidade de vida da pessoa com Doença de Parkinson e respetivos cuidadores, reforçando o equilíbrio pessoal e familiar.
A APDPk disponibiliza os seguintes serviços clínicos:
Avaliação Psicológica;
Apoio Psicológico Individual;
Reabilitação Neuropsicológica;
Grupos de Inter-ajuda.
Terapia da Fala
A doença de Parkinson (DP) decorre da degeneração de uma região específica no cérebro, originando alterações no desempenho muscular. É uma doença crónica e tem como principais sintomas a lentidão do movimento, o tremor, a rigidez muscular e o desequilíbrio.
A terapia da fala na doença de Parkinson surge como uma opção terapêutica na medida em que a fala e a deglutição (ato de engolir) são capacidades que dependem da ação conjunta de vários músculos. O Terapeuta da Fala é o profissional de saúde responsável pela prevenção, avaliação, tratamento e estudo científico da comunicação humana e das perturbações relacionadas. (Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala). Estas constituem alterações ao nível da musculatura da cavidade oral, face e pescoço, alterações ao nível da produção de voz e, finalmente, alterações no processo de deglutição, que constitui ao ato de engolir.
Em que consiste?
Quer na fala como na deglutição, o acompanhamento em terapia da fala começa com a avaliação, é neste momento que se ouvem as queixas do doente, que se estudam as alterações presentes na fala e deglutição e se procura compreender qual o seu impacto na vida do doente. Este processo termina com a definição de objectivos terapêuticos, que passam vulgarmente por conseguir falar com uma voz mais forte e perceptível ou deixar de tossir e engasgar-se durante a alimentação.
Durante as sessões de terapia da fala, os doentes adquirem, essencialmente, conhecimento de dois tipos:
A frequência da terapia pode variar entre uma sessão de avaliação e aconselhamento terapêutico até programas de reabilitação intensivos, com sessões diárias durante algumas semanas. Geralmente, depois de um período de acompanhamento, o doente tem alta e mantém sessões periódicas. Importa salientar que a DP é crónica e progressiva, os sintomas variam ao longo do tempo e um acompanhamento atempado e especializado constitui a melhor forma de controlar a doença.
Para quem? E quando?
A terapia da fala é indicada para todas pessoas com doença de Parkinson ou outra doença do movimento.
Atualmente ainda não há uma resposta satisfatória para a pergunta “quando devo fazer terapia da fala?”. Sabe-se, por exemplo, que pessoas que praticam canto coral de forma frequente tendem a manter uma boa qualidade vocal e a sentirem necessidade de terapia da fala mais tardiamente e, também, que pessoas que vivem sozinha, tendem a ter uma maior degradação da qualidade vocal. Este conhecimento sugere que a utilização frequente da voz e a realização de exercício específico retardam o surgimento de alterações na voz.
A pessoa deve procurar um terapeuta no momento em que as suas capacidades falar ou engolir revelarem algum sinal de que não estão bem, frequentemente, estratégias simples e a aprendizagem de exercícios que podem ser realizados autonomamente em casa, são uma resposta satisfatória.
Estima-se que a maioria das pessoas com DP pode, em algum momento da progressão da doença, beneficiar do acompanhamento em terapia da fala, porém, os dados rigorosos, só obtidos através da investigação científica, estão ainda aquém de responder a todas as questões. Neste sentido, a participação e desenvolvimento de projeto de investigação é uma das preocupações do serviço de terapia da fala, assim como, de toda a equipa de reabilitação.
Porquê TF especializada?
A definição de áreas de intervenção específicas do TF é algo natural e até desejável. São várias as áreas do conhecimento, as idades e as patologias nas quais a terapia da fala oferece significativo benefício terapêutico. Dada a complexidade da DP, compreender os défices e o seu impacto, definir objetivos realista e reconhecer as limitações da reabilitação, constituem desafios importantes a qualquer profissional de saúde.
O investimento na formação contínua e especializada em doenças do movimento é uma das linhas orientadoras do serviço. O benefício deste investimento é claro: um acompanhamento especializado e sensível às especificidades que a DP implica, tendo sempre presente que o conhecimento não é absoluto, é algo que se constrói e necessita de constante atualização.
Novas experiências
As equipas de fisioterapia e terapia da fala desenvolvem desde há alguns anos programas de reabilitação intensivos, nos quais imperam os conceitos de intensidade, complexidade e relevância para o doente. As sessões conjuntas são uma prática crescente, uma vez que a evidência científica tem vindo apoiar e fundamentar a importância da “dupla tarefa” na reabilitação de indivíduos com DP.
Manter um estilo de vida saudável está associado a um bom nível de conhecimento sobre a própria saúde, se tiver dúvidas ou questões, procure um terapeuta da fala. O papel do terapeuta é mais do que identificar, reabilitar ou compensar défices, o seu papel é também informar.
Duodopa
Muitos nos têm questionado sobre o tratamento comercializado pela SOLVAY, designado por Duodopa. Conhecemos bem a ansiedade que os DP têm em conhecer novos medicamentos, novos tratamentos e somos frequentemente questionados sobre estes temas. Como doença neurológica degenerativa que é, e que ainda não tem cura, não gostamos de dar noticias poucos rigorosas e sem bases científicas. Conhecemos a Duodopa há bastante tempo, mas como só agora foi iniciada no nosso país e em face das notícias que têm vindo a ser divulgadas, inclusivé na televisão onde passou diversas vezes uma reportagem sobre a primeira aplicação em Portugal da Duodopa num DP, a seguir apresentamos um texto que não podemos deixar de agradecer publicamente aos seus autores, que são também os responsáveis por este tratamento, a Dr.ª Maria José Rosas e o Dr. Miguel Gago, do Hospital de S. João no Porto.
Suporte Científico
A Doença de Parkinson Idiopática é uma doença neurodegenerativa progressiva de várias estruturas e circuitos neuronais. A nível bioquímico caracteriza-se fundamental por diminuição do neurotransmissor dopamina no circuito nigroestriatal devido à “morte” de células dopaminérgicas na Substância Nigra pars compacta. Desde a década de 1960, que a medicação que tem como princípio ativo base a levodopa (transformada em dopamina), mantém-se até à atualidade como a principal e mais eficaz terapêutica na Doença de Parkinson. Vários estudos têm indicado que os sintomas e sinais centrais (bradicinésia, tremor, rigidez, instabilidade postural) da Doença de Parkinson só se comecem a manifestar quando o sistema nigroestriatal já perdeu entre 40-60% das suas células. Deste achado científico infere-se que as restantes células neuronais dopaminérgicas têm capacidade compensatória nas fases iniciais da doença. Esta capacidade compensatória crê-se que derive das células neuronais dopaminérgicas conseguirem armazenar a dopamina, fornecida pela medicação oral, e a “libertarem de forma natural” na fenda sináptica mantendo um normal funcionamento da rede de circuitos envolvidos no controlo de movimentos. Sendo assim, até estádios avançados da doença, a medicação é satisfatória no controlo sintomático. No entanto, a neurodegenerescência progride, com cada vez menos células dopaminérgicas, e por conseguinte menor capacidade de armazenamento neuronal de dopamina, e menos capacidade compensatória. Isto vai se refletir numa maior dependência do funcionamento dessas células e da rede neuronal dos níveis de dopamina no sangue. Deste modo, concentrações não constantes de dopamina no sangue vão se refletir num anormal funcionamento da rede neuronal. Nesta fase mais avançada da doença, o doente pode apresentar flutuações motoras. Em termos gerais, quando os níveis sanguíneos de dopamina estão elevados o doente responde com discinésias (movimentos involuntários exuberantes) e ao contrário quando estão baixos responde com off (tremor, bradicinésia).Com a medicação oral convencional, atualmente existente, é difícil manter os níveis constantes sanguíneos de dopamina de modo a evitar as flutuações motoras. A medicação oral convencional apresenta absorção intestinal imprevisível, e por sua vez níveis sanguíneos não constantes, muito à custa da interação com alimentação (sobretudo proteínas) e do esvaziamento gástrico errático. Em alguns dos doentes com estas complicações, a solução terapêutica passa pela Estimulação Cerebral Profunda ou pela Infusão de Duodopa no Intestino-Jejuno.
O que é a Duodopa?
A Duodopa é uma levodopa sob a forma de um gel que está armazenada numa cassete. Esta cassete é conectada a uma bomba infusora, que por sua vez através de um tubo que entra no estômago (gastrostomia) e termina no jejuno, liberta a levodopa de forma regulada e contínua contribuindo para uma absorção intestinal mais uniforme.
Esta forma de libertação de levodopa no jejuno permite ultrapassar os problemas da absorção intestinal errática da medicação oral convencional. Vários estudos têm demonstrado que com a Duodopa os doentes têm níveis plasmáticos de dopamina mais constantes e por conseguinte têm uma diminuição das flutuações motoras. Vários estudos estão em curso para comparar Duodopa com Estimulação Cerebral Profunda em termos de benefícios motor e complicações médicas. Em termos práticos, apesar da finalidade clínica ser a mesma, são dois procedimentos técnicos bastante diferentes, com diferentes complicações médico-cirúrgicas possíveis e diferentes implicações nas atividades de vida diária do doente.
O que o doente candidato a Duodopa precisa de saber.
A Duodopa, à luz da ciência atual, tem o mesmo benefício que a Cirurgia de Parkinson.
A Duodopa poderá ser uma alternativa aos doentes recusados, com contra-indicações, para Cirurgia.
A Duodopa não apresenta as potenciais complicações médico-cirúrgicas cerebrais da Cirurgia de Parkinson.
O doente executa pelo menos um procedimento de Endoscopia Alta para efetuar a gastrostomia por onde entra o tubo. Os riscos desta intervenção são sobreponíveis aos de uma endoscopia alta e de uma gastrostomia convencionais. A complicação mais perigosa é a de uma infecção abdominal (peritonite) . A endoscopia alta e gastrostomia pode ser efectuada apenas com sedação, sem necessidade de anestesia geral. A duração da endoscopia alta e gastrostomia é variável, geralmente < 1h
A presença de uma gastrostomia (orifício no estômago por onde entra o tubo) (Fig.3) exige cuidados de higiene acrescidos, sob pena de infecção das gastrostomia.
Existe a possibilidade da parte terminal do tubo, colocada no jejuno, sair do sítio, exigindo nova endoscopia alta para recolocação.
As cassetes são necessariamente guardadas no frigorifico (até 8ºc), com validade de cerca de um mês. À temperatura ambiente, as cassetes têm a validade de um dia e não são reutilizáveis. Utiliza-se uma cassete por dia. Habitualmente, no final de cada mês, o doente vai buscar ao Hospital as ~30 cassetes para o mês seguinte.
Todas as manhãs o doente tem de conectar uma nova cassete (Fig.4) à bomba perfusora, e retirá-la no final do dia. Os doentes com muita acinésia matinal poderão ter alguma dificuldade na conexão da cassete à bomba infusora (fig.4) precisando de ajuda de cuidador.
Em termos de mobilidade, a bomba infusora com cassete pesa cerca de 0.5 Kg, existindo sacos apropriados para o seu transporte (Fig. 5)na cintura ou ao ombro. O tubo ligado á máquina perfusora é facilmente oculto debaixo de uma peça de roupa. Numa viagem de férias (Fig.6) de vários dias, o doente pode retirar as cassetes do frigorifico e colocá-las numa embalagem térmica arrefecida para a viagem tendo imperiosamente que as recolocar novamente no frigorifico no final do dia.
Cirurgia Parkinson – DBS
O que é a estimulação cerebral profunda (DBS)?
Tal como um pacemaker para o coração, o neurostimulador produz, de forma contínua, impulsos elétricos que são enviados para o cérebro para bloquear ou regular mensagens do cérebro anormais que causam alguns dos sintomas relacionados com os sintomas relacionados com os movimentos da Doença de Parkinson, como, por exemplo, os tremores e movimentos involuntários.
A Terapia de Estimulação Cerebral Profunda (DBS) é uma terapia reversível e inclui os componentes seguintes:
Os fios dos elétrodos são mantidos fixos com tampões
Pequenos elétrodos colocados na área do cérebro adequada (núcleo subtalâmico, tálamo ou globus pallidus)
Cabos de extensão flexíveis sob a pele Neurostimulador DBS da Medtronic
Programador do doente (permite ao doente ligar e desligar o estimulador, verificar o nível da bateria e alterar as definições em certas situações)
A DBS é uma terapia consolidada?
Quase 30 anos de inovação na DBS:
Começou-se a desenvolver a estimulação cerebral profunda em 1987 e, hoje em dia, mais de 150000 doentes já beneficiaram com esta terapia. A DBS é apoiada por décadas de investigação, inovação e experiência, apoiada em evidências clínicas.
Para além da Doença de Parkinson a terapia DBS foi aprovada para outras patologias, são elas:
Tremor essencial – desde 1993
Doença de Parkinson – desde 1998
Distonia primária – desde 2003
Distúrbio obsessivo-compulsivo – desde 2009
Epilepsia – desde 2010
Qual é a melhor altura para considerar a terapia DBS?
A inclinação indica a diminuição da qualidade de vida, da esquerda para a direita
Como é que a DBS pode ajudar as pessoas com Parkinson?
É importante ter em conta que o Parkinson é uma doença neurodegenerativa progressiva e que, atualmente, não existe cura para os sintomas. Contudo, a DBS da Medtronic consegue aliviar vários sintomas da doença de Parkinson durante vários anos, permitindo aos doentes viverem uma vida relativamente normal.
A DBS tem um perfil de segurança?
Como a DBS já é utilizada há quase 30 anos, as possíveis complicações são bem conhecidas e podem ser previstas.
A DBS é um procedimento relativamente seguro que envolve um risco mínimo (tal como convulsões ou traumas no tecido cerebral).
As informações detalhadas sobre as possíveis complicações relevantes ser-lhe-ão fornecidas pelo seu médico especialista em DBS. Poderão ser mencionadas as seguintes complicações:
Hemorragia cerebral (assintomática, sintomática)
Tal como em qualquer outro tratamento, existe o risco de morte do doente, mas que é baixo, comparável ao risco de morte associado à substituição total da anca;
Colocação incorreta dos elétrodos, elétrodos com defeito ou mau funcionamento do pacemaker cerebral
Infeções pós-operatórias com necessidade de cirurgia adicional
No pós-operatório, podem ocorrer sintomas psicóticos temporários, tais como hipomania, depressão ou apatia (síndrome psicótico transitório sintomático)
Ocasionalmente, efeitos secundários induzidos pela estimulação, como por exemplo a intensificação ou ocorrência de dificuldades no discurso (disartria)
ATENÇÃO:
A Terapia DBS envolve uma decisão complexa. As pessoas com a doença de Parkinson devem esclarecer todas as suas dúvidas com o seu médico assistente. A informação contida nesta página não substitui a consulta com o seu médico sobre a terapia DBS. Só o seu médico poderá dizer se é ou não um bom candidato a cirurgia DBS.
Fontes:
https://parkinson.pt/quem-somos/
https://parkinson.pt/tipos-de-parkinson/
https://www.youtube.com/watch?v=CK0mvndKkEI
https://www.youtube.com/watch?v=yLXQG1dDU-g
https://www.youtube.com/watch?v=9oRgE99RyjQ
Localização
A Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson
Sede Lisboa
Bairro da Liberdade, Lote 11 – Loja 17
Campolide
1070-023 Lisboa
Atendimento presencial da secretaria só com marcação através de telefone ou email.
Telemóvel: 939 053 378 (rede móvel nacional)
Email: secretariado@parkinson.pt
Porto
Delegado: Fernando Alberto Galvão Pereira
Avenida do Lidador Maia
Edifício Municipal, 4º andar
4425-116 Águas Santas – Maia
Telemóvel: 919 899 308 (rede móvel nacional)
Email: delegadoapdpkporto@sapo.pt
O que é a epilepsia e quais as suas causas? O que são crises epiléticas? Como é feito o diagnóstico? Que tratamentos existem? Como proceder se vir alguém a ter uma crise epilética?
A epilepsia é uma doença do sistema nervoso central que provoca descargas elétricas anormais dos neurónios (células cerebrais), podendo resultar em sintomas variados, dos quais o mais comum é a convulsão. “Para se considerar que a pessoa tem efetivamente a doença é necessário que haja uma predisposição duradoura para estas crises, sem que sejam provocadas por outras causas, como uma febre muito alta”, explica Pedro Correia.
De acordo com o especialista, estima-se que a epilepsia afete uma em cada 200 pessoas em Portugal.
As causas desta doença podem ser diversas. “Em geral, nos recém-nascidos e nos bebés no primeiro ano de vida, a epilepsia faz parte de um conjunto de sintomas de doenças genéticas e hereditárias. Quando surge mais tarde, até à adolescência, por norma, também resulta de doenças genéticas, embora, em geral, apareça de forma mais isolada. Nas epilepsias com início na idade adulta, a causa não costuma ser genética, mas sim uma ‘cicatriz’ de agressões prévias ao cérebro. É o caso, por exemplo, de um adulto jovem que tem um traumatismo cranioencefálica num acidente de viação, recupera totalmente, mas, anos mais tarde, começa a ter crises epiléticas. Nos idosos, a causa mais frequente é o acidente vascular cerebral”, elucida Pedro Correia.
Segundo o neurologista, as crises epiléticas não são todas iguais. O tipo mais conhecido é a convulsão, clinicamente denominada de crise tónico-clónica bilateral. “Tipicamente, o doente perde a consciência, os membros superiores e inferiores ficam rígidos e com tremores muitos violentos, os doentes podem morder a língua e ter incontinência urinária. Por norma, estas crises convulsivas duram dois a três minutos, após os quais os movimentos violentos param gradualmente e a pessoa vai recuperando a consciência aos poucos, podendo sentir-se confusa, com sono ou com dor de cabeça durante alguns minutos após o episódio.”
O outro tipo de crise comum é a chamada “ausência”, que consiste numa paragem de comportamento. “A pessoa interrompe o que estava a fazer, fica com o olhar alheado, não responde quando é interpelada e pode ter pequenos movimentos automáticos, como mexer com as mãos na roupa ou mastigar em seco. Geralmente, estes episódios também duram cerca de dois minutos, após os quais a pessoa normalmente nem se apercebeu de que teve uma crise”, explica Pedro Correia.
Recomendações do Dr. Pedro Correia
Segundo Pedro Correia, o diagnóstico de epilepsia é “fundamentalmente clínico”, ou seja, é feito na consulta, através da conversa entre o médico e a pessoa que pode ter a doença, bem como familiares, colegas de trabalho ou outras pessoas próximas que possam descrever o que aconteceu nos episódios suspeitos. O eletroencefalograma, a tomografia axial computorizada (TAC) cranioencefálica ou a ressonância magnética podem ajudar a descobrir a causa da epilepsia, principalmente quando esta doença começa na idade adulta.
Na grande maioria dos casos, a epilepsia não é curável, mas a medicação antiepilética permite o controlo da doença, sem que ocorram crises. “Cerca de dois terços dos casos ficam bem controlados com um único comprimido”, refere o neurologista. A existência de vários medicamentos disponíveis permite que, caso um doente não se dê bem com um tratamento, devido aos efeitos secundários, possa mudar para outro. “Em cerca de um terço dos casos, pode ser necessário associar dois ou três medicamentos diferentes e, mesmo assim, a epilepsia não ficar bem controlada. Esta é a chamada epilepsia refratária, para a qual poderá ser possível recorrer a outro tipo de intervenção, como a cirurgia de epilepsia ou a neuroestimulação. Os doentes refratários apresentam mais comorbilidades associadas à epilepsia, como problemas psicopatológicos ou cognitivos.”
De acordo com Dr. Pedro Correia, “grande parte das pessoas com epilepsia não tem qualquer alteração a nível intelectual”, pelo que não apresenta limitações no seu percurso de estudante. Já a nível laboral, algumas atividades não são aconselhadas ou estão mesmo interditas – como a de condutor de pesados ou piloto de aviação –, dada a total imprevisibilidade das crises. Pelo mesmo motivo, algumas atividades desportivas de maior risco, como o alpinismo, o mergulho ou o paraquedismo não são aconselhadas. No que respeita à condução de veículos, a lei portuguesa indica que “uma pessoa com epilepsia poderá conduzir se estiver pelo menos um ano sem crises e após o parecer de um neurologista a atestar que não vê motivos para que a carta de condução não seja renovada”, esclarece o entrevistado.
No que respeita ao planeamento familiar, “é bastante seguro para uma mulher com epilepsia ter filhos, mas é absolutamente necessário que a gravidez seja discutida com o neurologista, porque há antiepiléticos que podem fazer mal ao feto, podendo ser preciso alterar o medicamento ou reduzir a dose”. Em termos de hereditariedade da doença, pode haver algum risco nos casos de início na infância ou na adolescência (de causa genética), “sobretudo se o outro progenitor também tiver história familiar de epilepsia”.
Fontes:https://www.spneurologia.com/noticias/epilepsia-o-que-e-como-se-diagnostica-e-trata-o-qu/56`a`a
Fontes:https://www.youtube.com/watch?v=A44cG99X3zI
A esclerose múltipla é uma doença autoimune do sistema nervoso, mais comum nos adultos jovens. Saiba mais sobre esta doença.
Na esclerose múltipla é afetada a propagação normal dos impulsos nervosos. Nesta doença, há uma lesão da mielina, proteína que envolve as células nervosas (neurónios) e que tem um papel muito importante na propagação daqueles impulsos. Nos nervos atingidos, a propagação dos impulsos nervosos é comprometida.
A esclerose múltipla é a doença do sistema nervoso mais comum nos adultos jovens e é mais frequente nas mulheres. Habitualmente os sintomas têm início entre os 20 e os 40 anos de idade.
A doença pode ter duas formas:
Na maioria dos casos (cerca de 80%), a esclerose múltipla tem episódios de agravamento neurológico, chamados surtos, intervalados por períodos sem novos sintomas (remissão). Esta forma da doença chama-se esclerose múltipla surto-remissão.
Com menor frequência, a esclerose múltipla pode apresentar-se com agravamento neurológico progressivo e contínuo ao longo do tempo. Esta forma chama-se esclerose múltipla primária progressiva.
Qual é a causa da esclerose múltipla?
A esclerose múltipla é uma doença autoimune. Nestas doenças, o sistema imunitário (sistema de defesa do organismo) ataca as células do próprio organismo, o que se designa por resposta autoimune.
No caso da esclerose múltipla, a resposta autoimune é dirigida ao cérebro e à medula espinhal, mais especificamente à camada de mielina que reveste os axónios de muitos neurónios.
Não se sabe exatamente o que é que desencadeia esta resposta anormal do sistema imunitário. No entanto pensa-se que resulta da combinação de fatores genéticos e ambientais, como certas infeções virais.
Quais são os sintomas e como se faz o diagnóstico?
Os sintomas da esclerose múltipla podem afetar qualquer parte do corpo e variam de pessoa para pessoa.
Os sintomas iniciais mais comuns são:
Alterações da sensibilidade (formigueiro, dormência);
Diminuição da força das pernas ou braços;
Dificuldade em andar, desequilíbrio;
Alterações da visão (dor no olho, diminuição da visão, visão dupla);
Alterações urinárias (dificuldade em controlar a bexiga).
No decorrer da doença podem ocorrer outros sintomas, como a fadiga (cansaço) e dificuldades cognitivas.
Usualmente os sintomas vão agravando ao longo de uma a duas semanas, seguindo-se uma recuperação gradual, que pode ser completa ou parcial.
O diagnóstico de esclerose múltipla baseia-se nos sintomas e alterações clínicas características desta doença e nos resultados dos exames complementares de diagnóstico.
Classicamente, o diagnóstico era feito quando uma pessoa sofria dois episódios (surtos) separados no tempo, com sintomas relativos a partes diferentes do sistema nervoso. Atualmente, pode ser feito mais cedo, se após o primeiro surto houver alterações nos exames que permitam o diagnóstico.
Quais são os exames úteis para o diagnóstico:
Ressonância magnética cerebral e medular: obtém imagens detalhadas do cérebro e da medula espinhal identificando as lesões características da esclerose múltipla. Pode ser necessário administrar um produto de contraste (gadolínio) por via intravenosa para verificar se as lesões têm inflamação ativa.
Punção lombar: é obtida uma pequena quantidade de líquido cefalorraquidiano usando uma agulha que é inserida entre as vértebras na região lombar até ao local onde este líquido circula à volta da medula espinhal. A análise do líquido cefalorraquidiano permite identificar alterações que sugerem o diagnóstico de esclerose múltipla e afastar outras possíveis causas para os sintomas neurológicos.
Potenciais evocados: Estes testes envolvem o uso de pequenos elétrodos que são adaptados na cabeça para monitorizar a atividade cerebral em resposta a estímulos visuais ou auditivos.
Como se trata a esclerose múltipla
Na esclerose múltipla são feitos dois tipos de tratamentos:
Tratamento dos surtos
Os surtos de esclerose múltipla tratam-se com corticoides em altas doses dados por via endovenosa. Os corticoides são medicamentos anti-inflamatórios potentes, com um efeito rápido em melhorar os sintomas. Geralmente o tratamento dura 3 a 5 dias e os efeitos secundários são raros.
Tratamento preventivo
Estes tratamentos são feitos com os chamados medicamentos modificadores de doença e são tratamentos crónicos, ou seja, para fazer continuamente durante um longo período.
Têm como objetivo reduzir a resposta do sistema imunitário e assim reduzir a reposta autoimune e a probabilidade de ocorrerem surtos.
Atualmente existem vários medicamentos disponíveis e podem ser administrados de várias formas, por exemplo em comprimidos, injeções subcutânea ou intramuscular e tratamentos intravenosos. se podem tomar em casa, e outros que são feitos no hospital. A escolha do medicamento depende de vários fatores, incluindo a gravidade da doença, os efeitos adversos possíveis e também a escolha pessoal.
Viver com esclerose múltipla
A esclerose múltipla é uma doença do sistema nervoso mais comum nos adultos jovens. Com os cuidados adequados é possível ter uma via ativa e saudável.
A esclerose múltipla habitualmente não reduz a esperança média de vida.
Os medicamentos atualmente usados no tratamento ajudam a prevenir novos surtos, diminuindo a ocorrência de novos sintomas e o acumular de alterações neurológicas ao longo do tempo. É possível estar meses ou vários anos sem novos surtos. No entanto, é uma doença muito variável e a evolução é diferente de pessoa para pessoa, sendo necessário ajustar o tratamento a cada caso.
Durante o acompanhamento das pessoas com esclerose múltipla, é comum o envolvimento de várias especialidades médicas consoante os sintomas (por exemplo, medicina física e reabilitação, urologia, oftalmologia, psiquiatria, entre outras) e também outras áreas como a psicologia e a nutrição. São realizados periodicamente exames de diagnóstico para avaliar a evolução da doença.
Esclerose múltipla e gravidez
As mulheres com esclerose múltipla podem engravidar.
Recomenda-se o planeamento da gravidez, envolvendo o obstetra e o neurologista.
Alguns medicamentos usados no tratamento da esclerose múltipla podem ser usados na gravidez, caso seja necessário. Em casos em que a doença está bem controlada, pode ser ponderado suspender temporariamente o tratamento durante a gravidez.
13/08/2020
Fonte:
https://www.hospitaldaluz.pt/pt/dicionario-de-saude/esclerose-multipla
Após a experiência com projetos-piloto em alguns concelhos do país, o Estatuto do Cuidador Informal aplica-se já a todo o território continental.
O decreto do Governo que estabelece os termos e as condições do reconhecimento do estatuto de cuidador informal entrou em vigor a 11 de janeiro de 2022.
Mais recentemente, com a entrada da Agenda para o Trabalho Digno, consolidaram-se requisitos e condições para os cuidadores informais não principais. Não tendo nada alterado para os cuidadores principais, aquelas novidades vieram complementar respostas para quem acompanha familiares dependentes.
Conheça as principais requisitos e condições essenciais para pedir o estatuto de cuidador informal principal
O que diz a lei
O Estatuto do Cuidador Informal foi aprovado pela Lei n.º 100/2019 e é um conjunto de normas que regula os direitos e deveres do cuidador e da pessoa cuidada e estabelece as respetivas medidas de apoio.
O que caracteriza o Estatuto do Cuidador Informal?
O Estatuto do Cuidador Informal funcionou, durante cerca de um ano, num sistema de projetos-piloto, circunscritos a 30 concelhos. Estes projetos foram seguidos por uma Comissão de Acompanhamento, Monitorização e Avaliação Intersectorial, que elaborou um relatório com recomendações que contribuíram para a elaboração da legislação sobre a matéria.
Com a entrada em vigor do Decreto Regulamentar n.º 1/2022, o estatuto e as medidas de apoio ao cuidador informal passaram a aplicar-se a todo o território continental.
Mas não só, as mudanças pretendiam simplificação do processo, redução do prazo de resposta aos pedidos de reconhecimento do estatuto, e a possibilidade de um período de descanso para o cuidador informal.
Com o novo diploma, foi também majorado o subsídio relativo aos cuidadores informais inscritos no seguro social voluntário.
Quem pode ser considerado cuidador informal?
Os cuidadores informais são pessoas que cuidam de outras pessoas em situação de dependência. Têm obrigatoriamente de ser maiores de idade e familiares da pessoa cuidada, entre outros requisitos que veremos adiante.
Os cuidadores podem também ser considerados principais ou não principais. O cuidador principal é alguém que vive com a pessoa em situação de dependência, que a acompanha e cuida dela de forma permanente, e que não recebe qualquer remuneração por esses cuidados.
Já o cuidador não principal acompanha e cuida de alguém dependente de forma regular, mas não permanente, podendo ou não receber remuneração de atividade profissional ou pelos cuidados que presta à pessoa cuidada.
O estatuto do cuidador informal principal só pode ser reconhecido a um cuidador por domicílio. No entanto, a lei permite que sejam reconhecidos até três cuidadores informais não principais por pessoa cuidada.
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Quais os requisitos necessários?
As condições necessárias para o reconhecimento do Estatuto do Cuidador Informal, dizem respeito não só ao cuidador, mas também à pessoa cuidada.
Condições para ser um cuidador informal
Para que possa ser considerado cuidador informal, é necessário reunir todas estas condições:
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Além destes requisitos, para ser cuidador informal principal tem de:
Requisitos da pessoa cuidada
O reconhecimento do Estatuto do Cuidador Informal pressupõe também que a pessoa cuidada esteja dependente de terceiros e a necessitar de cuidados permanentes, mas que não se encontre acolhida numa instituição social ou de saúde em regime residencial. Ou seja, no caso de jovens com deficiência, por exemplo, estes podem frequentar uma escola, mas não podem residir nessa instituição.
A pessoa cuidada tem ainda de receber uma das seguintes prestações sociais:
Se a pessoa cuidada ainda não pediu estas prestações, pode apresentar o respetivo requerimento juntamente com o pedido de Reconhecimento do Estatuto do Cuidador Informal.
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Quais os direitos e deveres do cuidador informal?
A tarefa do cuidador informal é bastante exigente e são-lhe concedidos, por lei, alguns benefícios. O cuidador informal tem direito ao acompanhamento e formação necessários para a prestação de cuidados, assim como a ser informado sobre a evolução da doença da pessoa cuidada e dos apoios de que pode dispor.
Tem também direito a períodos de descanso e a participar em grupos de autoajuda criados nos serviços de saúde responsáveis pelo seu acompanhamento. Estes grupos têm como missão apoiar, encorajar e contribuir para a estabilidade emocional e redução do isolamento social.
No caso dos cuidadores informais não principais, deve ser garantida a conciliação entre a prestação de cuidados e a vida profissional. Se estiverem a estudar, podem beneficiar do regime de trabalhador-estudante.
As novas regras do teletrabalho conferem ao trabalhador com estatuto de cuidador informal não principal, o direito a exercer funções neste regime, pelo período máximo de quatro anos (seguidos ou não), desde que seja compatível com as suas funções e o empregador tenha as condições e meios necessários.
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O cuidador informal principal tem ainda direito ao subsídio de apoio ao cuidador informal principal e a pedir o enquadramento na Segurança Social através do Regime do Seguro Social Voluntário. Ou seja, a pagar uma contribuição que permita ter proteção social em caso de invalidez, velhice ou morte. Pode saber mais sobre este regime no site da Segurança Social.
Entre os principais deveres dos cuidadores informais estão a prestação de cuidados e o acompanhamento da pessoa cuidada a nível de saúde, higiene e alimentação, mas também no que respeita à sua socialização.
Plano de intervenção específico ao cuidador (PIE)
O cuidador informal deve ser acompanhado por um profissional de referência isto é, uma pessoa designada pelos serviços de saúde e da segurança social da área de residência da pessoa cuidada. Estas pessoas têm como missão aconselhar, acompanhar, capacitar e formar o cuidador informal, mas também dar a informação necessária sobre apoios e benefícios.
Os profissionais de saúde e do setor social que acompanham o cuidador têm de elaborar um
Plano de intervenção específico ao cuidador (PIE), que avalia as necessidades do cuidador e da pessoa cuidada, identifica os cuidados a prestar e estabelece, se for aplicável, o período de descanso do cuidador. O PIE é elaborado no prazo máximo de 30 dias após o reconhecimento do estatuto e pode ser revisto em qualquer altura.
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Como requerer o estatuto e o subsídio de cuidador informal?
O pedido de reconhecimento do estatuto de cuidador informal pode ser feito em qualquer serviço de atendimento da Segurança Social ou online através da Segurança Social Direta.
É também necessário que a pessoa cuidada dê o seu consentimento, ou seja, que manifeste essa vontade junto dos serviços da Segurança Social através de uma declaração assinada. Este documento deve ser acompanhado de uma declaração médica que ateste que se encontra no pleno uso das suas faculdades intelectuais.
O QUE A CAIXA PODE FAZER POR SI?
Viver cada etapa da vida, além de entusiasmo, exige planeamento e algum esforço de antecipação face aos riscos com que nos podemos confrontar. Descubra opções para os minimizar se envolverem a sua saúde e qualidade de vida.
Neste Guia Prático da Segurança Social explicam-se todos os passos para apresentar o pedido online.
A Segurança Social deve dar uma resposta ao pedido no prazo de 20 dias. Após o reconhecimento como cuidador informal será emitido o Cartão de Identificação do Cuidador Informal e, caso tenha direito, passa a receber o subsídio correspondente.
Recorde-se que este apoio só é atribuído ao cuidador informal principal. Isto é, aquele que acompanhe permanentemente a pessoa cuidada, que resida com ela, que não trabalhe e que não seja remunerado pelos cuidados que presta. É pago a pessoas entre os 18 anos e a idade legal de acesso à pensão de velhice.
De acordo com o estudo Saúde Mental e Bem-Estar nos Cuidadores Informais em Portugal, 84% dos cuidadores são mulheres e existe uma forte incidência do síndrome de burnout, com cerca de 80% dos inquiridos a já terem sentido necessidade de apoio psicológico.
Leia também:
De quanto é e como funciona o subsídio do cuidador informal?
O subsídio é mensal e a atribuição depende da condição de recursos. Sempre que os rendimentos de referência do agregado familiar do cuidador informal principal sejam inferiores a 1,3 vezes o indexante dos apoios sociais (IAS) isto é, a 624,56 € (valor em 2023), considera-se que estão cumpridas as condições necessárias.
Para saber quais os rendimentos que são tidos em conta e como é calculado o valor a atribuir pode consultar o Guia Prático – Estatuto do Cuidador Informal Principal e Cuidador Informal não Principal.
O valor a receber corresponde à diferença entre o montante dos rendimentos considerados na determinação dos recursos e o valor de referência do subsídio, que é o equivalente ao IAS (480,43 € em 2023). Por exemplo, se o rendimento for de 250 €, o valor do subsídio será de 230,43 € (480,43€ - 250€).
O valor do IAS (480,43 €) é o limite máximo deste apoio. Se o cuidador informal principal estiver inscrito no regime do seguro social voluntário e pagar as respetivas contribuições, o subsídio pode beneficiar de uma majoração.
Leia também:
24/11/2023
Fonte:"https://www.cgd.pt/Site/Saldo-Positivo/protecao/Pages/novo-estatuto-do-cuidador-informal.aspx"
Até que idade iremos trabalhar?
Aumento da população idosa e diminuição do número de jovens no mundo preocupam os especialistas internacionais da Economia da Longevidade, que defendem mudanças na sociedade ajustadas a um futuro longevo.
A tendência de envelhecimento demográfico de Portugal não é novidade – é o quinto país mais envelhecido do mundo, depois do Japão, Itália, Grécia e Finlândia – e pensar chegar aos 100 anos já não será um desejo impossível de alcançar. São as previsões apresentadas na conferência da Economia da Longevidade, que ocorreu no início de Novembro no Colégio Arzobispo Fonseca, em Salamanca, Espanha.
Porém, se a esperança média de vida alcançar os 100 anos, qual será a idade da reforma? Esta foi uma das questões em debate num evento que juntou especialistas internacionais. Nas várias investigações divulgadas aponta-se para o crescimento da esperança média de vida em todo o mundo até 2100, e as conclusões apontam apenas para uma hipótese: é necessário haver uma mudança em direção à longevidade.
A saúde, a geriatria, a educação, a economia e o emprego, entre outros fatores, serão altamente influenciados por esta tendência demográfica que se verifica no mundo e especialmente em Portugal. Assim sendo, os especialistas defendem a economia da longevidade "como uma nova categoria económica para as gerações futuras".
A realidade dos jovens de hoje em dia já é inteiramente diferente da que se vivia há cerca de 100 anos. Agora, a educação é uma prioridade e conquistas como sair e casa ou ter filhos são, na generalidade, cada vez mais adiadas por diferentes condicionantes. E daqui a 100 anos, com o país cada vez mais envelhecido, como será a vida dos portugueses?
O economista Andrew Scott considera que o futuro será marcado pela "vida dos 100 anos" e que "haverá mais pessoas com 80 anos do que com 20".
De acordo com as Projeções de População Residente 2018-2080 do Instituto Nacional de Estatística (INE), o número de idosos acima dos 65 anos "passará de 2,2 para 3,0 milhões" em pouco mais de 60 anos.
Além disso, "o índice de envelhecimento em Portugal quase duplicará, passando de 159 para 300 idosos por cada 100 jovens, em 2080, em resultado do decréscimo da população jovem e do aumento da população idosa", pode ler-se no sítio oficial do INE na internet.
Atendendo a estas informações, o INE prevê ainda que "a população em idade ativa (dos 15 aos 64 anos) diminuirá de 6,6 para 4,2 milhões de pessoas", o que deixa a questionar: Que oportunidades restarão para os jovens? Terão a responsabilidade de viver em prol do bem-estar dos mais idosos?
Aos jornalistas, o especialista em economia comportamental, Richard H. Thaler - vencedor do Prémio Nobel da Economia de 2017 -, contou que "há muitas coisas que vão ter de mudar gradualmente. Não sabemos o que irá acontecer tendo em conta a longevidade, mas de acordo com as previsões as pessoas terão vidas mais longas e mais saudáveis. Se continuar a haver um baixo número de fecundidade, temos um grave problema em mãos porque não podemos esperar que a próxima geração pague pelos idosos".
Nesse sentido, Richard Thaler acredita que "a sociedade precisa de melhorar a forma como as pessoas mais velhas podem continuar a ser úteis na idade da reforma", o que exige um "esforço das gerações trabalharem umas para as outras".
"O aumento da esperança média de vida implica custos e algo vai ter de mudar. É possível que a idade da reforma suba e temos de encontrar oportunidades para as pessoas mais velhas poderem continuar a trabalhar, como por exemplo novas oportunidades de emprego a tempo parcial. No entanto, alguém terá de pagar por estes benefícios e cabe aos governos decidir como e quem pagará por estes incentivos", justifica.
Tendo em conta a possível falta de mão-de-obra, visto que o número de jovens será cada vez mais reduzido em comparação ao número de idosos, o economista norte-americano defende que "existem muitas oportunidades, mas também despesas. Com o aumento da esperança de vida vão ser necessários mais trabalhos de geriatria e cuidadores e o maior problema é que há poucas pessoas jovens".
Diante disso, "é necessário transformar as condições de trabalho e apostar na imigração". "Há muitas pessoas espalhadas pelo mundo que querem trabalhar e muitos países que não têm trabalhadores suficientes. A solução é muito óbvia... mas, claro que existem obstáculos políticos a impedir que isto aconteça. Na maior parte dos países do mundo, a população local sobrestima o número de imigrantes", explica.
"Se a população não está a crescer, algo tem de mudar: ou as pessoas começam a ter mais filhos ou vamos ter de deixar entrar mais imigrantes nos países. É isto", sublinha.
Face às dúvidas quanto ao regime de pensões e às implicações na economia, Richard considera que o aumento da população envelhecida exigirá medidas. "Teremos de fazer algo: ou os idosos trabalham mais tempo e mantêm os seus benefícios ou têm reformas menos confortáveis e os impostos são aumentados."
Aumento da imigração e políticas de apoio à fecundidade são algumas das respostas para combater a falta de população ativa no futuro.
Por sua vez, Andrew Scott, economista e professor na London Business School, expressou na sua intervenção na Economia da Longevidade que o futuro será marcado pela "vida dos 100 anos", uma vez que a ideia de chegar a viver mais de um século não está assim tão longínqua.
Segundo o economista, "a cada dez anos, a esperança média de vida aumenta entre 2 a 3 anos", o que significa que em 2100 alguns países do mundo já poderão ter uma esperança média de vida de 100 anos.
Em Portugal, a esperança de vida à nascença no triénio 2018-2020 foi estimada em 78,07 anos para os homens e em 83,67 anos para as mulheres, o que representa um aumento de 1,90 e de 1,48 anos, respetivamente, em relação aos valores previstos para 2008-2010, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Andrew Scott sublinha ainda que em breve "haverá mais pessoas com 80 anos do que com 20 anos", sendo assim necessários apoios adequados à realidade das próximas gerações. "Quanto mais jovem se é, mais a longevidade é importante", frisa.
Isto porque, "as pessoas nunca estiveram tão velhas e nunca tiveram tantos anos de vida à sua frente", logo, "é preciso mudar a sociedade e adaptar à nova realidade da longevidade", diz.
Quanto às condições de vida dos idosos, foi ainda discutido na conferência a promoção do bem-estar na velhice, sendo importante ter "uma visão sobre a longevidade e não apenas sobre o envelhecimento", segundo Ana João Sepúlveda, Managing Partner da 40+ Lab.
Nessa perspetiva, a longevidade irá implicar uma "mudança na forma como envelhecemos", nomeadamente na melhoria da qualidade de vida e no acesso aos cuidados de saúde.
Por outro lado, María Gafo, membro da Comissão Europeia, reforça a importância da descentralização geográfica ou regionalização, dado o constante aumento da população idosa.
O futuro é incerto, mas os desafios da longevidade devem ser pensados com urgência e as medidas tomadas tendo em conta as investigações, segundo os especialistas da Economia da Longevidade.
83, 67 - Em Portugal, a esperança de vida à nascença no triénio 2018-2020 foi estimada em 78,07 anos para os homens e em 83,67 anos para as mulheres, o que significa um aumento de 1,90 e de 1,48 anos, respetivamente, em relação aos valores estimados para 2008-2010, de acordo com dados do INE.
3 milhões - De acordo com as Projeções de População Residente 2018-2080 do Instituto Nacional de Estatística, o número de idosos acima dos 65 anos "passará de 2,2 para 3 milhões" de pessoas.
300 - O índice de envelhecimento em Portugal passará de 159 para 300 idosos por cada 100 jovens, em 2080, em resultado do decréscimo da população jovem e do aumento da população idosa, segundo o INE.
4,2 milhões - A população em idade ativa - dos 15 aos 64 anos - diminuirá de 6,6 para 4,2 milhões de pessoas, segundo os dados publicados no sítio online do Instituto Nacional de Estatística.
Os cuidados paliativos são uma forma de proporcionar cuidados de saúde centrados na pessoa doente e na sua família. São prestados por uma equipa multidisciplinar constituída por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais. Visam a abordagem global do sofrimento, o suporte na comunicação com o doente, família e profissionais e outros parceiros na sociedade, e o planeamento antecipado de cuidados, centrado na pessoa. São uma área de especialização como qualquer outra área específica no âmbito dos cuidados de saúde (como por exemplo a Obstetrícia, Cirurgia, Cardiologia ou Neurologia).
Intervenção no sofrimento
Os cuidados paliativos pretendem dar uma resposta ativa aos problemas decorrentes de uma doença grave, prolongada e/ou progressiva. O objetivo é prevenir o sofrimento que estas doenças condicionam e oferecer a máxima qualidade de vida à pessoa doente e à sua família, independentemente do tempo de vida.
São cuidados de saúde ativos e rigorosos, que combinam ciência e humanismo fazendo com que o sofrimento desapareça na maioria dos casos e, em situações mais complexas, que assuma níveis toleráveis.
Diminuir a dor física e psicológica
A dor física, orgânica, é apenas um dos múltiplos sintomas que pessoas com doenças prolongadas podem apresentar. Existem muitos outros, como o cansaço, a falta de ar, a insónia, as náuseas/vómitos e, além destes, o sofrimento psicológico, espiritual, social e cultural.
Em cuidados paliativos, a pessoa doente é abordada como um todo. O seu objetivo não é curar uma doença, mas sim cuidar das pessoas doentes e ajudá-las a viver a sua vida, ao mesmo tempo que lidam com a doença. Centram-se na importância da dignidade da pessoa cuja vida deve ser vivida intensamente até ao fim, independentemente do momento da morte. Cada dia é vivido com pleno significado.
Quando é que se deve recorrer aos cuidados paliativos?
- No início da doença
Muitos associam os cuidados paliativos à morte e aos últimos dias de vida. Com certeza que esta é uma fase muito importante da atuação das equipas de cuidados paliativos. Contudo, o que se pretende cada vez mais é trazer os reconhecidos benefícios dos cuidados paliativos para o início da doença. Isto é importante porque não é só nos últimos dias de vida que as pessoas precisam e beneficiam de uma abordagem global do seu sofrimento, e porque permite que as equipas tenham mais tempo para fazer o seu melhor.
Vários estudos internacionais têm demonstrado que quando os cuidados paliativos são integrados precocemente, paralelamente aos cuidados que podem ser curativos, as pessoas com doenças graves e/ou crónicas progressivas vão ter melhor qualidade de vida ao longo de toda a trajetória da sua doença.
Está também demonstrado que, em alguns casos, a sua sobrevivência é maior do que se receberem apenas cuidados com intuito potencialmente curativo.
Sublinhamos ainda que estes cuidados não são apenas para a pessoa que está doente, mas incluem a sua família ou cuidadores. Olharmos para quem cuida é, neste momento, um imperativo na nossa sociedade.
Cuidados Paliativos e fim de vida
O que são cuidados de fim de vida?
Podemos ouvir que é “ter uma boa experiência de morte”.
O termo “fim de vida” é utilizado para designar cuidados e apoio a pessoas que estão nos últimos meses ou anos de vida.
A palavra “terminal” significa que uma doença não pode ser curada e a morte ocorrerá dentro de um período limitado de tempo.
Então, o que são cuidados paliativos e qual é a diferença entre cuidados de fim de vida e cuidados paliativos?
Os cuidados de fim de vida incluem “cuidados paliativos”, que são cuidados específicos para uma pessoa com uma doença que não pode ser curada.
Os cuidados paliativos concentram-se em deixar as pessoas o mais confortáveis possível, a controlar a dor e outros sintomas angustiantes.
Envolve também apoio psicológico, social e espiritual ao indivíduo e à sua família ou cuidadores.
Ao falar com uma pessoa que está a morrer ou com seus parentes, entenda o impacto dos termos usados.
Sempre que possível, tente explicar as coisas de forma simples e clara, em vez de usar automaticamente termos potencialmente desconhecidos como 'paliativo' e ' 'cuidados' de fim de vida .
Muitas vezes, quando chegam (tarde) aos serviços de cuidados paliativos as pessoas verbalizam a falta de apoio nas questões da comunicação, do planeamento de cuidados, de uma abordagem honesta e transparente. Sentem também a falta de esperança. Não a esperança numa cura mas a esperança em cuidados de qualidade, no alívio dos sintomas, no alívio do sofrimento.
Por isso, muitas vezes, quando chegam às equipas, às unidades de cuidados paliativos, ficam realmente surpreendidas com aquilo que lhes é oferecido, com o nível de integração, de atenção ao detalhe, à pessoa, à família e não apenas aos aspetos puramente médicos.
Muitas pessoas imaginam estes serviços como sombrios, tristes e não imaginam a vida que pode existir em cada quarto, em cada corredor, em cada área comum.
As doenças graves são diagnosticadas, na maioria das vezes, nos hospitais e por isso se impõe mudar a mentalidade dos profissionais. É absolutamente necessário que se referenciem as pessoas com necessidades paliativas para os serviços de Cuidados Paliativos e, sempre que possível e desejado, para fora dos hospitais, para que possam ser acompanhadas nas suas casas ou numa unidade, consoante a complexidade dos cuidados.
Felizmente hoje em dia (2021) todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde têm nomeada uma equipa intrahospitalar de cuidados paliativos. É um primeiro passo, mas é ainda preciso reconhecer as necessidades que existem nestas equipas no que respeita à formação, competência, recursos e horário adequado para que efetivamente possam assegurar os cuidados necessários à população que servem.
É preciso que a sociedade no seu todo tenha consciência do sofrimento dos doentes incuráveis, da falta de respostas por parte dos serviços de Saúde e da especificidade dos cuidados necessários para esta população.
Atualmente, em Portugal, 90% das mortes ocorrem em contexto de doença crónica e avançada, pelo que é possível antever a necessidade destes cuidados especializados.
A prioridade deve ser alargar a todo o país, a todos os diagnósticos e a todas as faixas etárias os cuidados que permitem que ninguém fique em sofrimento destrutivo e intolerável.
Precisamos que todos os profissionais de saúde, decisores e cidadãos reconheçam que os cuidados paliativos têm muito para oferecer e que, quanto mais precocemente forem integrados na abordagem da pessoa doente maior poderá ser o benefício.
Com os Cuidados Paliativos ganham as pessoas, ganha o Serviço Nacional de Saúde e ganha a Sociedade no seu todo.
Fonte:"https://apcp.com.pt/cuidados-paliativos"
O que é?
Corresponde a uma dificuldade em engolir, o que significa que demora mais tempo e implica maior esforço para mover os alimentos sólidos ou líquidos desde a boca até ao estômago; pode ser acompanhada de dor e, em casos graves, pode tornar impossível a deglutição.
É geralmente causada por alterações nos nervos ou nos músculos, pode ser dolorosa e é mais comum em idosos e bebés. Existe uma ampla gama de causas potenciais de disfagia. Embora um episódio isolado provavelmente não corresponda a um problema sério subjacente, se se repetir necessita observação médica urgente.
A disfagia ocasional pode resultar de uma ingestão de alimentos demasiado rápida ou mal mastigados, sendo mais comum nas pessoas idosas; estes casos geralmente não merecem preocupação. Pelo contrário, disfagia persistente ou disfagia que se agrava, pode traduzir um problema grave e deve ser avaliada com urgência.
Sintomas
Os doentes podem referir dor ao engolir ou serem incapazes de o fazer. Pode ocorrer uma sensação de que os alimentos ficam na garganta ou no peito, excesso de salivação, rouquidão, regurgitação, queimadura por trás do esterno, perda de peso, tosse ou engasgamento quando se engole. Se não for devidamente tratada, a disfagia pode causar desnutrição, perda de peso e desidratação ou infeções respiratórias, se os alimentos passarem para as vias aéreas durante a tentativa de deglutição.
Causas
Nem sempre se consegue identificar a causa da disfagia. De um modo geral, existem dois tipos de disfagia: a esofágica e a orofaríngea.
Na disfagia esofágica, existe uma sensação de que os alimentos estão encravados na base da garganta ou no peito depois de se iniciar a sua deglutição. As causas mais comuns são a acalásia (fraqueza dos músculos do esófago), espasmos ou um estreitamento (por tumor ou lesão) do esófago ou a presença de um corpo estranho. O refluxo gastroesofágico, a esofagite eosinofílica, a esclerodermia ou a radioterapia podem também causar este tipo de disfagia.
Na orofaríngea, existe um enfraquecimento dos músculos da garganta que dificulta a passagem dos alimentos da boca para a garganta e esófago, o que pode causar tosse, engasgamento ou, até, asfixia. Se os alimentos passarem para a traqueia pode desenvolver-se uma pneumonia. Este tipo pode resultar de problemas neurológicos, como a esclerose múltipla ou a doença de Parkinson, acidentes vasculares cerebrais, divertículos da faringe ou lesões neoplásicas.
Por outro lado, o envelhecimento é um fator de risco para a disfagia, bem como a presença de algumas formas de doença neurológica.
Diagnóstico
O diagnóstico da disfagia passa pela observação médica, complementada por radiografia com contraste, estudos dinâmicos da deglutição, endoscopia, estudo da pressão esofágica (manometria), por tomografia computorizada ou por ressonância magnética. Em função de cada caso, são selecionados os exames mais adequados.
Tratamento
O tratamento depende do tipo de disfagia.
Na disfagia orofaríngea, existem alguns exercícios e técnicas que ajudam a coordenar os músculos envolvidos na deglutição e a estimular os nervos que desencadeiam este reflexo.
No caso da disfagia esofágica, pode ser necessária uma dilatação do esófago através de um endoscópio, ou uma cirurgia no caso de estar presente um tumor ou um divertículo.
Se existir refluxo gastro esofágico, deve ser tratado mediante a prescrição de tratamento oral que reduza a acidez gástrica.
O tratamento pode ser complementado por uma dieta líquida que permita manter o peso e evitar a desidratação e, em casos graves, pode ser necessária a alimentação através de uma sonda.
Prevenção
A disfagia ocasional pode ser prevenida comendo devagar e mastigando bem os alimentos. Quando se deteta a presença de refluxo gastroesofágico, este deve ser prontamente tratado de modo a impedir o desenvolvimento de um estreitamento do esófago. Nas restantes formas de disfagia não é possível prevenir, mas é recomendável o diagnóstico precoce para minimizar as suas complicações.
Fontes:https://youtu.be/eLvfzyZNnVw
Fontes:https://www.cuf.pt/saude-a-z/disfagia
O que é incontinência urinária?
A incontinência urinária no adulto é definida como a perda involuntária de urina, existindo múltiplas causas possíveis para esta patologia. Esta pode surgir em qualquer idade e pode se tratar de um episódio transitório (ex. associado a infeção urinária) ou prolongado no tempo (ex. enfraquecimento da musculatura pélvica). Veja mais informação em “causas para a incontinência urinária”.
Mesmo nas situações crónicas, esta pode ser aliviada com alguns tratamentos. É mais comum entre as mulheres e os idosos, estimando-se que afete cerca de 20% da população portuguesa acima dos 40 anos. Apesar de ser mais comum na 3ª idade, não deve ser considerada uma parte normal do envelhecimento. As perdas podem ser desde fugas ocasionais e em baixa quantidade até grandes perdas e muito frequentes.
Classificação da incontinência urinária
Existem vários tipos de incontinência consoante o motivo ou a forma que desencadeiam as perdas, a saber:
Perda involuntária que se associa a uma vontade urgente/imperiosa de urinar, incontrolável. Surge com alguma frequência nas situações de infeções urinárias e outras condições que despoletem hiperatividade vesical (da bexiga);
Perda involuntária que surge nas situações de aumentos súbitos na pressão intra-abdominal (ex. Atividade física, espirro, tosse, levantar pesos, etc.). Surge normalmente associada a hipermobilidade da uretra ou insuficiência de esfíncter;
Perdas involuntárias de urina que ocorrem por sobre-repleção da bexiga, ou seja, quando o volume de urina acumulada dentro da bexiga é tão grande que a pressão do líquido vence a capacidade do esfíncter em evitar as perdas;
Perdas involuntárias devidas à incapacidade do doente. São exemplos as situações de demência, de Alzheimer ou doença de Parkinson em que a sua condição leva a que a pessoa urina sem que exista um comprometimento da função da bexiga ou do esfíncter;
Perdas involuntárias que ocorrem durante o sono da pessoa. É mais comum em crianças, mas também pode surgir em adultos. De facto, a incontinência urinária infantil (na criança) é mais comum na forma de enurese noturna, ou seja, perdas involuntárias de urina durante o sono da criança. Aproximadamente 15% das crianças aos 5 anos apresentam enurese, percentagem que vai diminuindo com a idade. Aos 15 anos apenas 1 % da população mantem as queixas.
Muitas das vezes não existe apenas um tipo de incontinência urinária, sendo frequente, por exemplo, a coexistência na mesma pessoa de incontinência de esforço e incontinência de urgência. Nestes casos falamos de incontinência urinária mista.
O grau de perdas varia consoante o tipo de incontinência e o grau de insuficiência de função.
Causas da incontinência urinária
Existem múltiplas doenças e situações que podem condicionar o aparecimento de incontinência urinária. Entre os tipos mais frequentes podemos enumerar os seguintes:
Existem também vários fatores que promovem e/ou agravam a incontinência urinária, nomeadamente:
Dadas as caraterísticas que distinguem os dois sexos, abordaremos de seguida algumas causas específicas, a saber:
Nos homens, as causas mais frequentes de incontinência urinária são:
No caso das mulheres, as causas mais comuns geralmente estão relacionadas com hiperatividade da bexiga e/ou com fraqueza da musculatura pélvica.
É relativamente comum observar-se incontinência de esforço em mulheres que tenham sido submetidas a cirurgia pélvica (ex. histerectomia), com antecedentes de múltiplos partos (multípara), com excesso de peso ou com prolapsos genitais.
Nas mulheres jovens, sem excesso de peso e nulíparas (sem antecedentes de partos) é pouco frequente o aparecimento de incontinência de esforço, dado a força preservada da musculatura pélvica.
A incontinência urinária de esforço na gravidez está geralmente associada ao aumento de peso que o feto exerce sobre a bexiga, comprimindo-a e levando às perdas involuntárias. Após o parto, este tipo de incontinência poder-se-á manter transitoriamente ou cronicamente.
Se for este o seu caso consulte o seu urologista para melhor esclarecimento e orientação terapêutica.
Diagnóstico da incontinência urinária
O diagnóstico é feito pelo seu médico, usualmente o médico de família/Medicina Geral e Familiar, o Urologista (especialista em urologia), ou Ginecologista.
Muitas das vezes, o exame objetivo é suficiente para documentar a existência de perdas involuntárias. Alguns sinais e sintomas podem ajudar a esclarecer o tipo e a causa da incontinência urinária, por exemplo, o aumento da frequência urinária, a existência de vontades súbitas e inadiáveis para urinar são sugestivas de bexiga hiperativa. Se a estas queixas se somar a dor ou ardência a urinar é provável que estejamos perante uma infeção urinária.
Saiba, aqui, tudo sobre infeção urinaria.
Normalmente, no contexto do estudo de uma incontinência urinária é comum realizarem-se alguns exames no sentido de quantificar o volume de perdas e classificar essa incontinência nos grupos atrás enumerados.
Os exames mais comummente realizados são:
O doente deve procurar o médico Urologista (especialista em Urologia) para avaliação e determinação de um tratamento atempado, de modo a evitar possíveis complicações, conforme descreveremos de seguida.
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Complicações da incontinência urinária
As complicações mais frequentes da incontinência urinária são sobretudo de índole psicológica como diminuição da auto-estima, isolamento social e laboral.
A necessidade de utilização de fraldas, nomeadamente em situações de incontinência severa também pode predispor ao aparecimento de infeções da região genital, normalmente infeções fúngicas.
A incontinência urinária tem cura?
A maior parte das causas da incontinência urinária tem uma cura ou um tratamento que diminui eficazmente a frequência e a quantidade de perdas involuntárias.
Assim, o prognostico é, para a maior parte dos casos, favorável quando cumpridas as indicações do seu médico.
Tratamento da incontinência urinária
Existem diversos tipos de tratamentos disponíveis para diminuir ou prevenir as perdas involuntárias de urina.
O tratamento deve ser adaptado ao tipo de incontinência apresentada e orientado igualmente para a causa subjacente.
Os medicamentos (ou remédios) mais comuns destinam-se a tratar os sintomas da hiperatividade da bexiga e de incontinência de urgência. Eles são conhecidos por anticolinérgicos e por agonistas beta 3, e têm como objetivo diminuir a frequência e a intensidade das contrações involuntárias da bexiga, exercendo assim um efeito “calmante” do músculo da bexiga. Naturalmente que tem de ser também investigada e tratada a causa que está subjacente a essa hiperatividade, seja uma infeção urinária, um tumor, um cálculo, uma inflamação crónica (cistite crónica), etc.
Para a hiperatividade da bexiga são igualmente recomendados alguns cuidados com a alimentação, nomeadamente, evitar alimentos e substâncias que irritem a bexiga e aumentem as queixas de urgência / imperiosidade para urinar, o número de micções diárias, perda involuntária e numero de micções noturnas.
São exemplos desses alimentos:
Note que cada um dos alimentos deve ser retirado da dieta sequencialmente e avaliada a existência de melhora sintomática.
Existem também algumas medidas naturais e comportamentais que se devem adotar como: promover o consumo de fibras, evitar a obstipação (intestino preso), combater a obesidade – praticar exercício físico, adequar o consumo de líquidos: evitar a existência de urina concentrada - ingerir aproximadamente 1,5 L de água incluindo a presente em alimentos líquidos e sólidos.
Nalguns casos deve promover uma reeducação da bexiga de modo a readquirir o controlo sobre o seu funcionamento. Para tal deve realizar o seguinte esquema de exercícios:
Pode realizar as seguintes técnicas quando surge a vontade súbita para urinar (urgência):
É importante treinar a sua bexiga para que esta se adapte a tolerar volumes maiores de urina:
Para a maior parte dos casos de incontinência urinária, nomeadamente nos casos de incontinência de esforço, deve ser realçada a importância da fisioterapia (especialmente dirigida à reabilitação da musculatura do pavimento pélvico) e a execução dos exercícios de kegel:
Como realizar os exercícios de Kegel:
Identifique os músculos responsáveis pela continência urinária. Estes músculos são os mesmos que tem de contrair para segurar a urina quando tem uma forte vontade para urinar. Quando não tiver de urinar, siga estes passos simples:
Devem ser realizados 10 a 20 exercícios de Kegel, três a quatro vezes por dia.
Outra maneira de apertar os músculos do assoalho pélvico passa por:
Enquanto estiver a realizar os exercícios de Kegel, lembre-se:
Os exercícios, para serem eficazes, devem ser realizados no mínimo durante 3 meses. Se deixar de praticar os exercícios e voltar a perder urina deverá retomar novamente os exercícios diariamente.
O doente nunca se deve automedicar ou tentar qualquer tipo de tratamento alternativo sem indicação médica sob pena de poder agravar o seu quadro clínico. Deve tomar a medicação conforme a prescrição médica e acabar a terapêutica apenas quando for indicado.
Cirurgia na incontinência urinária
Por fim temos o tratamento cirúrgico da incontinência urinária.
O tipo de cirurgia a adotar varia consoante a quantidade de perdas, o tipo de incontinência urinária e o sexo do utente.
Apesar da eficácia imediata, esta pode ser limitada. A operação pode ser repetida futuramente quando terminar a eficácia do fármaco e caso regressem os sintomas.
Fonte:https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/urologia/incontinencia-urinaria/
As infeções do trato urinário são o tipo mais comum de infeção bacteriana nas pessoas mais velhas.
Em geral as infeções urinárias afetam cerca de 10% dos homens e 20% das mulheres com mais de 80 anos.
Os idosos podem também experimentar sintomas diferentes e mais graves do que os adultos mais jovens, incluindo agitação, confusão mental e mudanças súbitas de comportamento.
Quando não tratadas, as infeções urinárias nos idosos podem causar problemas graves, incluindo danos renais permanentes e septicemia, uma infeção generalizada e potencialmente fatal.
Em geral um idoso tem provavelmente uma infeção do trato urinário em algum momento da vida. Mas o risco de desenvolver este problema de saúde, é maior quando a pessoa idosa é frágil, aumentando as suas probabilidades de delírio, hospitalização e morte.
Os sintomas clássicos de uma infeção urinária são dores, ardor e micção frequente. No entanto, esta infeção pode não causar estes sintomas clássicos em pessoas mais velhas.
Em vez disso, os idosos, especialmente os que têm demência, podem apresentar sintomas comportamentais, como confusão, por exemplo. Embora já tenha sido estabelecida uma relação entre infeção urinária em idosos e o surgimento de confusão, ainda não se sabe porque isto acontece.
Quando as bactérias entram na uretra e o sistema imunitário não as consegue combater, estas bactérias podem propagar-se para a bexiga e rins, o que resulta numa infeção urinária.
As mulheres são mais propensas a ter uma infeção urinária do que os homens porque as suas uretras são mais curtas do que as dos homens e o risco aumenta com a idade.
Mais de 10 por cento das mulheres com mais de 65 anos de idade apresentam em algum momento uma infeção urinária.
Este número aumenta para quase 30 por cento nas mulheres com mais de 85 anos de idade, no entanto, os homens também tendem a ter mais infeções urinárias à medida que envelhecem.
Porque é que as infeções urinárias afetam mais os idosos?
As pessoas mais idosas são mais vulneráveis às infeções urinárias, porque à medida que envelhecemos, tendemos a ter músculos mais fracos na bexiga e pavimento pélvico que podem causar retenção de urina ou incontinência.
Sempre que a urina permanece no trato urinário, há um potencial para bactérias, tais como Escherichia coli, ou E. coli, se multiplicarem e causarem a propagação de uma infeção.
Outros fatores que aumentam o risco de ocorrência de infeção urinária em idosos são, um sistema imunitário enfraquecido, a utilização de cateteres para esvaziar a bexiga, diabetes e problemas renais.
As mulheres mais velhas têm estas infeções mais frequentemente do que os homens mais velhos, devido à anatomia feminina e à hormona estrogénio.
As mulheres produzem quantidades mais baixas de estrogénio após a menopausa. Isto pode criar um desequilíbrio de bactérias boas e más na vagina, o que pode levar a infeções.
Outras causas são devidas ao envelhecimento ou inflamação na vagina, tais como a vaginite atrófica, bexigas caídas que produzem fluxo urinário deficiente ou de irritação durante a relação sexual. Esta situação pode ser atenuada com antibióticos profiláticos após a relação sexual.
As infeções urinárias são menos frequentes nos homens principalmente devido à anatomia masculina, mas outros fatores tornam-nos mais suscetíveis a terem infeções, como por exemplo, se forem circuncisados ou tiverem uma próstata aumentada, também conhecida como hiperplasia benigna da próstata.
As infeções urinárias associadas à próstata aumentada ocorrem como resultado de as pessoas não conseguirem esvaziar completamente a bexiga. A urina estagnada na bexiga atua como uma via para as bactérias.
Na idade mais avançada, os sintomas da infeção podem não ser tão evidentes, especialmente para aqueles que sofrem da doença de Alzheimer ou demência, porque em vez de mostrarem sintomas de dor, podem começar a agir de forma mais errática.
Por outro lado, muitas vezes os idosos com demência não podem dizer ou expressar que têm sintomas de infeção urinária, mas se não forem tratados os seus sintomas podem agravar-se rapidamente, causando confusão e um estado de delírio.
Por causa disso, é importante prestar atenção redobrada ao agravamento dos sintomas de confusão e desorientação nos idosos.
Quando há suspeitas que um idoso tem uma infeção urinária, é aconselhável que seja visto por um médico, para que possam ser excluídas outras infeções possíveis e para que possa ser iniciado um tratamento mais adequado.
Sintomas de infeção urinária em idosos:
Pode ser difícil perceber que um adulto mais velho tenha uma infeção urinária porque nem sempre mostram sinais clássicos. Isto pode ser devido a uma resposta imunitária mais lenta ou suprimida.
Como em qualquer outra situação de infeção, os idosos podem experimentar sintomas físicos típicos. No entanto, podem não notar de imediato uma infeção ligeira.
Isto acontece porque os problemas urinários crónicos comuns em idosos, tais como incontinência ou elevada frequência urinária, podem ter sintomas semelhantes aos de uma infeção urinária, mascarando assim a existência da inflamação.
Os sintomas comuns de uma infeção urinária incluem:
Ardor e sensação dolorosa ao urinar;
Urinar frequente e intensamente, mesmo quando há pouca urina para passar;
A sensação de que a bexiga não está completamente esvaziada;
Sangue na urina;
Urina escura ou com cheiro fétido;
uma necessidade urgente de urinar;
Os sintomas de uma infeção urinária mais grave e que alastrou para os rins podem incluir:
Febre;
Suores ou calafrios noturnos;
Náuseas e vómitos;
Arrepios;
Dor na parte inferior do abdómen ou nas costas;
Pele ruborizada;
Quando acompanhadas por outros sintomas comuns e alterações de comportamento podem também ser sinais de uma infeção urinária em idosos, o seguinte:
Confusão ou delírio;
Incontinência urinária súbita;
Incapacidade de executar tarefas diárias comuns, tais como vestir-se ou alimentar-se sozinho;
Letargia;
Quedas;
Retenção urinária;
Diminuição do apetite;
Agitação;
Quando um idoso tem sintomas clássicos de infeção urinária, pode não ser capaz de falar sobre o problema. O que também pode ser devido a questões relacionadas com problemas de saúde, como doenças neurológicas. Os sintomas como confusão podem ser vagos e imitar outras condições.
Quais são as causas de uma infeção do trato urinário?
Homens e mulheres com mais de 65 anos correm um maior risco para desenvolver uma infeção urinária.
Isto acontece porque tanto os homens como as mulheres mais velhos tendem a ter mais problemas em esvaziar completamente a bexiga à medida que envelhecem, provocando o desenvolvimento de bactérias no sistema urinário.
Nos homens mais velhos, isto acontece também frequentemente devido ao aumento da próstata. O aumento da próstata bloqueia o fluxo de urina e impede que a bexiga se esvazie completamente.
À medida que as mulheres envelhecem, os músculos da bexiga enfraquecem e impedem a bexiga de esvaziar completamente também, aumentando o risco de ocorrência de infeção.
As mulheres também produzem quantidades menores de estrogénio após a menopausa. Isto cria um desequilíbrio de bactérias boas e más na vagina, o que pode levar ao surgimento da infeção.
Outros fatores de risco de infeções urinárias nos mais velhos incluem:
A utilização de um cateter para esvaziar a bexiga;
Ter pedras nos rins, que podem bloquear o fluxo de urina;
Ter um sistema imunitário suprimido, o que diminui a defesa do organismo contra infeções;
Nos idosos que utilizam cateteres ou vivem num lar ou outro centro de cuidados a tempo inteiro, bactérias como Enterococci e Staphylococci são as causas mais comuns para o surgimento de infeções urinárias nos mais velhos.
Fatores de risco de infeção do trato urinário nos mais velhos:
Certos fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento de infeções urinárias nas pessoas idosas.
Algumas doenças mais comuns nas pessoas mais velhas podem levar à retenção de urina ou à perda de controlo da bexiga, o que aumenta o risco de ocorrência de infeções urinárias.
As doenças que mais contribuem para esta situação são, a doença de Alzheimer, doença de Parkinson e a diabetes.
Estes problemas de saúde requerem frequentemente que as pessoas idosas usem cuecas de incontinência. Se as cuecas não forem mudadas regularmente, pode ocorrer uma infeção.
Outros fatores que colocam as pessoas idosas em risco de desenvolver uma infeção urinária são:
Historial de outras infeções urinárias;
Demência;
Utilização de cateteres;
Incontinência da bexiga;
Incontinência intestinal;
Uma bexiga descaída;
Fatores específicos nas mulheres:
As mulheres no período pós-menopausa correm o risco de contrair uma infeção urinária devido à deficiência de estrogénio.
O estrogénio pode ajudar a proteger a vagina e uretra de um crescimento excessivo da bactéria E. coli, responsável por muitas infeções urinárias. Quando o estrogénio diminui durante a menopausa, a E. coli pode aumentar de quantidade na bexiga e desencadear uma infeção.
Fatores específicos nos homens:
Estes são alguns dos fatores que podem aumentar o risco de desenvolver uma infeção urinária nos homens:
Pedras na bexiga;
Pedras nos rins;
Próstata alargada;
Utilização de cateteres;
Prostatite bacteriana, que é uma infeção crónica da próstata;
Como se faz o diagnóstico de uma infeção do trato urinário em pessoas idosas;
Sintomas vagos e pouco comuns, tais como a confusão ou agitação, tornam as infeções urinárias difíceis de diagnosticar em muitas pessoas mais velhas.
Quando o médico suspeita da existência de uma infeção urinária, esta pode ser facilmente confirmada com uma simples análise à urina.
O médico pode realizar uma cultura de urina para determinar o tipo de bactérias que causam a infeção e indicar o antibiótico mais adequado para a tratar.
Existem testes que verificam a presença de nitratos e leucócitos na urina. Ambos estão frequentemente presentes quando existe uma infeção urinária.
Mas, como as bactérias estão frequentemente presentes na urina dos idosos, até certo ponto, estes testes nem sempre são precisos. O mais aconselhável é procurar a ajuda médica.
Os idosos têm frequentemente bactérias na urina que não causam quaisquer sintomas. Esta condição é chamada bacteriúria assintomática, e muitas vezes resolve-se por si só sem tratamento.
Em alguns casos, os médicos preferem não fazer um teste à urina, a menos que os idosos apresentem sintomas típicos e incómodos devido à infeção. Esta situação pretende evitar o uso excessivo de antibióticos para tratar infeções, o que pode levar à resistência aos antibióticos.
Tratamento da infeção do trato urinário em idosos:
Os antibióticos são a primeira escolha de tratamento para as infeções urinárias. Quando estas infeções são mais leves muitas vezes desaparecem em apenas alguns dias com o antibiótico adequado.
No entanto, dependendo da idade e saúde da pessoa, bem como a gravidade da infeção, o tratamento para uma infeção urinária pode levar várias semanas e um curso mais longo de antibióticos.
Em casos mais graves, os mais velhos podem precisar de ser hospitalizados para receber antibióticos intravenosos.
Assim, a proatividade neste caso é muito importante e pode ser extremamente eficaz, se o idoso tiver sintomas de uma infeção urinária, é importante marcar de imediato uma consulta com o médico.
Se os sintomas forem graves, chamar imediatamente o médico para determinar se é necessária uma ida às urgências.
O tratamento com antibióticos deve ser iniciado o mais cedo possível e estes devem ser tomados durante toda a duração do tratamento, tal como prescrito pelo médico.
A interrupção precoce do tratamento, mesmo que os sintomas se resolvam, aumenta os riscos de reincidência da infeção e de resistência aos antibióticos.
O uso excessivo de antibióticos também aumenta o risco de resistência aos antibióticos. Por esta razão, o médico irá provavelmente prescrever um tratamento mais curto possível. O tratamento normalmente não dura mais do que 7 dias, e a infeção deverá desaparecer em poucos dias.
É importante beber muita água durante o tratamento para ajudar a expelir as bactérias resistentes
As pessoas que têm duas ou mais infeções urinárias em 6 meses ou três ou mais em 12 meses podem usar antibióticos profiláticos, o que significa tomar um antibiótico todos os dias para prevenir a ocorrência de uma infeção urinária.
Os idosos saudáveis podem também utilizar alguns analgésicos de venda livre tais como o ibuprofeno para atenuar a dor e a micção frequente.
Outros tipos de medicamentos podem também ser utilizados.
Uma almofada de aquecimento ou saco de água quente pode ajudar a aliviar a dor pélvica e as dores nas costas.
Os idosos que tenham outras condições médicas ou doenças crónicas, não devem utilizar remédios caseiros sem primeiro consultar um médico.
Como fazer a prevenção da ocorrência de infeções urinárias em idosos?
Não é possível prevenir todas as infeções urinárias, mas existem algumas estratégias que ajudam a diminuir as hipóteses da ocorrência de uma infeção urinária numa pessoa idosa.
Uma das formas que pode ajudar a prevenir o surgimento de uma infeção é beber muitos líquidos para expelir as bactérias da bexiga.
É recomendado que os adultos mais velhos bebam quatro a seis copos de água por dia. Beber sumo de arando também pode tornar a urina mais resistente às bactérias.
Estas são algumas das estratégias:
Beber muitos líquidos;
Trocar frequente de fraldas de incontinência;
Evitar substâncias que podem irritar a bexiga, como a cafeína e o álcool;
Manter a zona genital limpa, limpando de frente para trás depois de ir à casa de banho;
Tomar duche em vez de banho;
Urinar assim que surgir a vontade;
Usar estrogénio vaginal;
Em situações de cuidados prolongados e continuados é fundamental a prevenção da infeção urinária, especialmente para as pessoas que estão imóveis e incapazes de cuidar de si próprias, dependendo de terceiros ou cuidadores para os manterem limpos e secos.
Conclusão
Uma infeção urinária nem sempre é fácil de detetar nos idosos. Alguns dos sintomas podem ser confusão e outros sintomas de demência, ou ainda problemas pré-existente de bexiga.
Assim, executar medidas preventivas e procurar sintomas de uma possível infeção urinária pode ajudar a prevenir a infeção. Caso os sintomas sejam mais graves e incluam febre e vómitos, a ajuda médica deve ser procurada de imediato.
O sistema imunitário de uma pessoa mais velha reage de forma diferente à infeção urinária em comparação com as pessoas mais jovens.
Uma infeção na bexiga coloca stress no corpo, e o stress pode resultar em confusão e mudanças abruptas de comportamento nas pessoas idosas que têm a infeção.
Para os idosos com a doença de Alzheimer ou outros tipos de demência, qualquer tipo de stress, físico ou emocional que afete o corpo, como uma infeção urinária, poderá muitas vezes também piorar temporariamente o estado de demência.
Os antibióticos são o tratamento mais utilizado para combater as infeções urinárias. Sem tratamento, estas infeções podem propagar-se aos rins e à corrente sanguínea.
Quando isto acontece, a situação pode levar a uma infeção sanguínea que ameaça a vida. Infeções graves podem requerer hospitalização para que sejam administrados antibióticos por meio intravenoso, o que pode levar semanas a tratar, levando a estadias no hospital mais prolongadas.
Uma prevenção proactiva com ingestão de líquidos, higiene pessoal cuidadosa e um acompanhamento médico regular, são um fator importante para evitar a ocorrência de infeções urinárias e garantir assim um melhor bem-estar para os idosos
31 de Maio de 2022
Fontes:
https://novocuidar.pt/coisas-que-os-idosos-devem-saber-sobre-infecao-urinaria
Um aneurisma cerebral é uma dilatação focal na parede da artéria, num ponto anormalmente frágil na sua parede, formando uma espécie de “bolha”
Os aneurismas podem aparecer em qualquer vaso do corpo, mas apenas os aneurismas cerebrais podem causar AVCs hemorrágicos com hemorragia subaracnoideia, uma condição médica grave, que ocorre quando estas pequenas “bolhas” rompem, podendo causar danos cerebrais graves ou mesmo a morte.
Estima-se que cerca de 5% da população seja portadora de um aneurisma cerebral, com uma taxa anual de rotura de cerca de 2%.
A incidência de rotura de aneurismas cerebrais é de cerca de 10 em cada 100.000 pessoas por ano. Em média, os aneurismas são mais frequentes em mulheres e cerca de 20% dos utentes tem mais do que um aneurisma. Podem ocorrer em qualquer idade, mas são mais comuns em adultos entre os 40 – 60 anos de idade.
Na grande maioria dos aneurismas cerebrais não se identifica a causa, embora existam vários fatores de risco documentados para o seu aparecimento, nomeadamente, trauma, hipertensão arterial, tabagismo, consumo de álcool e drogas, entre outros.
Infelizmente, a maioria dos aneurismas cerebrais é detetado apenas quando rompe. Em alguns casos, aneurismas de grandes dimensões podem apresentar-se com sintomas prévios à rutura, como por exemplo, alterações da visão, dor acima e atrás do olho, paresias de nervos, cefaleias localizadas, dores no pescoço, náuseas e vómitos, entre outros. Um número cada vez maior de casos tem sido diagnosticado antes da rutura, uma vez que os médicos requisitam cada vez mais métodos de imagem, como por exemplo TAC e Ressonância, para avaliação de utentes com este tipo de sintomas.
Embora a TAC e a Ressonância com estudos angiográficos permitam detetar grande parte dos aneurismas cerebrais, a maioria dos utentes com este tipo de lesões acaba por ter de realizar uma angiografia cerebral para o diagnóstico definitivo e para avaliar qual o melhor método de tratamento.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Nem todos os aneurismas cerebrais têm indicação para tratamento cirúrgico, sendo a decisão individualizada e discutida com o utente. Os aneurismas cerebrais podem ser tratados através de cirurgia clássica, com uma cirurgia aberta convencional, em que são colocados “clips” dentro da cabeça para encerrar o aneurisma, ou através de tratamento cirúrgico endovascular, cirurgia minimamente invasiva, sendo que as duas opções terapêuticas são eficazes. A cirurgia aberta era a única opção terapêutica disponível durante vários anos, até que surgiram os procedimentos cirúrgicos endovasculares, minimamente invasivos, que têm crescido cada vez mais, e se tornam hoje a opção terapêutica de primeira linha na maioria dos casos.
O tratamento cirúrgico endovascular é feito por uma equipa de médicos de Neurorradiologia de Intervenção, utilizando a técnica de angiografia, com colocação de um cateter na virilha, o qual é “navegado” através das artérias, até chegar ao cérebro. Existem vários métodos de cirurgia endovascular para tratar aneurismas, entre estes, aquele que é utilizado há mais tempo é a técnica de “coiling”. Recentemente, têm surgido outras técnicas e dispositivos inovadores, nomeadamente os “stents diversores de fluxo”. A técnica apropriada irá depender do tamanho do aneurisma, da sua localização, anatomia, sintomas clínicos do utente, experiência do centro, entre outros fatores.
Na técnica de “coiling”, o médico utiliza cateteres muito finos, os quais são colocados perto do aneurisma cerebral, para fazer chegar os “coils” até dentro do saco do aneurisma, fazendo com que estes preencham o aneurisma por dentro (Imagem 5). Os “coils” são uma espécie de malha metálica que se enrola sobre si mesma, de forma a adquirir uma configuração esférica, para preencher de forma completa o aneurisma e, assim, não deixar que o fluxo sanguíneo entre para lá, reduzindo a pressão dentro do aneurisma e o risco de este romper.
Quando é realizado um procedimento de “coiling”, podem ter que ser utilizados outros tipos de dispositivos, nomeadamente um stent (Imagem 6) ou um balão; estes dispositivos são utilizados de forma a estabilizar os “coils” dentro do aneurisma
Os “stents diversores de fluxo” (ou Flow Diverters) são dispositivos que surgiram recentemente como opção terapêutica para alguns tipos de aneurismas cerebrais. Estes dispositivos são similares aos stents exemplificados acima, mas têm uma malha mais “apertada”, pelo que, os espaços entre as malhas são mais pequenos do que nos stents convencionais. O seu objetivo é desviar o fluxo sanguíneo cerebral para longe do aneurisma, excluindo o aneurisma da circulação sanguínea normal, criando outro caminho para o sangue. Em suma, eles restituem o trajeto normal da artéria, excluindo o saco do aneurisma
A maioria dos utentes tratados de forma eletiva é tratado sob anestesia geral e deverá permanecer internado durante 24 a 48 horas após o procedimento, numa unidade de cuidados intermédios, para que possa ser feita monotorização hemodinâmica e neurológica. Após a alta, os utentes podem regressar à sua atividade de vida normal, com restrições mínimas. Para informações mais específicas sobre os vários procedimentos realizados pela Neurorradiologia de Intervenção como opção terapêutica para si ou para um familiar, por favor contactar o médico assistente e/ou o Neurorradiologista de Intervenção que o segue na Consulta de Aneurismas da Neurorradiologia de Intervenção.
O que é um enfarte agudo do miocárdio?
O enfarte agudo do miocárdio, vulgarmente conhecido como ataque cardíaco, ocorre quando uma ou mais artérias que irrigam o coração ficam obstruídas por um coágulo e este órgão não recebe sangue e oxigénio nas quantidades que necessita, o que faz com que uma parte do músculo cardíaco deixe de funcionar por falta de oxigénio e nutrientes. Nestas condições, as células da área afetada morrem. Um enfarte do miocárdio é uma emergência médica que requer tratamento imediato.
A maioria dos enfartes do miocárdio é causada por coágulos que, por sua vez, resultam do processo de aterosclerose, que envolve estreitamento e rigidez das artérias.
O que é o miocárdio?
O miocárdio é o músculo do coração responsável por bombear o sangue para o resto do corpo. Para que funcione corretamente, necessita do sangue que as artérias coronárias lhe fornecem.
Como se manifesta o enfarte agudo do miocárdio?
As mais comuns são uma dor em forma de aperto, sensação de peso ou pressão no centro do peito. A dor tende a irradiar para as costas, braço esquerdo, maxilar ou pescoço. A respiração torna-se irregular e rápida, bem como o ritmo cardíaco, mas o enfarte agudo do miocárdio pode fazer-se acompanhar de outros sinais como:
dor abdominal, que se pode estender para os braços, costas e maxilar
náuseas e vómitos
suores
falta de ar
tonturas
sensação de pânico
Normalmente os sintomas duram mais de 20 minutos, mas também podem ser intermitentes. Podem ocorrer de forma repentina ou gradualmente ao longo de vários minutos.
Se suspeitar que estou a ter um enfarte, o que devo fazer?
Se apresentar algum dos sintomas de enfarte agudo do miocárdio deve contactar de imediato o 112 ou pedir ajuda a alguém para o fazer. A assistência médica é essencial, já que, quanto menos tempo passar, maior a possibilidade de recuperação.
Quais os fatores de risco para um enfarte agudo do miocárdio?
Os principais fatores de risco para um enfarte agudo do miocárdio são:
tabagismo
colesterol elevado
diabetes
excesso de peso
sedentarismo
stress
uma dieta rica em gorduras
falta de exercício
antecedentes familiares de enfarte
idade (a prevalência de enfarte agudo do miocárdio aumenta com a idade)
Todos os anos mais de 10 mil portugueses sofrem um enfarte agudo do miocárdio.
Como se diagnostica o enfarte agudo do miocárdio?
O enfarte agudo do miocárdio diagnostica-se através de um eletrocardiograma e de análises sanguíneas. Perante a suspeita de um enfarte agudo do miocárdio deve contactar o 112 que o encaminhará para uma unidade hospitalar com capacidade de realizar estes exames.
Quando mais tempo passar, menores são as possibilidades de recuperação.
Quem está mais vulnerável a sofrer um enfarte agudo do miocárdio?
Existem vários fatores de risco para o enfarte agudo do miocárdio:
homens acima dos 50 anos e as mulheres acima dos 60 anos
diabéticos
pessoas com o colesterol alto, particularmente se não estiverem bem controladas
fumadores
quem já teve um enfarte agudo do miocárdio também está em maior risco de sofrer um novo enfarte agudo do miocárdio
A genética pode influenciar o aparecimento de um enfarte?
A genética também pode influenciar o aparecimento de um enfarte do miocárdio uma vez que, quem tem história de enfarte na família também está em maior risco de sofrer um enfarte.
É possível prevenir o enfarte?
O enfarte pode ser prevenido com a adoção de um estilo de vida saudável e controlo de fatores de risco:
controlo rigoroso da alimentação
prática de exercício físico, durante pelo menos 30 minutos diários
reduzir os níveis de stress, adoptar dieta saudável, pobre em gorduras e rica em fruta, vegetais e cereais
a manutenção de um peso adequado
apresentar os valores recomendados de:
pressão arterial
colesterol
glicemia
Qual o tratamento para o enfarte agudo do miocárdio?
O objetivo é restabelecer o fluxo sanguíneo interrompido, de modo a preservar o mais possível o músculo cardíaco e a sua função.
A nitroglicerina tem uma ação vasodilatadora e é útil enquanto se aguarda a chegada da equipa de emergência médica. No hospital, são utilizados medicamentos e/ou técnicas que permitem desbloquear a artéria entupida, como a angioplastia.
No contexto hospitalar, alguns dos medicamentos prescritos são a aspirina, que ajuda a impedir a coagulação do sangue, nitroglicerina, analgésicos, agentes trombolíticos, que dissolvem os coágulos e que devem ser administrados nas primeiras duas horas após o enfarte, e anticoagulantes, como a heparina.
Em certos casos, a cirurgia pode ser necessária. Nela incluem-se os cateterismos seguidos de angioplastia, que consiste na dilatação da artéria obstruida com a colocação de uma estrutura (stent) que a mantém desobstruída, ou um enxerto (bypass) que permite contornar a artéria obstruída e restabelecer o fluxo sanguíneo.
Após a alta hospitalar, são essenciais alterações importantes no estilo de vida (dieta e exercício) bem como o uso de medicamentos que reduzam o risco de novos episódios. Nesses fármacos, incluem-se os inibidores da enzima conversora da angiotensina, que dilatam os vasos sanguíneos, os beta-bloqueantes, que reduzem a frequência cardíaca e a pressão arterial e as estatinas, que ajudam a diminuir os níveis de colesterol. Podem também ser úteis a niacina ou os sequestradores de ácidos biliares, que ajudam a reduzir o colesterol, os fibratos que permitem controlar os níveis de triglicerídeos, e os anticoagulantes, que impedem a formação de coágulos.
Quando o diagnóstico e o tratamento são atempados, é possível salvar o miocárdio e minimizar as complicações do enfarte.
Que sequelas pode deixar um enfarte agudo do miocárdio?
Se houver um atraso no diagnóstico e no tratamento do enfarte agudo do miocárdio, uma parte importante do miocárdio poderá morrer. Assim o coração pode perder alguma capacidade de bombear o sangue pelo que o doente pode sofrer de insuficiência cardíaca, com as limitações que aí decorrem, nomeadamente:
falta de ar
incapacidade de realizar esforços
dor (“angina”) de peito
reinternamentos
riscos de novos enfartes
Que cuidados devo adotar após sofrer um enfarte agudo do miocárdio?
Após sofrer um enfarte do miocárdio deve adotar um conjunto de medidas, como:
ter uma alimentação equilibrada
fazer exercício
cumprir com a medicação instituída
controlar rigorosamente os valores de glicemia, colesterol e pressão arterial
ir às consultas do médico.
( Atualizado a 29/01/2024 )
Fontes:
Sociedade Portuguesa de Cardiologia
https://www.sns24.gov.pt/tema/doencas-do-coracao/enfarte-agudo-do miocardio/
https://www.cuf.pt/saude-a-z/enfarte-do-miocardio
https://www.youtube.com/watch?v=Fp5RELZPCA8
O acidente vascular cerebral (AVC) e o enfarte são as doenças cardiovasculares responsáveis pelo maior número de mortes no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 17,3 milhões de pessoas são vítimas desses problemas de saúde por ano. Apesar de terem fatores de riscos e gravidade semelhantes, existem diferenças entre o AVC e o enfarte. Diferença entre AVC e enfarte: o que acontece com o nosso organismo durante um enfarte?
O enfarte acontece quando o fluxo sanguíneo dos vasos que levam o sangue ao coração fica bloqueado, impedindo que o oxigênio chegue até o órgão. Quando isso ocorre, parte do músculo cardíaco sofre danos ou morre. A principal causa do enfarte é a arteriosclerose, uma doença causada pelo acúmulo de placas de gordura no interior das artérias, que se calcificam e fazem com que a passagem do sangue fique cada vez mais prejudicada.
Muitos dos enfartes são silenciosos e a pessoa normalmente só descobre o caso em exames de rotina. Mas, durante o episódio, é comum manifestar alguns dos seguintes sinais e sintomas:
Dor, pressão e/ou aperto no peito;
Sensação de formigamento no braço esquerdo, que pode irradiar para o pescoço, axila, costas e mandíbula;
Dor e/ou queimação no estômago;
Mal-estar;
Sudorese;
Falta de ar;
Enjoo;
Tontura;
Tosse seca.
Diferença entre AVC e enfarte : o que acontece com o nosso organismo durante um AVC?
O AVC acontece quando uma artéria que leva sangue ao cérebro é bloqueada ou rompida, causando danos a partes do órgão. Existem dois tipos de AVC: o isquêmico, quando o fluxo sanguíneo é impedido por um coágulo e parte do cérebro fica sem sangue, e o hemorrágico, quando uma artéria se rompe e causa hemorragia em parte do tecido cerebral.
Devido ao dano cerebral causado pelo AVC, a pessoa pode perder a capacidade de realizar movimentos ou executar atividades que são controladas pela área do cérebro acometida. Os sinais e sintomas que podem indicar um AVC são:
Dor de cabeça forte, de início súbito;
Dormência ou perda de força na face e/ou membros superiores e inferiores, geralmente em um só lado do corpo;
Dificuldade ou incapacidade em se movimentar;
Perda da fala ou dificuldade em se comunicar;
Perda da visão ou dificuldade em enxergar com um dos olhos ou ambos;
Vômito;
Confusão mental.
Tonturas;
Perda de consciência.
Quais os fatores de risco para AVC e enfarte?
Tanto o AVC quanto o enfarte são causados por obstruções em artérias, portanto, estão relacionados a fatores de risco que contribuem para a perda de saúde da circulação. São eles:
Tabagismo - O risco de um derrame em fumantes é duas vezes maior do que em pessoas que não fumam. Além disso, qualquer tipo de tabaco estimula a produção de placas de gordura no interior das artérias, sendo um fator de risco para enfarte .
Hipertensão - é o principal fator de risco para o acidente vascular cerebral e o enfarte pois aumenta a pressão com que o sangue flui dentro das artérias e contribui para que as paredes das mesmas se tornem mais rígidas.
Má alimentação - o consumo de alimentos ricos em gorduras trans (as gorduras trans ou ácidos trans são ácidos gordos insaturados que podem ocorrer naturalmente ou serem produzidos industrialmente. Apesar de serem recentes na nossa alimentação, tornaram-se presentes em vários produtos alimentares pela faculdade de prolongarem a vida útil dos produtos, mas com impactos negativos na saúde), saturadas e colesterol contribui para o aumento do colesterol LDL, popularmente conhecido como “colesterol ruim”, que é o responsável pela formação de placas de gordura no interior das artérias. O abuso de sódio na dieta influencia no aumento da pressão arterial, assim como excesso de calorias contribui para a obesidade, importantes fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Sedentarismo - o risco enfarte é duas vezes maior em pessoas sedentárias quando comparadas com outras que praticam exercícios físicos. O sedentarismo contribui para o aumento dos níveis de gordura na circulação sanguínea.
Colesterol alto - níveis elevados de colesterol LDL (colesterol ruim) e baixos do colesterol HDL (colesterol bom) são fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Obesidade - sobretudo a obesidade abdominal, que acumula gordura visceral, está relacionada a um risco 2,5 vezes maior para enfarte, além de contribuir para o desenvolvimento de outras doenças cardiovasculares e metabólicas.
Uso de alguns medicamentos - anticoncepcionais, principalmente associados a outros fatores de risco, como obesidade e tabagismo, podem aumentar o risco de trombose, AVC e enfarte.
Idade - pessoas com mais de 55 anos possuem maior propensão ao AVC. No caso do enfarte, o risco começa a aumentar a partir dos 40 anos para os homens, e a partir da menopausa para as mulheres.
Histórico familiar - pessoas que possuem parentes próximos com histórico de doenças cardiovasculares têm risco aumentado para desenvolvê-las também.
Fontes:
https://www.nhs.uk/conditions/stroke/
https://www.stroke.org.uk/stroke/life-after/getting-moving-after-stroke
https://www.stroke.org.uk/stroke/effects/aphasia/communication-tools
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera lançou o aviso de perigo de incêndio rural. Conheça as zonas de risco e saiba como se prevenir
Se estiver próximo de um incêndio, a primeira coisa que tem de fazer é ligar imediatamente para o 112 ou para o 808 200 520, serviço de atendimento SOS Ambiente e Território, da GNR.
Acompanhe no mapa do Instituto Português do Mar e da Atmosfera as zonas de risco e perceba se se encontra numa delas. Esteja atento à informação meteorológica e ao (possível) aumento do risco de incêndio nos dias que se seguem.
De acordo com a zona em que se encontra, siga as medidas preventivas da Proteção Civil. E lembre-se que é sempre proibido fazer queimada extensiva sem autorização.
Nos dias de risco de incêndio "Muito Elevado" e "Máximo":
É proibido fazer queima de amontoados sem autorização ou sem comunicação prévia;
É proibido fazer queimada extensiva sem autorização;
É proibido utilizar fogo para a confeção de alimentos em todo o espaço rural, salvo se usados fora das zonas críticas e nos locais devidamente autorizados para o efeito;
É proibido fumigar ou desinfestar em apiários exceto se os fumigadores tiverem dispositivos de retenção de faúlhas;
É proibido usar moto roçadoras, corta-matos e destroçadores. Evite o uso de grades de discos.
Se estiver perto de um incêndio, mantenha a calma e siga os conselhos do Portugal Chama:
O que faço se estiver próximo de um incêndio?
Ligue para o 112;
Se não correr perigo e possuir vestuário adequado, tente extinguir pequenos fogos com pás, enxadas ou ramos;
Evite a exposição ao fumo, tape a boca e o nariz com um pano húmido;
Proteja o corpo das chamas e do calor com vestuário seco e comprido;
Não prejudique a ação dos Bombeiros, Sapadores Florestais e outras forças de socorro e siga as suas instruções;
Retire a sua viatura dos caminhos de acesso ao incêndio;
Se notar a presença de pessoas com comportamentos de risco informe as autoridades;
Evite circular em zonas próximas de incêndios.
O que faço se um incêndio se aproximar?
Avise os vizinhos;
Regue as paredes, telhado e 10 metros à volta de casa;
Feche portas, janelas e outras aberturas, corra as persianas ou portadas;
Retire mobiliário, lonas ou lenhas próximas da habitação;
Caso tenha condições de segurança, desligue e retire as botijas de gás para um local seguro;
Afaste o que possa arder junto às janelas e coloque toalhas molhadas nas frestas;
Se não correr perigo, apague pequenos focos de incêndio com água, terra ou ramos verdes.
O que faço se ficar cercado?
Dirija-se para um abrigo ou refúgio coletivo. Se não estiver próximo, procure uma zona preferencialmente plana, com água ou pouca vegetação;
Respire junto ao chão, se possível através de um pano molhado, para evitar inalar o fumo;
Cubra a cabeça e o resto do corpo;
Utilize um lenço húmido para proteger a cara do calor e dos fumos.
O que faço se ficar confinado?
Mantenha a calma;
Afaste as cortinas e sofás que estejam junto às janelas;
Feche portas, janelas e outras aberturas que possibilitem a entrada de faúlhas para o interior;
Coloque toalhas molhadas nas frestas das portas e janelas;
Fique longe das paredes;
Procure abrigo nas divisões do extremo oposto da habitação em relação ao lado por onde o incêndio se está a aproximar;
Espere que o fogo passe e, posteriormente, verifique a existência de focos de incêndio na envolvente da habitação e no seu telhado.
O que faço se tiver de ser evacuado?
Mantenha a calma e cumpra as indicações das autoridades;
Ajude as crianças, idosos e pessoas com limitações de mobilidade;
Leve o seu kit de evacuação e documentos de identificação;
Não perca tempo a recolher objetos desnecessários e não volte atrás;
Feche as portas e janelas à medida que sair;
Leve consigo os animais de companhia;
Dirija-se rapidamente ao local de abrigo ou refúgio coletivo mais próximo.
Tome nota dos números essenciais: 112, número de emergência, e 808 200 520, serviço de atendimento SOS Ambiente e Território, da GNR.
O que é?
A artrose é uma das múltiplas doenças reumáticas e é, de longe, a mais comum. É uma patologia de natureza degenerativa que envolve toda a articulação.
A palavra osteoartrose significa degenerescência da articulação. A osteoartrose, vulgarmente chamada artrose, é uma doença que atinge, fundamentalmente, a cartilagem articular, que é um tecido conjuntivo elástico que se encontra nas extremidades dos ossos que se articulam entre si.
A cartilagem articular é nutrida pelo líquido articular ou líquido sinovial, assim designado por ser produzido pela sinovial, uma membrana rica em vasos que forra o interior das articulações. Este líquido contribui para lubrificar a articulação, facilitando os seus movimentos, e permitindo que nas articulações saudáveis as cartilagens deslizem umas sobre as outras sem atrito, isto é, sem desgaste.
Na artrose, as células (condrocitos) vão morrendo e produzem menor quantidade de proteoglicanos e de colagénio. Em consequência disto, a cartilagem articular úlcera e o osso que está por debaixo da cartilagem reage, espessando-se e dando origem a excrescências ósseas chamadas osteofitos. Estes são conhecidos pelo nome de «bicos de papagaio», porque alguns deles, nas radiografias, dão imagens que lembram o bico deste animal.
Nesse processo degenerativo ocorrem frequentemente fenómenos de inflamação articular, que causam dor e aumento de volume da articulação. Daí se utilizar também a designação de “artrite” para estes quadros clínicos.
A artrose não é sinónimo de envelhecimento articular (há idosos sem artroses e adultos jovens com esta doença), embora seja mais frequente nos indivíduos mais avançados na idade que, naturalmente, tiveram mais anos para irem desgastando as articulações.
A artrose é a patologia mais frequente e continuará a aumentar, dada a sua associação ao envelhecimento. Em Portugal existem cerca de meio milhão de pacientes com artrose e com dores, embora, de facto, este número esteja próximo de um milhão, visto muitos terem osteoartrose e não apresentarem queixas. Na realidade, acima dos 60 anos, 90% dos indivíduos têm artrose.
A doença é rara antes dos 40 anos mas, a partir daí, torna-se cada vez mais frequente. A associação com a idade é muito evidente, em grande parte porque se acumulam os riscos que provocam o problema e porque as articulações mais idosas têm mais dificuldade em adaptarem-se e regenerarem-se relativamente às mais jovens.
A osteoartrose é uma causa muito importante de invalidez nos idosos e uma das mais frequentes na incapacidade definitiva e reforma antecipada. A doença afeta os dois géneros igualmente, embora depois dos 50 anos haja um ligeiro predomínio nas mulheres.
É uma patologia que surge em todos os climas e em todas as raças. O ambiente não é causa de artrose, embora o frio e a humidade agravem as queixas destes pacientes, e o clima quente alivie as dores.
Há articulações em que é mais comum surgir a artrose: os joelhos, as mãos, as ancas, a coluna vertebral e os pés. Nas mãos, são as articulações dos dedos e, no punho, na base do polegar as mais comuns. Na coluna vertebral é a região cervical e lombar. Nos pés é a base do primeiro dedo, que quando está deformado é muitas vezes chamado de “joanete”.
Em Portugal, as articulações mais frequentemente envolvidas são a coluna vertebral, em particular os segmentos cervical e lombar, os joelhos, as articulações das mãos e a da base do dedo grande do pé. Contrariamente, as dos punhos e as dos tornozelos são raramente atingidas por artrose.
Sintomas
Não há correlação entre o grau da lesão articular e a intensidade das dores. Muitos pacientes têm artroses avançadas e poucas dores, ao passo que outros são muito queixosos embora tenham artroses pouco evoluídas.
Os principais sintomas são a dor, a rigidez, a limitação dos movimentos e, em fases mais avançadas, as deformações. A dor tem um ritmo caracterizado pelo facto de se agravar ao longo do dia, com os movimentos e com os esforços, e melhorar quando o doente repousa, em particular quando se deita.
Como regra, os pacientes com artrose não têm dores durante a noite e dormem bem, embora em casos muito avançados de artroses das ancas e dos joelhos as dores possam, também, surgir durante o período noturno.
As queixas relativas à osteoartrose evoluem, em geral, muito lentamente e, às vezes, por surtos. Isto significa que os doentes podem estar longos meses ou anos sem sintomas.
Os sinais mais comuns são a dor articular durante o uso da articulação, em particular quando há sobrecarga. Também pode ocorrer dor ou rigidez de curta duração quando se inicia o movimento após um período de inatividade. A limitação da mobilidade vai-se agravando progressivamente ao longo da evolução da doença.
Podem ocorrer períodos com inchaço da articulação devido à inflamação. Nos dedos das mãos essa situação toma a forma de nódulos e nos joelhos pode-se acumular líquido, o que coincide com um agravamento das queixas.
Durante a evolução da doença a articulação aumenta as suas dimensões, o que é vulgar notar-se nos joelhos ou nos dedos das mãos.
As dores nem sempre estão localizadas ao nível da articulação doente. Na artrose da anca (coxartrose), as dores, que se situam quase sempre a nível da virilha e irradiam pela face anterior da coxa até ao joelho, podem surgir exclusivamente ao nível desta última articulação. Isto é, o doente tem dores no joelho e a artrose localiza-se na anca. A esta dor chama-se dor referida. As dores são muitas vezes irradiadas, como acontece, por exemplo, com as da coluna lombar e da coluna cervical. Efetivamente, nas lombalgias as dores podem espalhar-se para os membros inferiores e nas cervicalgias podem fazer-se sentir na cabeça, no tórax e nos membros superiores.
A rigidez surge, sobretudo, ao iniciar os movimentos como, por exemplo, no doente que está sentado e se levanta, e também de manhã ao acordar. A rigidez da osteoartrose é de curta duração, não ultrapassando os 30 minutos. A limitação de movimentos pode surgir precocemente, ao contrário do que acontece com as deformações que, em regra, são tardias.
A limitação de movimentos pode gerar grande incapacidade nestes pacientes. Por exemplo, os doentes com osteoartrose nos membros superiores, em particular ao nível dos ombros, podem ter grande dificuldade em vestirem-se e alimentarem-se. Por outro lado, as artroses dos membros inferiores podem dificultar a marcha e tornar difíceis ou mesmo impossíveis certas tarefas como calçar-se.
As deformações articulares têm ainda, por vezes, a forma de nódulos de consistência óssea, como acontece ao nível das mãos, mais concretamente nas articulações dos dedos.
Ao contrário do que acontece com as doenças reumáticas inflamatórias, as artroses são patologias localizadas apenas nas articulações, não atingem os órgãos internos e não são acompanhadas de outros sintomas como febre, falta de apetite, cansaço fácil e emagrecimento.
Ao longo do processo, a cartilagem fica desgastada, cada vez mais fina e, aos poucos, mais destruída. Como ela é essencial para o movimento da articulação, a dor vai-se acentuando e os movimentos vão ficando cada vez mais comprometidos. A dor impede a mobilidade, pelo que surge atrofia dos músculos. A articulação fica instável, incapaz de exercer a sua função, sem cartilagem, e com o osso desenvolvido na sua periferia. Os doentes ficam cada vez mais limitados, até ao ponto de não conseguirem mover a articulação sem um grande esforço e com fortes dores.
Causas
Todos aqueles que expõem o seu aparelho locomotor a sobrecargas ou trabalho excessivo – como os desportistas e os obesos, e os que têm malformações das articulações ou dos membros, como deformidades dos joelhos, das ancas ou dos pés – terão tendência para desenvolverem o problema mais precocemente.
Algumas profissões podem originar artroses mais frequentemente em determinadas articulações. Assim, por exemplo, os futebolistas têm mais artroses nos joelhos (gonartroses), as bailarinas nos tornozelos, os operários da construção civil (que manejam martelos pneumáticos) nos cotovelos, e os estivadores na coluna (espondilartroses).
As artroses podem ser primárias e secundárias. As primárias não têm uma causa conhecida, ao contrário das secundárias que podem ser devidas a traumatismos, em particular microtraumatismos repetidos, a incongruência das superfícies articulares, a fraturas antigas, a doenças infeciosas, inflamatórias e metabólicas que tenham atingido a cartilagem previamente.
A artrose primária é mais frequente na mulher, afeta mais vezes as pequenas articulações e é mais comum em determinadas famílias do que noutras. As artroses secundárias tendem a envolver as grandes articulações.
As causas de osteoartrose são múltiplas. De um modo geral, a sobrecarga de uma articulação normal ou o uso normal de uma articulação doente são as causas de artrose. Assim, é frequente encontrar no passado traumatismos (grandes ou pequenos, estes normalmente muito repetidos), como os que resultam de atividades desportivas ou profissionais, o excesso de peso, bem como outras doenças reumáticas ou malformações que deterioraram as articulações previamente. No entanto, existem muitos casos em que nenhuma causa é aparente ou em que apenas a hereditariedade é identificada.
Diagnóstico
Ao contrário do que acontece nas doenças reumáticas inflamatórias, as artroses não originam alterações nas análises do sangue e da urina.
As radiografias nestes doentes são muito típicas, apresentando diminuição do espaço articular, isto é, do espaço que se situa entre os dois ossos que se articulam, esclerose do osso subcondral, isto é, reforço do osso situado por debaixo da cartilagem articular, e osteofitos, os também chamados “bicos de papagaio”.
Tratamento
A osteoartrose não tem cura, e o doente deve sabê-lo, mas o seu tratamento pode permitir a manutenção de uma vida completamente normal na maioria dos casos. Os objetivos da terapêutica são aliviar e, se possível, suprimir as dores, melhorar a capacidade funcional, isto é, aumentar a mobilidade das articulações atingidas, evitar a atrofia dos músculos relacionados com as referidas articulações e, finalmente, impedir o agravamento das lesões já existentes.
A artrose não se trata apenas com medicamentos e fisioterapia. O empenhamento do doente é indispensável e sem ele o plano terapêutico não tem êxito. Constituem medidas básicas do tratamento a educação do paciente, o repouso relativo e o plano de exercícios. Da educação devem fazer parte o ensino das regras gerais de proteção do aparelho locomotor e a correção das posturas. Na verdade, as posturas incorretas despertam e/ou agravam as dores, e levam a apoios exagerados em áreas da cartilagem articular que, por isso, se vai desgastar mais nesses locais.
Eis alguns exemplos de princípios gerais que poderão ser úteis no controlo ou na prevenção das artroses: dormir em cama dura, preferencialmente de “barriga para cima”; não dormir com almofada; não permanecer durante muito tempo na mesma posição, sobretudo nas posições de pé ou sentado, de modo a reduzir a sobrecarga para a coluna, em particular para a coluna lombar, as ancas e os joelhos; não usar sofás ou poltronas que deformem a coluna vertebral, sendo preferível uma cadeira dura, com as costas bem apoiadas e os pés bem assentes no chão; manter o pescoço em extensão e nunca fletido; evitar pegar em objetos pesados, para evitar a sobrecarga das articulações da coluna vertebral; evitar as flexões da coluna vértebra, sendo importante, sempre que for necessário apanhar um objto do solo, dobrar os joelhos; utilizar vestuário simples e prático e sapatos com contrafortes resistentes e saltos baixos.
Em alguns casos, o médico pode ter necessidade de prescrever transitoriamente dispositivos que limitem a mobilidade articular como, por exemplo, um colar cervical ou uma cinta ortopédica.
Os doentes com osteoartrose, quase sempre idosos, sofrem frequentemente de outros problemas de saúde (obesidade, diabetes, hipertensão, etc.) e essas patologias devem estar bem controladas. Para além da dor é importante monitorizar a inflamação. Nas formas mais avançadas da patologia podem ser colocadas próteses articulares.
O tratamento sintomático baseia-se em medidas gerais de proteção articular, como o repouso, regras para levantar e transportar cargas e uso de agentes físicos (gelo, calor através de água quente ou infravermelhos e fármacos). Os medicamentos para estes casos são os analgésicos como o paracetamol e, em situações mais graves, em associação com opióides fracos. Também se utilizam anti-inflamatórios não esteroides que, embora devam ser administrados com precauções, podem ser muito úteis no controlo dos indícios de infamação. Além das formas orais, também as tópicas podem ser eficazes, sobretudo se aplicadas repetidamente e em problemas superficiais onde a penetração do fármaco possa estar assegurada.
Por vezes, pode-se recorrer a injeções intra-articulares de hialorunanos (derivados do ácido hialurónico presente na cartilagem e no líquido sinovial), que podem aliviar o paciente por vários meses, e injeções com corticoides nas estruturas peri-articulares (tendões, ligamentos, bolsas sinoviais) que frequentemente inflamam-se causando sintomas fortes.
Para além do tratamento sintomático é da maior importância tentar evitar a progressão da doença. Existem fármacos tomados por via oral que, para além de aliviarem as manifestações do problema, têm uma ação comprovada no atraso da progressão da artrose do joelho, como o sulfato de glucosamina e o sulfato de condroitina.
Os relaxantes musculares são utilizados quando a contractura muscular é a causa das dores ou contribui para o seu agravamento, como acontece, por exemplo, nas crises agudas de lumbago, nas ciáticas, ou no torcicolo.
A cirurgia ortopédica, ao corrigir desvios e deformações mas sobretudo realizando artroplastias, isto é, colocando próteses articulares em substituição das já muito degradadas, constitui um importante avanço terapêutico, quase sempre com resultados muito satisfatórios.
Prevenção
Para se conseguir atrasar a evolução de uma artrose são fundamentais todas as medidas que evitem a sobrecarga ou o mau uso da articulação, como manter um peso saudável ou a inibição de certas atividades profissionais ou recreativas. É provável que o exercício físico controlado, para além de melhorar os sintomas, também facilite a mobilidade ou atrase o agravamento da doença.
Fonte: https://www.cuf.pt/saude-a-z/artrose
Qual a diferença entre Artrite, Artrose, Osteoartrite e Osteoartrose
O termo Artrite é utilizado para definir uma alteração inflamatória que acomete a articulação.
Qualquer pessoa seja um atleta profissional, um desportista de fim de semana ou mesmo um indivíduo mais idoso, quando submetido a determinados esforços mais intensos ou mesmo traumáticos, pode desenvolver um quadro inflamatório da articulação que, nesta fase aguda, recebera a denominação de artrite.
A artrite (inflamação da articulação) pode ser sintoma de inúmeras doenças, sendo sempre de vital importância o diagnóstico da doença que originou a inflamação.
A artrite dos desportistas, como regra é traumática e deve ser diferenciada daquela das outras doenças reumatológicas, dos processos infecciosos, das doenças micro-cristalinas e, principalmente, da Artrite Reumatóide, esta sim uma doença específica.
Os termos Osteoartrose, Osteoartrite e Artrose definem uma mesma doença que chega a acometer até 30% da população adulta acima dos 50 anos.
Se lembrarmos que o prefixo "artro", vem do grego "arthros" e significa articulação, e a ele juntarmos o sufixo "ite" que significa inflamação, teremos a etimologia da palavra "artrite". O mesmo acontecerá ao juntarmos o sufixo "ose" que significa degeneração.
Os termos Osteoartrite e Osteoartrose surgiram posteriormente, para exemplificar melhor a doença Artrose, quando foi descoberto que o osso sub condral (em baixo da cartilagem) participava no processo fisiopatológico da Doença.
Resumindo, quando nos referimos a Osteoartrose, Osteoartrite ou Artrose estaremos sempre falando de uma mesma doença que deve ser tratada o mais precocemente possível, para que a mesma não cause incapacidade.
Os condroprotetores são hoje a primeira opção, como terapêutica de base nestas doenças devendo sempre ser associado as demais medidas de ordem geral e a minimização dos fatores de risco.
Artrite reumatoide ou artrose:
São ambas doenças reumáticas, provocam dor, afetam a qualidade de vida e podem tornar-se incapacitantes. Afinal o que as distingue?
Artrose
O que é?
A artrose ou osteoartrose é uma doença degenerativa que se caracteriza por um desgaste da cartilagem (a superfície que reveste as articulações). Atinge sobretudo os joelhos, mãos, pés e coluna e conduz ao desgaste quer da quantidade, quer da qualidade da cartilagem, limitando os movimentos e provocando uma incapacidade progressiva.
Nos casos mais graves, a cartilagem pode mesmo desaparecer e as superfícies ósseas roçam uma na outra, a cada movimento. Ao contrário de muitas doenças reumáticas, a artrose não atinge os órgãos internos e não provoca febre e fadiga.
Sintomas
Dor (as pessoas apresentam mais queixas ao longo do dia, porque a dor está associada ao movimento, ao contrário do que se verifica na artrite reumatoide);
Menor mobilidade da articulação;
Rigidez articular, tipicamente de curta duração (inferior a 30 minutos);
Deformação articular (em casos mais avançados).
Fatores de risco
Idade (as pessoas com mais de 50 anos têm maior probabilidade de sofrer de artrose);
Obesidade (o excesso de peso agrava a pressão exercida sobre as articulações);
Desgaste articular e traumatismos repetidos (na sequência de acidentes ou atividades desportivas intensas);
Genética.
Diagnóstico
Além do exame clínico que visa avaliar a presença de sinais físicos (inchaço, deformação dura das articulações, crepitações ou “ranger” articular, etc.) para diagnosticar a artrose, os especialistas recorrem a exames imagiológicos, classicamente as radiografias, que podem ser complementados por outros métodos de diagnóstico mais modernos.
Tratamento
Os sintomas podem atenuar-se com analgésicos e anti-inflamatórios, mas em casos mais graves pode ser necessário fazer fisioterapia, tratamentos localizados nas articulações, como infiltrações, ou recorrer à cirurgia para colocação de próteses (em situações mais graves em que o tratamento não cirúrgico não surtiu efeito). É aconselhada a prática de exercício físico, a perda de peso e a redução de atividades de esforço. O ideal é a intervenção precoce, de forma a diminuir as lesões nas articulações e, assim, a incapacidade.
Artrite reumatoide
O que é?
A artrite reumatoide é uma doença inflamatória, de causa desconhecida, que atinge as articulações, podendo provocar alterações na cartilagem articular, osso, tendões e ligamentos. Afeta entre 0,8% e 1,5% da população portuguesa e resulta de uma resposta imunitária do corpo, que se ataca a si próprio.
Por norma, a artrite reumatoide manifesta-se por dor e inchaço das articulações, com envolvimento articular simétrico, ou seja, afeta ambos os punhos e articulações das ambas as mãos, etc. Na fase inicial, atinge maioritariamente articulações mais pequenas, como os dedos das mãos e os dedos dos pés.
Se não for tratada a tempo, pode causar incapacidade extrema. Ao contrário da artrose, a artrite reumatoide atinge indivíduos mais jovens e associa-se ao aumento da probabilidade de se vir a sofrer de outras doenças, como osteoporose, síndrome de Sjögren (redução da saliva e lágrimas) e doenças cardíacas e pulmonares.
Sintomas
Dor (é mais intensa em repouso, o que faz com que seja pior de manhã e que, em alguns casos, provoque despertares noturnos);
Edema (inchaço) e vermelhidão da articulação;
Rigidez (no início do movimento o indivíduo sente as articulações “presas” e com dificuldade de movimentação que se prolonga por mais de 1 hora);
Diminuição da amplitude do movimento;
Fadiga e perda de peso;
Pode afetar também outras estruturas que não articulações, como o coração, os rins, os pulmões, os olhos, a pele, os vasos sanguíneos, a medula óssea e o tecido nervoso.
Fatores de risco
Sexo (as mulheres têm maior probabilidade de ter artrite reumatoide);
Idade (na maioria dos casos manifesta-se entre os 40 e os 60 anos);
Historial familiar;
Obesidade;
Tabagismo.
Diagnóstico
É efetuado com base na observação do reumatologista, que avalia os sinais da doença (edema, rigidez articular, vermelhidão, etc.), e nos resultados de testes laboratoriais (as análises sanguíneas podem evidenciar processos inflamatórios no organismo).
Tratamento
Apesar de a artrite reumatoide não ter cura, está disponível uma vasta gama de tratamentos, cada vez mais eficazes. O início precoce de tratamento é o fator com maior impacto na redução dos efeitos negativos da doença. A artrite reumatoide trata-se com a utilização de anti-inflamatórios, corticoides e imunossupressores.
Os especialistas recomendam ainda uma dieta saudável, e a prática regular de exercício físico. Algumas pessoas associam fisioterapia ao tratamento de fundo e outras são submetidas a intervenções cirúrgicas, dependendo da avaliação de cada caso.
Fontes:https://www.lusiadas.pt/blog/doencas/sintomas-tratamentos/artrite-reumatoide-ou-artrose
Fontes:https://youtu.be/n0sc1FkxicU
Aqui pode encontrar a explicação de algumas alterações da comunicação que ocorrem como resultado da demência. São sugeridas formas que as famílias e os cuidadores podem adotar para ajudar e são, também, apresentadas algumas dicas sobre a comunicação, escritas por uma pessoa com demência.
Perder a capacidade de comunicar pode ser um dos problemas mais frustrantes e difíceis para as pessoas com demência, suas famílias e cuidadores. À medida que a doença progride, a pessoa com demência experiencia uma perda gradual da sua capacidade de comunicar, sentindo dificuldades cada vez maiores para se expressar com clareza e compreender aquilo que os outros dizem.
A forma de se comunicar com as pessoas com demência pode gerar comportamentos diferentes e muitas vezes difíceis. É importante lembrar que a capacidade de compreensão das pessoas com demência está comprometida, assim nem sempre o que queremos transmitir é entendido, e, portanto, pode não ser bem recebido.
Podemos entender por que é importante observar e ser receptivo às reações de um indivíduo ao se comunicar com ele. Observar a reação de um indivíduo, podemos descobrir se...
Eles estão felizes
Eles estão tristes
Eles estão satisfeitos
Eles estão confortáveis
Eles estão preocupados
Eles estão agitados
Ao conhecer as pessoas que apoiamos, saberemos quais são os comportamentos e reações habituais. Isso significa que quando o comportamento ou as reações deles mudam ou são diferentes, seremos capazes de perceber essa mudança e descobrir se há um problema que precisa ser resolvido.
A linguagem corporal pode ser uma forma de as pessoas se comunicarem quando não conseguem se expressar claramente por meio de palavras.
As pessoas podem apresentar diferentes tipos de comportamentos desafiadores, como usar palavrões, ficar em silêncio, mover-se para frente e para trás ou afastar-se. Depois de saber qual é o comportamento normal de um indivíduo, poderemos identificar se uma mudança de comportamento pode ser uma indicação de que há um problema.
Há momentos em que precisamos adaptar nosso estilo de comunicação para atender às necessidades do indivíduo e usar recursos para ajudá-lo a melhorar a sua comunicação. O importante é identificar quando existe uma barreira, e então poderemos descobrir a melhor forma de superá-la.
Existem muitas maneiras diferentes de comunicar.
Usamos todos os nossos cinco sentidos para comunicar e receber informações. Estes são: Os métodos de comunicação podem ser divididos em ajudas verbais, não-verbais e técnicas
Verbal – Falar usando sua voz
Vocabulário; palavras e idiomas diferentes
Tom de voz Tom (alto ou baixo)
Não-verbal – Não falar usando a voz
Contato visual
Sinais, símbolos ou imagens
Escrita
Usando objetos
Tocar
Gestos físicos
Linguagem corporal e emoções
Leitura labial
Dependendo das pessoas, talvez também precise aprender uma linguagem de sinais.
Alterações da comunicação
Cada pessoa com demência é única e as dificuldades na comunicação dos pensamentos e sentimentos podem variar de pessoa para pessoa. Existem várias causas de demência, sendo que cada uma afeta o cérebro de forma diferente.
Exemplos de alterações que poderá observar:
Dificuldade em encontrar uma palavra. A pessoa poderá dizer uma palavra relacionada com aquela que não se consegue lembrar;
A pessoa pode falar fluentemente, mas sem sentido;
A pessoa pode ser incapaz de entender ou apenas entender parte do que lhe é dito;
As capacidades de leitura e escrita também podem sofrer uma deterioração;
A pessoa pode perder noção das convenções sociais da conversação e interromper ou ignorar alguém que está a falar ou, por outro lado, não responder quando lhe dirigem a palavra;
A pessoa pode ter dificuldade em expressar as emoções apropriadamente.
Por onde começar
É importante verificar se existem dificuldades na audição e visão. Para algumas pessoas, os óculos ou um aparelho auditivo podem ser uma ajuda. Confirme que o aparelho auditivo está a funcionar corretamente e que os óculos são limpos com regularidade.
Lembre-se
A comunicação é composta por três partes:
55% corresponde à linguagem corporal, que é a mensagem que transmitimos pela expressão facial, postura e gestos;
38% corresponde ao tom da nossa voz;
7% corresponde às palavras que utilizamos
Estas estatísticas salientam a importância da forma como as famílias e os cuidadores se devem apresentar perante uma pessoa com demência. A linguagem corporal negativa, tais como certos olhares e sobrancelhas levantadas, podem ser facilmente captados pela pessoa.
O que pode tentar
Atitude afetuosa
As pessoas com demência, mesmo quando não conseguem compreender o que está a ser dito, conservam os seus sentimentos e emoções e, por isso, é importante manter sempre a sua dignidade e autoestima. Seja flexível e dê tempo à pessoa para responder. Sempre que for apropriado, utilize o toque para manter a atenção da pessoa e para comunicar sentimentos de ternura e afeição.
Formas de falar
Permaneça calmo e fale de maneira clara e gentil;
Utilize frases curtas e simples, focando uma ideia de cada vez;
Dê tempo à pessoa para compreender o que lhe transmitiu;
Sempre que possível, utilize nomes orientadores, como por exemplo: «O seu filho José»;
Linguagem corporal
Poderá necessitar de utilizar gestos e expressões faciais para se fazer entender. Apontar ou demonstrar pode ser uma ajuda. Tocar e segurar a mão da pessoa pode ajudar a manter a sua atenção e mostrar que se preocupa com ela. Um sorriso caloroso e uma gargalhada partilhada podem, frequentemente, comunicar mais do que as palavras.
O ambiente certo
Tente evitar vários ruídos ao mesmo tempo, tais como TV ou rádio;
A pessoa terá maior facilidade em acompanhá-lo, sobretudo se estiver fora do alcance visual, se permanecer quieto enquanto fala;
Mantenha rotinas para ajudar a minimizar a confusão e facilitar a comunicação;
Se todas as pessoas utilizarem a mesma abordagem será muito menos confuso para a pessoa. É importante que todos os familiares e cuidadores repitam a mensagem de forma exatamente igual
O que NÃO deve fazer:
Discutir. Isso só irá tornar a situação pior;
Dar ordens à pessoa;
Dizer à pessoa o que não pode fazer. Em vez disso, diga-lhe aquilo que ela pode fazer;
Utilizar modos intransigentes. Um tom de voz arrogante pode ser apreendido mesmo que a pessoa não compreenda as palavras, o que a poderá deixar mais perturbada;
Perguntas que apelem à utilização da memória;
Falar da pessoa que está presente como se ela não estivesse
Adaptado de Understanding difficult behaviours (Compreender os comportamentos difíceis) de Anne Robinson, Beth Spencer e Laurie White.
Algumas dicas de como falar:
Informar quem você é, quando necessário;
Chamar o paciente pelo nome ou como ele preferir;
Falar calmamente, com clareza e de maneira amistosa;
Utilizar frases curtas e diretas;
Fornecer poucas informações de cada vez;
Fazer uma pergunta de cada vez;
Tenha paciência e respeito.
Barreiras para uma comunicação eficaz
Comprometimento Sensorial – Por exemplo: surdez, cegueira, perda do paladar ou do olfato.
Cultura – Por exemplo: crenças, costumes e comportamentos.
Religião – Por exemplo: os homens não estão autorizados a apoiar as mulheres nos cuidados pessoais.
Problemas de saúde – Por exemplo: alguém com dor ou com problemas de saúde mental, tal como sendo Disfásico, a disfasia é a incapacidade de comunicação resultante de uma lesão cerebral, como um acidente vascular cerebral. Pode ser comprometimento parcial ou total. Indivíduos disfásicos podem ficar muito frustrados ao tentar comunicar.
Deficiências faísca-os indivíduos podem ter sofrido um acidente ou doença que alterou as suas capacidades físicas.
Algumas pessoas com deficiência física também podem ter dificuldade para falar. Por exemplo, devido a um acidente vascular cerebral ou a uma condição como paralisia cerebral.
Barulho de fundo – Por exemplo: distrações como rádio, televisão, outras pessoas, máquinas.
Emoções – Por exemplo: não conseguir se concentrar devido a estar chateado, irritado, etc.
Stresse – Por exemplo: ficar agitado porque a pessoa não consegue reconhecer o que está a acontecer.
Acentos/sotaques fortes – Por exemplo: uma pessoa de uma parte diferente do pais em causa ou que não seja a primeira língua.
Confiança e Autoestima - Se um indivíduo não tiver confiança ou autoestima, pode ter dificuldade em expressar-se. É necessário muita paciência e incentivo, bem como elogios regulares para aumentar sua confiança e a maneira como se sentem em relação a si mesmos.
Técnicas de Comunicação Especializadas – Por exemplo: linguagem de sinais.
Preconceito – Por exemplo: permitir que suas crenças prejulguem a situação.
Não interrompa as pessoas nem termine as suas frases, isso é rude e pode ser frustrante. Dê tempo às pessoas. Ouça com atenção. Ser paciente. Seja observador. Pode resumir o que alguém disse ou repetir o que disse usando palavras diferentes e frases como "então o que está dizer é..." ou " está a dizer-me que gostaria ..."
Autismo - Pessoas com autismo podem ter dificuldades com a linguagem verbal e não verbal.
Certifique-se de que as pessoas que possuem aparelhos específicos para ajudá-las a se comunicar os usam, por exemplo, aparelhos auditivos e óculos. Muitas vezes pode ser difícil concentrar-se numa conversa se a pessoa precisar de ir à casa de banho. Verifique sempre se o indivíduo está confortável.
Dicas de uma pessoa com demência
Christine Bryden foi diagnosticada com demência aos 46 anos e partilhou as suas reflexões sobre formas de ajuda que as famílias e amigos podem adotar. Christine é também autora de várias publicações, incluindo «Who will I be when I die?» («Quem serei quando morrer?»), que foi o primeiro livro escrito por um Australiano com demência.
Christine fornece as seguintes dicas para comunicar com uma pessoa com demência:
Dêem-nos tempo para falar, esperem que consigamos encontrar a palavra que queremos utilizar. Tentem não terminar as nossas frases. Oiçam e não nos deixem sentir embaraçados se perdermos o fio da conversa;
Não nos apressem a fazer algo, uma vez que não conseguimos pensar ou falar rapidamente, para vos dizer se concordamos. Tentem dar-nos tempo para responder, para que possamos informar-vos se queremos, realmente, fazer algo;
Quando quiserem falar connosco, tentem encontrar uma forma de fazê-lo, sem colocar-nos questões que nos assustem ou causem desconforto. Se nos esquecermos de um acontecimento especial recente, não assumam que não foi especial para nós. Dêm-nos uma pista, pois podemos estar momentaneamente em branco;
No entanto, não se esforcem demasiado para ajudar-nos a lembrar algo que aconteceu. Porque se não tivermos conseguido memorizar, nunca vamos conseguir lembrar;
Evitem ruídos de fundo. Se a televisão estiver ligada, retirem o som;
Se estiverem crianças presentes, lembrem-se que cansamo-nos facilmente e temos dificuldade em concentrarmo-nos na conversa, assim como em ouvir. Talvez seja melhor ter presente uma criança de cada vez e sem barulhos de fundo;
Os tampões para os ouvidos podem ser utilizados quando visitamos centros comerciais ou outros sítios ruidosos
Fontes:
https://www.maisquecuidar.com/comunicacao-nos-cuidados-do-idoso
https://novocuidar.pt/dicas-de-comunicacao-com-os-idosos
https://alzheimerportugal.org/comunicacao/
https://www.youtube.com/watch?v=t46hCFNph0k
Conheça os benefícios do Yoga e saiba quais as posições mais indicadas para a terceira idade
Envelhecer faz parte da vida. Mas esta jornada através dos anos pode ser melhor aproveitada quando nos sentimos bem e com energia para fazer o que mais gostamos. O yoga para idosos é uma excelente atividade para promover o envelhecimento saudável. Considerada uma atividade de baixo impacto e pequeno risco de lesão, este desporto conjuga vários exercícios físicos de resistência com outros de equilíbrio e flexibilidade, trazendo inúmeros benefícios físicos e mentais a quem o pratica.
Entre os diferentes benefícios do Yoga, destacamos aqueles que mais podem ajudar os mais idosos a terem uma melhor qualidade de vida e bem-estar:
“Vários estudos comprovam que é no conforto do lar, nomeadamente nas escadas de casa, que acidentes graves acontecem, sendo as pessoas com mais de 65 anos as mais afetadas”
O yoga é uma atividade que pode ser praticada por pessoas de todas as idades. Além disso, é uma opção muito prática, pois, pode ser realizado em qualquer lugar, sem recursos a equipamentos especializados.
Dos diferentes exercícios que se pratica no yoga, destacamos aqueles que ajudam a melhorar a saúde de uma pessoa idosa:
*Dica: Não esforce em demasia as posições que sugerimos movimentos. O yoga para idosos não é para sentir dor, mas sim relaxamento
Quando chegamos à terceira idade, o corpo começa a perder a força e a flexibilidade que outrora tinha. A postura de Bastão ou vara (Dandasana na língua sânscrita) é um dos melhores exercícios de yoga para idosos, pois, fortalece os músculos da região lombar e dos quadríceps, ao mesmo tempo que ajuda a melhorar o funcionamento das articulações, em particular, as articulações dos joelhos e dos tornozelos.
Como fazer?
Para além dos benefícios de saúde, esta posição irá ajudar a realizar mais facilmente as tarefas do dia-a-dia, pois, promove a estabilidade e a amplitude dos movimentos do corpo.
À medida que o corpo envelhece, as dores nas costas e nas articulações tendem a aumentar. Como forma de ajudar a diminuir essas dores, surge a posição de libertação. Esta posição permite alongar a zona lombar e os quadris, esticando todos os músculos que se encontram nestas áreas.
Como fazer?
Este exercício físico é, sem dúvida, uma mais-valia para os idosos que sofrem de dores de costas e das articulações. Caso se sinta confortável com esta posição e pretende fazer mais exercícios que permitam alongar a zona lombar, poderá apostar na postura de barco.
Esta posição de yoga para idosos ajuda as pessoas a recuperarem a força e o equilíbrio. Ao praticar este exercício irá reforçar a resistência muscular das pernas, dos braços e quadris.
Como fazer?
A posição da Cadeira ou Utkatasana (língua sânscrita) é um ótimo exercício cardiovascular que é muito utilizado no yoga para idosos. Além de melhorar a circulação do sangue, ajuda o coração a funcionar melhor. Esta posição exercita diferentes músculos do corpo de uma vez só, o que obriga a um maior fluxo de sangue e oxigénio nas áreas que são trabalhadas.
Como fazer?
Por vezes, a realização deste exercício não é tão fácil quanto parece ser. Mas existe uma solução, caso tenha dificuldades em realizá-lo. Encoste-se a uma parede para estabilizar o corpo e à medida que vai praticando e sentindo mais força, deixe de utilizar a parede como apoio.
Os exercícios de yoga, em particular a posição de triângulo invertido, aumentam a força da estrutura óssea do corpo humano. No caso das pessoas que sofrem de osteoporose, praticar este tipo de exercício irá ajudar no tratamento desta doença. Esta postura obriga a alguma flexibilidade e deve ter em consideração que se sofrer de problemas lombares não deve fazer este exercício, pois, corre o risco de agravar o seu problema.
Como fazer?
A posição de relaxamento é o exercício de ioga preferido pela maioria dos seus praticantes. Trata-se de uma posição que ajuda uma pessoa a relaxar, a libertar o stress e a estar em contacto consigo mesmo. Normalmente, este exercício é feito no final de uma aula para que os praticantes recuperem as suas energias e libertem a sua mente dos problemas/dificuldades do quotidiano.
Como fazer?
Qualquer que seja a atividade que decida abraçar, tente manter-se ativo durante o dia. Sejam atividades físicas como o yoga ou atividades para estimular a mente, como palavras-cruzadas ou a leitura do jornal, planeie o seu dia e vá realizando as diferentes atividades ao ritmo que melhor se adequa a si.
O importante é não desistir e tentar manter um estilo de vida que o ajude a preservar a sua mobilidade e independência.
Fontes:"
https://blog.stannah.pt/mobilidade-reduzida/yoga-para-idosos/
https://www.confederacaoportuguesadoyoga.pt/departamentos/pt/yoga-seniores
https://www.tummee.com/pt/yoga-sequences/yoga-sequence-for-seniors-general-fitness
A prática de atividade física previne o surgimento de doenças nos idosos e contribui para a manutenção do seu bem estar. Mesmo que ao longo da vida nunca tenha subido a uma árvore, diversos estudos comprovam o que o senso comum já pressentia: nunca é tarde para se começar a mexer.
O exercício físico tem inegáveis benefícios em todas as faixas etárias, dos mais jovens aos mais idosos. De qualquer forma, qualquer atividade – e não apenas o desporto na terceira idade – deve ser antecipada de uma conversa com o médico, para melhor adequar o plano de exercícios, frequência e cuidados a tomar.
Benefícios comprovados do exercício
A prática de uma atividade física adequada promove a saúde física:
E promove, igualmente, a saúde psicológica:
Desporto na terceira idade: exercícios mais adequados
Ajustar os exercícios às capacidades e necessidades do indivíduo é indispensável, independentemente da idade. No caso de quem pratica desporto na terceira idade, há outros cuidados a ter, sobretudo se a atividade física não foi uma constante ao longo da vida.
Os exercícios devem ser realizados com regularidade e continuidade: 3 vezes por semana, 40 a 60 minutos por sessão.
Deve ser de cerca de 10 minutos, acompanhado de alongamentos, e realizado antes da atividade: pode fazer uma caminhada, subir e descer escadas, pedalar de forma moderada ou mesmo realizar atividades como a jardinagem. A dança é também uma forma de fazer esta aproximação à modalidade escolhida.
É a atividade física que pode começar a fazer já. Uma hora por dia é suficiente para diminuir os riscos de doenças cardiovasculares, melhorar a coordenação motora e dar início a uma alteração de hábitos de vida sedentários para outros mais saudáveis.
A natação é uma atividade com impacto reduzido nas articulações e permite uma maior amplitude de movimentos, estando indicada para tratar doenças como a artrite e osteoartrite. Trabalha ainda a circulação sanguínea e a respiração, ajudando na diminuição da falta de ar.
Ao correr 30 minutos por dia, cinco dias por semana, melhora a respiração e o equilíbrio. Neste caso, o aquecimento e os alongamentos são imprescindíveis, para que os músculos estejam preparados para a atividade física e se previnam lesões.
Não só trabalha o equilíbrio e a parte aeróbica, como fortalece os músculos das coxas, pernas e, especificamente, os gémeos – muito importantes para a autonomia do idoso. É preciso não esquecer o uso de capacete e luvas, para garantir a segurança do praticante.
Exercícios repetitivos e com pouco peso são os ideais para não danificar as articulações, mas ajudar na respiração e circulação sanguínea.
A flexibilidade e o equilíbrio são os principais benefícios destas práticas, além de que procuram igualmente a harmonia entre o aspeto físico e o mental. Ajudam no alívio das dores, fortalecem os músculos, aumentam a flexibilidade e diminuem o stresse.
Cuidados a ter para prevenir lesões ou outros problemas:
Fontes:
https://ankira.pt/blog/desporto-na-terceira-idade-beneficios-modalidades-e-cuidados-a-ter/
https://cuidarhoje.alcura.pt/a-importancia-do-desporto-para-os-idosos/
https://centro.cefad.pt/terceira-idade-exercicio-fisico/
https://kairosport.pt/wp-content/uploads/2024/02/Ficha-da-Formacao_Terceira-Idade.pdf
O que é uma arritmia cardíaca?
A arritmia é um batimento cardíaco anormal. Assim, as alterações do ritmo do batimento cardíaco designam-se por arritmias e podem manifestar-se por:
alterações da frequência com que se dá o batimento cardíaco: mais rápida ou mais lenta
alterações da regularidade com que o batimento cardíaco ocorre
Algumas arritmias são consideradas benignas, mas outras podem ser fatais e originar morte súbita.
Como se carateriza a morte súbita?
A morte súbita cardíaca é definida como sendo uma morte de causa natural, devida a uma doença cardíaca, caracterizada por uma perda súbita de consciência, e que ocorre dentro de uma hora após o início dos sintomas agudos.
Em Portugal, em média, cerca de 10 mil pessoas sofrem de morte súbita cardíaca anualmente. A prevalência desta situação é superior em faixas etárias mais elevadas, no entanto também pode afetar jovens com doença cardíaca não diagnosticada e assintomática. No geral, cerca de 20% das mortes ocorre de forma súbita e, aproximadamente, metade das mortes por doença cardiovascular são atribuídas a episódio de morte súbita.
Existem diferentes tipos de arritmias cardíacas?
Sim. A arritmia pode ser:
lenta
rápida: aquelas cujos batimentos são acima de 100 por minuto. Estas arritmias dividem-se em dois tipos, conforme o local onde têm origem:
arritmias supraventriculares: quando a sua origem é ao nível das aurículas
arritmias ventriculares: quando a origem é nos ventrículos
sinusal respiratória: este tipo de arritmias pode ocorrer na criança ou no jovem e é totalmente normal que ocorram
extrassístole: estas arritmias caracterizam-se por batimentos precoces que ocorrem mais cedo no ciclo cardíaco. São muito frequentes na população e, na grande maioria das vezes, são benignas
taquicardia sinusal: aquelas cujos batimentos são acima de 100 batimentos por minuto
taquicardia ventricular mantida: caracterizam-se por batimentos rápidos a nível dos ventrículos, e que pode culminar na fibrilhação ventricular, com paragem cardíaca ou morte súbita
fibrilhação auricular: é uma arritmia que se manifesta por batimentos cardíacos rápidos e irregulares. Nestes casos pode ocorrer uma espécie de “curto circuito” nas aurículas, que perdem a capacidade de contraírem normalmente. O coração em fibrilhação auricular não funciona de forma adequada, torna-se menos eficaz e apresenta o risco de formação de coágulos no seu interior. Estes coágulos podem libertar-se para a circulação sanguínea e dar origem a um Acidente Vascular Cerebral (AVC), a principal complicação desta arritmia
Quando ocorrem as arritmias cardíacas?
As arritmias, ou alterações do ritmo cardíaco, ocorrem quando os impulsos elétricos do coração que coordenam os batimentos cardíacos não são emitidos de forma adequada originando que o coração bata:
demasiado depressa
demasiado devagar
de um modo irregular
Quais os sintomas das arritmias?
Os sintomas possíveis das arritmias são:
aumento ou diminuição da frequência do batimento cardíaco
irregularidades do batimento cardíaco
palpitações
dor no peito
dificuldade na respiração
Quando as arritmias afetam a capacidade do coração para bombear sangue, podem causar:
enjoos
tonturas
desmaio
Qual é a causa das arritmias?
As arritmias podem ser de causa:
primária: originadas nas células cardíacas responsáveis pela condução do impulso elétrico, não existindo doença do músculo cardíaco, das artérias coronárias nem das válvulas cardíacas. Algumas destas arritmias podem ser de origem congénita/genética
secundária: têm origem numa doença do coração subjacente. Como exemplos são a doença coronária (enfarte do miocárdio agudo ou antigo), dilatação das cavidades cardíacas, doença valvular, alcoolismo, uso indevido de drogas, etc.
Quais os fatores de risco para desenvolver as arritmias?
Uma vez que muitas arritmias estão associadas à doença cardiovascular, os principais fatores de risco são:
colesterol elevado
tabagismo
diabetes
hipertensão arterial
sedentarismo
aterosclerose
Segundo os dados disponíveis, 55% da população portuguesa entre os 18 e os 79 anos apresenta dois ou mais fatores de risco.
Quais as principais complicações das arritmias?
A maior parte das arritmias não apresenta sintomas, e não interfere na capacidade cardíaca de bombear o sangue. Por isso, normalmente, implicam pouco ou nenhum risco, embora possam causar grande ansiedade se a pessoa tiver consciência da arritmia.
No entanto, qualquer arritmia que interfira na capacidade cardíaca de bombear o sangue deve ser considerada grave. O prognóstico depende, em parte, da origem da arritmia. Habitualmente, as arritmias iniciadas nos ventrículos são mais graves e podem resultar em morte súbita.
A fibrilhação auricular, pelo risco de formação de coágulos no interior do coração, pode causar AVC, pelo que deve ser medicada com anticoagulantes para prevenir os mesmos.
Como é feito o diagnóstico das arritmias?
A descrição dos sintomas permite ao médico, em muitos casos, realizar um diagnóstico preliminar e determinar a gravidade da arritmia. Contudo, é necessário a realização de exames específicos para determinar com exatidão a natureza e causa da arritmia. Os principais são:
eletrocardiograma (ECG): é o principal exame diagnóstico uma vez que fornece uma representação gráfica da produção de corrente elétrica a cada batimento do coração, durante o período da realização desse exame (menos de um minuto).
ECG portátil: é principalmente útil nas arritmias intermitentes uma vez que regista o ritmo cardíaco de forma contínua, durante 24 a 48 horas (Holter), ou quando a pessoa percebe uma anormalidade no ritmo cardíaco e ativa o aparelho (monitor de eventos). Posteriormente, o médico pode correlacionar os sintomas com o ritmo cardíaco naquele momento
Para detetar arritmias ainda mais raras, os médicos podem igualmente utilizar:
gravador de eventos implantável: trata-se de um pequeno dispositivo subcutâneo de gravação implantado na região subcutânea do tórax, junto ao esterno, podendo aí permanecer durante anos a transmitir informação
teste eletrofisiológico: consiste em cateteres com pequenos elétrodos nas extremidades que são inseridos pelas veias da perna, ou do pescoço, até ao seu coração sob anestesia local. Os elétrodos vão estimular o coração e vão monitorizar a resposta para analisar que tipo de arritmia está presente, em que parte do coração é originada e qual é o melhor tratamento para esta alteração
É possível prevenir as arritmias?
É possível prevenir as arritmias na medida em que a prevenção da doença cardiovascular reduz também a ocorrência da maioria das arritmias.
Qual é o tratamento das arritmias?
O tratamento vai depender do tipo e gravidade da arritmia. Em pessoas com uma arritmia inofensiva, o tratamento suficiente pode ser a confirmação de que a arritmia não tem gravidade. Evitar o consumo de álcool, cafeína e tabaco são medidas igualmente importantes.
Em geral os tratamentos dividem-se em:
medicamentos antiarrítmicos, para arritmias com frequência cardíaca rápida
estimulação do ritmo cardíaco (pacemaker), para arritmias com frequência cardíaca lenta. O pacemaker é um sistema de estimulação implantado sobre a pele abaixo da zona clavicular para controlar e promover os batimentos cardíacos
aplicação de choque elétrico, para arritmias com frequência cardíaca rápida, sob sedação/anestesia
ablação por cateter, aplicação de energia (radiofrequência ou crioenergia) no interior do coração, para terminar ou modificar a arritmia.
Fontes:
https://www.sns24.gov.pt/tema/doencas-do-coracao/arritmias-cardiacas/
O que é a diabetes ?
A diabetes é uma doença endócrina caraterizada por uma elevação dos níveis da glicose (açúcar) no sangue (glicemia). A glicemia pode ser medida através de análises ao sangue, variando os valores em cada momento e de acordo com os alimentos ingeridos. Os seus valores são habitualmente medidos em mg/dl. Na imagem estão representados os valores de hipoglicemia (glicose baixa), glicose normal que deve variar entre 70 e 100 mg/dl em jejum e glicose elevada (diabetes), acima de 126 mg/dl.
A glicose é a principal fonte de energia das células que compõem o nosso corpo, sendo, por isso, extremamente importante para o correto funcionamento do organismo. Alterações na glicose desencadeiam um conjunto vasto de problemas e que podem originar diversas complicações, conforme abordaremos ao longo deste artigo.
A diabetes tipo 2 é a forma mais frequente da doença. Na atualidade, e como consequência de estilos de vida pouco saudáveis, a diabetes mellitus tipo 2 é uma doença muito frequente, constituindo um grave problema de saúde pública. Veja mais informação em “tipos de diabetes” para melhor perceber as diferenças em cada uma das formas da doença.
Relação entre insulina e diabetes
A glicose para ser processada de forma normal necessita de uma hormona produzida pelo pâncreas – a insulina.
Quando existem deficiências na produção ou nos efeitos da insulina, a glicose não consegue entrar nas células e compromete o seu correto funcionamento. Quando tal acontece, aumenta também a quantidade de glicose no sangue, provocando assim a diabetes. Ou seja, a glicose presente no sangue aumenta dando origem ao aparecimento da diabetes se não existir insulina em quantidade suficiente ou se a insulina não atuar de forma correta. Por isto, é que pode haver a necessidade de administrar insulina em alguns casos de diabetes. Veja mais informação em “tratamento da diabetes”.
Tipos de diabetes
Entre os vários tipos de diabetes, podemos destacar:
Diabetes tipo 1
A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, isto é, o sistema imunitário (sistema de defesa) ataca e destrói as próprias células do pâncreas, onde a insulina é produzida. Assim, o pâncreas deixa de produzir a insulina corretamente.
Assim, nas pessoas com diabetes tipo 1 é necessário administrar insulina diariamente, sendo este tipo de doença, por vezes, denominada de diabetes insulino-dependente. Veja mais detalhes em “tratamento da diabetes”.
Diabetes tipo 2
A diabetes tipo 2 é a forma mais frequente da doença e ocorre quando o corpo se torna resistente à insulina produzida, provocando o aumento da glicose no sangue.
Ao contrário da diabetes tipo 1, o pâncreas continua a produzir insulina, contudo, as células não respondem de forma eficaz, ou seja, neste caso a glicose também não é processada normalmente, acumulando-se na corrente sanguínea.
Diabetes gestacional
A diabetes gestacional ocorre quando existe uma grande quantidade de glicose no sangue, durante a gravidez. O aumento da glicose no sangue ocorre devido à presença de hormonas produzidas na placenta que interferem com o funcionamento da insulina.
Este tipo de diabetes não ocorre em todas as mulheres e, geralmente, resolve-se de forma espontânea, após o parto. As mulheres com diabetes gestacional têm risco aumentado de no futuro desenvolverem diabetes tipo 2.
Pré-diabetes
A pré-diabetes ocorre quando os níveis de glucose no sangue são altos, mas não o suficiente para ser diagnosticado como diabetes tipo 2.
Estes doentes devem tomar diversas medidas preventivas, conforme abordaremos adiante, e necessitam de vigilância para que o diagnóstico de diabetes seja efetuado de forma atempada.
Diabetes infantil (em crianças)
Tal como acontece nos adultos, as crianças podem desenvolver diabetes tipo 1 (e mais raramente tipo 2), sendo, portanto, também importante controlar os níveis de “açúcar” no sangue nos mais jovens.
Diabetes tipo 1 em crianças - O tipo autoimune de diabetes começa frequentemente na infância. Um dos primeiros sintomas é o aumento da micção (vontade súbita de urinar) o que leva as crianças frequentemente a urinar na cama, devendo os pais estar atentos a este fenómeno e consultar o médico em caso de dúvidas.
Diabetes tipo 2 em crianças - A diabetes tipo 2 costumava ser rara em crianças, no entanto, atualmente, o aumento do número de casos de obesidade (excesso de peso) infantil levou, consequentemente, ao aumento significativo da diabetes tipo 2 em crianças.
Outros tipos de diabetes
Para além dos tipos de diabetes atrás descritos, existem outras formas da doença, se bem que pouco frequentes.
Estas formas de diabetes são provocadas por alterações ou defeitos nas células beta, alterações na ação da insulina, doenças do pâncreas como a pancreatite, endocrinopatias diversas, entre outros.
Causas da diabetes
As possíveis causas da diabetes diferem conforme o tipo de doença presente, a saber:
Causas na diabetes tipo 1
Sendo uma doença autoimune, ainda existem dúvidas em relação ao que pode causar este tipo de diabetes. No entanto, existe a possibilidade da diabetes tipo 1 ser causada por uma combinação entre fatores genéticos (hereditários) e ambientais, que ainda não foram, até ao momento, especificados.
Possíveis fatores de risco:
Genética: Como referido anteriormente, a hereditariedade é um possível fator de risco no tipo 1 da diabetes;
Idade: O risco de desenvolver este tipo de diabetes é maior em crianças e adolescentes.
Causas na diabetes tipo 2
A pré-diabetes e a diabetes tipo 2 são causadas por uma combinação entre fatores genéticos (hereditários) e um estilo de vida pouco saudável. A obesidade (excesso de peso), por exemplo, tem um papel extremamente relevante no surgimento de ambos os tipos da doença.
São fatores de risco neste tipo de diabetes:
Genética;
Obesidade;
Idade - O risco de desenvolver este tipo de diabetes é maior em pessoas acima dos 45 anos de idade;
Etnia - Existem certas etnias (Afro-americana, Hispânica, Asiática, etc.) que elevam o risco do desenvolvimento da pré-diabetes ou diabetes tipo 2;
Outros.
Causas na diabetes gestacional
Como mencionado anteriormente, a diabetes durante a gestação está relacionada com hormonas produzidas pela placenta, durante a gravidez, que interferem com os efeitos da insulina.
Possíveis fatores de risco
Genética;
Obesidade (excesso de peso);
Certas doenças - A síndrome de ovário poliquístico é um fator que pode elevar o risco do desenvolvimento da diabetes gestacional;
Outros.
Sinais e sintomas na diabetes
A diabetes pode, inicialmente, progredir de forma assintomática (sem causar sintomas), mas mesmo assim causando danos em diversos órgãos. Os sintomas iniciais podem ser muito ténues como um ligeiro cansaço, sendo habitualmente desvalorizados pelos doentes, levando a um diagnóstico mais tardio.
Com o evoluir da doença surgem diversos sinais e sintomas que estão presentes em qualquer um dos tipos de diabetes, a saber:
Fome e sede que pode ser extrema;
Fadiga (cansaço inexplicável);
Perda de peso;
Aumento da micção (vontade súbita de urinar);
Problemas de visão (ex: visão turva);
Dificuldade na cicatrização de feridas;
Etc.
Alguns sinais e sintomas frequentes nos homens:
Diminuição da libido (vontade em ter relações sexuais);
Disfunção erétil (impotência sexual);
Diminuição da força muscular;
Etc.
Alguns sinais e sintomas frequentes nas mulheres:
Infeções urinárias;
Infeções fúngicas;
Pele seca;
Etc.
Quando ocorre uma crise de hiperglicemia, ou seja, quando a glicemia está muito alta, podem surgir sintomas como tonturas, náuseas, sensação de desmaios, fraqueza generalizada, entre outros, podendo em alguns casos originar graves complicações e até ser fatal (risco de morte).
Diagnóstico da diabetes
O diagnóstico de diabetes é estabelecido com análises laboratoriais. Pode ser feito com base em 3 parâmetros diferentes, contudo, todos relacionados com os níveis de glicose no sangue.
Glicemia em jejum
A glicemia (valor de glicose no sangue) em jejum mede o nível de glicose no sangue após um jejum de 8 a 12 horas.
Prova de tolerância à glicose oral
Esta prova permite avaliar os níveis de glicose no sangue após a ingestão de um líquido com 75g de glicose.
Hemoglobina glicada / glicosilada ou HbA1c
Este exame permite a avaliação da média dos valores de glicose no sangue nos últimos 2 a 3 meses.
Complicações da diabetes
A acumulação de glicose no sangue, com níveis descontrolados, pode levar a várias complicações que se vão desenvolvendo gradualmente, a saber:
Doenças cardiovasculares como AVC (acidente vascular cerebral) ou enfarte de miocárdio (ataque cardíaco);
Doenças microvasculares, ou seja, doenças nos pequenos vasos sanguíneos como neuropatia, retinopatia diabética ou nefropatia diabética;
Pé diabético, isto é, complicações do pé relacionadas com a diabetes. Frequentemente causadas por doença arterial periférica - aterosclerose (acumulação de placas de gordura nos vasos sanguíneos), e/ou como referido anteriormente, neuropatia (degeneração de nervos);
Perda de visão (devida à retinopatia diabética);
Doenças hepáticas (do fígado)
Infeções bacterianas ou fúngicas;
Etc.
Saiba, aqui, tudo sobre retinopatia diabética.
Saiba, aqui, tudo sobre nefropatia diabética.
Saiba, aqui, tudo sobre pé diabético.
Podemos considerar a lista anterior como as complicações gerais da diabetes, no entanto, existem complicações específicas da diabetes gestacional, sendo esta geralmente temporária, ou seja, surge apenas durante a gravidez, a saber:
Parto prematuro;
Aumento do risco de desenvolvimento da diabetes tipo 2;
Aumento do peso do bebé, dificultando o parto;
Morte fetal;
Outras.
A diabetes, apesar de comum, quando não adequadamente controlada pode levar ao desenvolvimento das complicações acima referidas. Quando não controlada, o risco de morte está aumentado comparativamente à restante população.
A diabetes tem cura?
A diabetes tipo 1 é, até ao momento, uma doença incurável. A diabetes tipo 2 tem múltiplos mecanismos, por isso, o prognóstico é variável.
Na maioria dos casos é possível controlar de forma eficaz os níveis de glicose no sangue, melhorando assim a sintomatologia e complicações provocadas pela doença. Isto pode ser atingido através das opções terapêuticas disponíveis que são capazes de tratar eficazmente a diabetes, através do controlo da produção de insulina no pâncreas, permitindo assim o normal funcionamento do organismo.
É extremamente importante efetuar o diagnóstico e instituir o tratamento adequado e atempado de modo a melhorar o prognóstico da doença.
Tratamento da diabetes
Para um melhor prognóstico da doença deve-se optar pela conjugação de várias opções terapêuticas de modo a tratar eficazmente a doença.
O tratamento varia conforme o tipo de diabetes diagnosticado (tipo 1 ou tipo 2) e pode ser feito através de mudanças no estilo de vida, medicação e monitorização e vigilância.
A Endocrinologia é especialidade médica dedicada ao tratamento da diabetes e outras doenças endócrinas. O médico endocrinologista (especialista em endocrinologia), tendo por base a história clínica do doente e as características individuais, decide acerca do tipo de tratamento mais adequado a cada caso de forma individualizada.
Tratamento da diabetes tipo 1
O tratamento da diabetes tipo 1 visa controlar o nível de insulina no organismo através da administração diária de insulina. O ajuste das doses de insulina à quantidade de hidratos de carbono (açúcares) na alimentação é essencial para um bom controlo da diabetes tipo 1.
A monitorização diária dos níveis de glicose no sangue é também um fator importante no tratamento da diabetes tipo 1. Esta medição é feita através de um glicómetro ou de um monitor contínuo da glicose.
A administração de insulina pode ser efetuada através de injeções (o doente ou alguém injeta insulina de uma forma manual) ou através de bombas infusoras de insulina (dispositivos que permitem a administração de forma parcialmente automatizada de insulina).
Tratamento da diabetes tipo 2
O tratamento da diabetes tipo 2 é feito através da conjugação de mudanças no estilo de vida e de medicação.
As mudanças no estilo de vida visam, principalmente, controlar os níveis de glicose no sangue através de uma dieta adequada e da prática de exercício físico regular.
Existem várias opções medicamentosas para a diabetes tipo 2 que podem ser administradas dependendo do caso em questão. Cada um destes medicamentos (remédios) antidiabéticos têm funções diferentes que ajudam a tratar vários aspetos relacionados com a doença, a saber:
Metformina: Reduz a quantidade de glicose produzida pelo fígado;
Inibidores SGLT2: Eliminam glicose na urina e reduzem o risco de complicações renais e cardíacas.
Agonistas do recetor do GLP1: Aumentam a libertação de insulina, diminuem o apetite, reduzem o peso e reduzem o risco de complicações cardiovasculares.
Inibidores de DPP-4 (ou gliptinas): Aumentam a produção de insulina no pâncreas;
Sulfonilureias e meglitinidas: Aumentam diretamente a libertação de insulina pelo pâncreas;
Glitazonas ou Tiazolidinedionas: Ajudam o funcionamento da insulina, no transporte de glicose para o interior das células;
Insulina: Em alguns casos de diabetes tipo 2, o pâncreas pode também não produzir insulina suficiente sendo necessária a injeção de insulina;
Outros.
Tratamento da diabetes gestacional
O tratamento da diabetes gestacional pode também ser feito através da conjugação de mudanças no estilo de vida e medicação. Geralmente, é apenas necessário fazer uma dieta saudável, evitando alimentos com muitos hidratos de carbono e prática de exercício físico moderado, sempre seguindo o aconselhamento do médico endocrinologista.
Em casos mais graves, onde existe uma carência de insulina produzida pelo pâncreas, poderá ser necessária a injeção de insulina artificial.
É extremamente desaconselhável a utilização de “remédios caseiros ou naturais” com a promessa de controlo imediato da diabetes, sob pena de piorar a situação e descontrolar ainda mais os níveis de glicemia no sangue.
Como prevenir a diabetes?
A prevenção da diabetes é feita através da adoção de um estilo de vida saudável. Vários comportamentos ajudam a reduzir a probabilidade do desenvolvimento da doença, a saber:
Fazer uma dieta saudável – aumentar a ingestão de legumes, frutas, etc. Evitar alimentos com alto teor de gordura e açúcar;
Praticar exercício físico regularmente, aconselhando-se com o seu médico endocrinologista sobre práticas desportivas benéficas para o controlo da diabetes;
Manter um peso saudável;
Não fumar;
Etc.
A diabetes tipo 1 não pode ser prevenida, no entanto, as mesmas escolhas de estilo de vida devem ser adotadas para uma melhoria da qualidade de vida do doente.
Fontes:
https://www.saudebemestar.pt/pt/medicina/endocrinologia/diabetes/
https://www.youtube.com/watch?v=jOPsNvyatTk
https://www.youtube.com/watch?v=Txqe_CAD43c
https://www.youtube.com/watch?v=Ydu4NUNOFok
https://www.youtube.com/watch?v=nyvu2euX8tM
Esta denominação engloba um grupo de doenças caracterizadas por uma progressiva deterioração dos neurónios do sistema nervoso central com a missão de controlarem a atividade dos músculos.
Causas e tipos
A origem da deterioração dos neurónios motores ainda é desconhecida. À exceção de algumas variantes infantis (ver quadro), esta doença não costuma ser provocada por alterações hereditárias, ainda que, numa reduzida percentagem das formas adultas, as mais comuns na reduzida incidência da doença, pode afectar vários membros da mesma família. Podem existir vários factores precipitantes, como os traumatismos ou as infecções, mas nenhuma destas hipóteses foi confirmada, pelo que as causas da doença continuam por averiguar.
Sabe-se que a doença provoca, por motivos desconhecidos, um processo gradual de deterioração dos neurónios motores que controlam os movimentos musculares, tanto os corpos das células nervosas como também os axónios, que vão sendo destruídos até praticamente desaparecerem. Embora os neurónios motores do cérebro, tronco cerebral e medula espinal possam ser afectados em simultâneo, normalmente, apenas é afectada uma destas localizações. Na verdade, a doença apresenta três formas distintas: a atrofia muscular progressiva, a esclerose lateral amiotrófica e a paralisia bulbar progressiva.
Atrofia muscular progressiva
Esta forma da doença, a de melhor prognóstico e a de evolução mais lenta, é provocada por uma deterioração dos neurónios motores do corno anterior da substância cinzenta da medula espinal, cujos axónios estão encarregues da transmissão, através dos nervos periféricos, dos estímulos que controlam os movimentos dos músculos do esqueleto.
Devido a esta deterioração, os músculos inervados pelos nervos provenientes dos segmentos medulares afectados apresentam fasciculações e uma progressiva debilidade que, com o tempo, evolui até se tornar numa paralisia, provocando uma atrofia muscular.
As perturbações musculares apresentam-se simetricamente em ambos os lados do corpo. Na maioria dos casos, embora os primeiros músculos afectados costumem ser os das mãos, depressa são igualmente danificados os restantes grupos musculares dos membros superiores e, nas fases mais avançadas da doença, os dos membros
inferiores e os do tronco. Como a evolução da doença costuma ser lenta, durante alguns anos, apenas costumam ser afectados os músculos dos membros.
Esclerose lateral amiotrófica
É a forma mais frequente da doença do neurónio motor, sendo provocada por uma deterioração dos neurónios do corno anterior da medula espinal e dos feixes de fibras nervosas que conduzem os impulsos motores provenientes do córtex cerebral.
A doença pode surgir por volta dos 40 a 50 anos de idade, começando de forma pouco evidente e gradual, ao provocar uma debilidade e perda de força muscular. À medida que a doença vai evoluindo, vai originando uma progressiva atrofia muscular, que normalmente começa nas mãos para posteriormente se estender ao resto dos membros superiores e aos membros inferiores, de tal modo que ao fim de pouco tempo acaba por afectar os quatro membros. A eventual manifestação de fasciculações, cãibras, espasmos musculares e aumento da intensidade dos reflexos dá origem a problemas na locomoção e a uma série de alterações motoras, incluindo paralisias mais ou menos extensas, que progressivamente se vão tornando incapacitantes. Por outro lado, ao fim de um determinado tempo de evolução acaba por gerar, juntamente com a esclerose lateral amiotrófica, uma outra variante da doença - a paralisia bulbar progressiva -, com todas as suas temíveis consequências.
Paralisia bulbar progressiva
Esta forma da doença, que se costuma manifestar no decurso da esclerose lateral amiotrófica, é provocada por uma deterioração dos neurónios motores do tronco cerebral, que constituem os núcleos de vários pares cranianos e também das fibras que transmitem os impulsos nervosos do córtex cerebral até aos mesmos. Como a doença afecta o funcionamento de vários nervos cranianos, nomeadamente do nervo hipoglosso (par XII), que inerva a língua, do nervo trigémeo (par V), que controla os músculos da deglutição, e do nervo vago (par X), que inerva os músculos da faringe, da laringe, respiratórios e do coração, as consequências são bem distintas, pois provocam dificuldades em mastigar, na deglutição e na fonação, devido à progressiva atrofia da língua e de vários músculos do rosto. Também costumam surgir alterações da expressividade emocional, que provocam crises de choro e de riso sem um motivo que justifique as mesmas. Entre as múltiplas complicações que podem ser produzidas, é preciso destacar a paralisia dos músculos respiratórios.
Variantes infantis
A doença do neurónio motor, de origem hereditária, pode ser de vários tipos, afectando principalmente as crianças. A mais grave é a atrofia muscular espinal infantil progressiva, ou doença de Werdnig-Hoffmann, que normalmente se manifesta ao longo do primeiro ano de vida, tendo uma evolução de tal forma rápida que ao fim de poucos anos pode ter consequências fatais. Outra, neste caso de melhor prognóstico, é a atrofia muscular espinal crónica, ou doença de Kugelberg-Welander, que começa entre a infância e a adolescência, provocando uma progressiva debilidade, embora de evolução lenta, não costumando originar uma incapacidade relevante.
Tratamento e prognóstico
Atualmente, ainda não existe um tratamento que consiga travar o progressivo avanço da doença do neurónio motor, em nenhuma das suas variantes, pois costuma ser provocada por um processo de deterioração irreversível, cujos motivos ainda são desconhecidos. Por tudo isto, apenas é possível recorrer a tratamentos que proporcionem o alívio dos sintomas e à diminuição da incapacidade física, de modo a que o paciente mantenha a sua autonomia durante o maior período de tempo possível e para tentar evitar complicações agudas. A qualidade de vida do paciente
pode ser significativamente melhorada através do recurso à fisioterapia e à utilização de medicamentos que fortaleçam os músculos afectados e combatam os espasmos. Nas etapas finais, caso o paciente não consiga falar, engolir ou mexer-se, a situação pode tornar-se dramática e a assistência médica tem como principal objectivo aliviar o seu sofrimento. Embora o prognóstico da doença seja sempre grave, as suas consequências dependem da variante inicial da doença. Quando começa como atrofia muscular progressiva, normalmente, a doença tem uma evolução lenta, com uma sobre- vivência média entre 20 a 25 anos. As outras formas são muito mais graves e progridem rapidamente, de tal modo que a esclerose lateral amiotrófica costuma provocar a morte ao fim de 4 a 6 anos, enquanto que a paralisia bulbar progressiva apenas apresenta um índice máximo de sobrevivência de três anos.
Fontes:
https://www.lecturio.com/pt/concepts/lesoes-do-neuronio-motor-superior-e-inferior/
Segundo o Guinness, o homem mais velho do mundo atualmente é um britânico de 111 anos, após a morte, já neste mês, do venezuelano Juan Vicente Pérez Mora, de 114 anos.
As autoridades peruanas estão a reivindicar o recorde de pessoa mais velha do mundo do Guinness World Record para o peruano Marcelino Abad, que alegadamente terá 124 anos e nascido em 1900.
Segundo o Guinness, o homem mais velho do mundo atualmente é um britânico de 111 anos, após a morte, já neste mês, do venezuelano Juan Vicente Pérez Mora, de 114 anos.
As autoridades peruanas anunciaram que estão a ajudar Abad a inscrever-se no livro dos recordes, sendo que a verificação do recorde envolve uma análise minuciosa de documentos oficiais e de outras provas por parte de uma equipa de especialistas.
Desde 2019 que Abad recebe uma pensão do estado peruano, depois um muro do curral da quinta onde vivia lhe ter caído em cima. Esse acidente impediu o idoso de andar. Atualmente reside num lar de idosos na região central de Huanuco, uma cidade que fica a cerca de 400 quilómetros da capital Lima.
Segundo o governo do Peru, Abad desenvolveu um “estilo de vida saudável e de paz interior”, o que se reflete na sua saúde e na sua personalidade. “Isso permitiu que, com resiliência e habilidade, superasse 12 décadas de vida e no dia 5 de abril apagasse 124 velinhas”, indica o executivo, que o aponta como “símbolo de vitalidade”.
Porque é que o excesso de açúcar envelhece?
Precisamos de doses equilibradas deste nutriente para funcionar. Mas quando há excesso de açúcar, ele não se limita a engordar-nos: envelhece-nos mais depressa e afeta o desempenho do nosso cérebro. Os nossos especialistas explicam porquê.
Um sabor doce, agradável ao paladar. Assim descrevemos aquilo que sentimos quando provamos um alimento que contenha açúcar. Um sabor familiar desde muito cedo, por estar também presente no leite materno.
Como se explica no livro Açúcar, o Pior Inimigo (Vogais), quando o açúcar entra no nosso organismo, «os hidratos de carbono simples são rapidamente transformados em glicose (que passa diretamente dos intestinos para a corrente sanguínea, para serem usados sob a forma de energia rápida) e frutose». Esta, «para ser usada, em especial a nível do fígado, deve ser convertida em glicose, sendo que o excesso se transforma em gordura», descreve Daniela Seabra, nutricionista na Clínica Cristina Sales – Medicina Funcional Integrativa.
O nosso organismo precisa deste nutriente para produzir energia. O cérebro, por exemplo, é quase dependente de um fornecimento constante de glicose a partir da corrente sanguínea. Mas quando há excesso de açúcar, todo o organismo fica a perder.
As fontes de inflamação
Numa dieta dominada por alimentos processados, compostos maioritariamente por farinhas e açúcar refinados, o «corpo é sujeito a uma montanha-russa de glicose. Uma vez que as fibras foram retiradas destes produtos, o açúcar inerente a todos os hidratos de carbono entra literalmente à pressa na corrente sanguínea.
Quando o nível de açúcar no sangue atinge o seu pico, a maior parte do excesso é transportado para ser armazenado sob a forma de gordura abdominal. Enquanto isso acontece, o excesso de glicose circula pelo corpo, ligando-se às proteínas (glicação) e acumulando sorbitol nas células, fazendo com que estas inchem e comprimam os nervos», lê-se no livro Açúcar, o Pior Inimigo.
Ou seja, os nervos ficam inflamados. Segundo Daniela Seabra, «é a chamada inflamação de baixo grau. Cada vez que o organismo inicia um processo inflamatório, há libertação dos chamados mediadores. Trata-se de moléculas que têm a função de ativar o sistema imunitário. São como bombeiros que andam de um lado para o outro. Se eu vir passar uma ambulância, fico em alerta. O mesmo acontece com o organismo. Se há uma inflamação, os mediadores pró-inflamatórios são libertados e atuam sobre as células que têm recetores capazes de os “ouvir”, como as imunitárias. As restantes, ao detetarem uma situação de alerta, não vão funcionar tão bem».
O excesso de açúcar causa diabetes?
«A resposta a esta pergunta não é assim tão simples», revela a American Diabetes Association (ADA). Como esclarece este organismo, existem dois tipos de diabetes. «A tipo 1 é causada por fatores genéticos e outros ainda desconhecidos que acionam o aparecimento da doença. Já a diabetes tipo 2 é causada por fatores genéticos e pelo estilo de vida», sedentário e hipercalórico, que favorece a acumulação de quilos a mais.
A relação entre o açúcar e esta doença é indireta e ocorre por via dos quilos a mais. «Ter excesso de peso aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2, e uma dieta rica em calorias, a partir de qualquer fonte (açúcar ou gordura, por exemplo), contribui para o aumento de peso», explica a ADA. Além desta relação, refere a mesma fonte, existem «estudos que relacionam a ingestão de bebidas açucaradas à diabetes tipo 2».
Este organismo recomenda, por isso, como estratégia de prevenção desta doença, que se evite o consumo de bebidas doces. Entre elas, estão as energéticas, desportivas, bebidas de chá, entre outras, que «aumentam os níveis de açúcar no sangue e oferecem centenas de calorias numa só dose. Apenas 340 ml de refrigerante tem cerca de 150 calorias e 40 gramas de hidratos de carbono. A mesma quantidade de hidratos de carbono presente em dez colheres de chá de açúcar!». Este estimula o cérebro a libertar químicos do bem-estar: dopamina, serotonina e endorfinas. Por sua vez, tal faz com que se sinta mais vontade de ingerir mais açúcar, de modo a produzir maior quantidade destes químicos.
A relação com a doença de Alzheimer
Existem estudos que associam uma alimentação com excesso de açúcar a uma performance cognitiva menos eficaz. Tal levanta a possibilidade de haver uma associação entre este nutriente e o aparecimento de demências, como a doença de Alzheimer. «Sabemos que a ingestão de açúcar está associada à obesidade, diabetes e hipertensão. Por sua vez, estas estão relacionadas com diferentes tipos de condições cognitivas e síndromes demenciais. O açúcar pode, assim, ter um efeito indireto na doença de Alzheimer», explica Albino Oliveira-Maia, neurocientista responsável pela Unidade de Neuropsiquiatria do Centro Clínico Champalimaud.
Estudos realizados em animais sujeitos a uma dieta com excesso de açúcar «verificaram uma performance cognitiva mais pobre, aquando da realização de testes que tinham como objetivo perceber a capacidade das cobaias em “resolver ” problemas. Esse dado é sugestivo da possibilidade de existir uma relação mais direta, ou de algum tipo de toxicidade, entre o consumo de determinado tipo de açúcares e a função cognitiva e neuronal», acrescenta.
A ligação entre açúcar, diabetes e cancro
Suzanne DeLaMonte, investigadora neuropatologista da Alpert Medical School da Universidade de Brown, defende que, «em muitos aspetos, a doença de Alzheimer é uma forma neurológica de diabetes. Mesmo em estágios iniciais, a capacidade do cérebro para metabolizar o açúcar está reduzida».
No caso da diabetes tipo 2, «os elevados níveis de insulina podem danificar os pequenos vasos do cérebro e, eventualmente, favorecer uma má circulação sanguínea no cérebro. Isto explica, em parte, porque razão este tipo de diabetes danifica este órgão», escreve num artigo divulgado no site Doctor Oz. Nele, revela também que os diabéticos têm, pelo menos, o dobro da probabilidade de vir a sofrer de Alzheimer. A diabetes tipo 2 é também fator de risco para o aparecimento de cancro, afirmam os autores do livro Açúcar, o Pior Inimigo. Nos diabéticos, «o risco de vir a desenvolver cancro do fígado, do pâncreas e endométrio é duas vezes mais elevado». Já o «risco de cancro do colón, da mama e da bexiga é cerca de 1,2 a 1,5 vezes» superior.
Tal como as células normais, as células cancerígenas têm recetores de insulina, mas como crescem muito rapidamente e de forma descontrolada, têm «muito mais apetência por glicose», explica a nutricionista Daniela Seabra. Assim, «quando o nível do açúcar no sangue é elevado e há muita insulina a circular, as células do cancro recebem exatamente aquilo de que precisam para crescerem e se disseminarem», lê-se no livro.
O açúcar envelhece-nos?
Ao ingerirmos mais açúcar do que aquele que o nosso organismo necessita e vai gastar, estamos a envelhecer de forma precoce. Luís Romariz, médico especialista em medicina anti-envelhecimento, explica o processo (glicação): o açúcar, sob a forma de glicose ou frutose, «mantém-se nas células e carameliza, juntamente com as proteínas do nosso organismo, como a elastina, o colagénio e a hemoglobina. O colagénio e a elastina estão presentes na pele, nas artérias, nos músculos… Ou seja, todo o nosso corpo vai caramelizando, perdendo elasticidade e resistência. Envelhecendo, portanto».
Também a produção da hormona do crescimento fica comprometida e até os ossos não escapam ao impacto do excesso de açúcar. «Como a sua matriz proteica é caramelizada, o osso vai perder estrutura, elasticidade e a capacidade de absorver choques. Ou seja, fica menos forte e mais suscetível a fratura», acrescenta Luís Romariz. O coração também sofre quando há excesso de açúcar. «Ao afetar o colagénio, que também está presente nas artérias, a glicação pode conduzir à aterosclerose, abrindo portas ao enfarte do miocárdio e ao AVC», adianta.
Fontes:
https://mail.diabetes365.pt/saber/porque-e-que-o-excesso-de-acucar-envelhece/#
https://lifestyle.sapo.pt/saude/peso-e-nutricao/artigos/o-acucar-envelhece
https://media.rtp.pt/agoranos/artigos/acucar-veneno-do-seculo-xxi
Conheça os principais sinais de desidratação e saiba que estratégias adotar para garantir um aporte hídrico adequado.
A água é o maior constituinte do corpo humano, uma vez que grande parte da sua composição são fluidos. O corpo de um recém-nascido é constituído por aproximadamente 70% de fluidos.
No entanto, com o envelhecimento esta percentagem tem tendência a diminuir, chegando a cerca de 50% em idade avançada.
Importância da manutenção de um adequado estado de hidratação Independentemente da faixa etária.
A hidratação tem um papel fundamental na saúde, por desempenhar várias funções no organismo: a manutenção da temperatura corporal, o transporte de nutrientes para os diversos órgãos, a eliminação de substâncias tóxicas, a participação em reações enzimáticas, entre outras.
A desidratação é uma forma de malnutrição e ocorre quando há uma perda excessiva de fluidos corporais. Esta perda pode dever-se a situações de doença, exposição a temperaturas elevadas e/ou a um aporte hídrico insuficiente.
As causas mais frequentes de desidratação da população idosa são a diminuição da perceção de sede, défices cognitivos, incontinência urinária e/ou dificuldades na deglutição.
Recomendações de ingestão hídrica no idoso
A European Food Safety Authority (EFSA) recomenda uma ingestão hídrica diária de 2,0L/dia para as mulheres e 2,5L/dia para os homens. Em Portugal, de acordo com o Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física, no que diz respeito à população idosa, o género feminino atinge as recomendações da EFSA, enquanto que o género masculino ingere, em média, apenas 2,1L de água por dia.
Sinais de desidratação:
Sentir sede por si só já é um indício de desidratação. Além deste, saiba quais são os outros sinais a que deve estar atento:
Diminuição da produção de suor;
Boca seca;
Diminuição da produção de saliva;
Redução da elasticidade da pele;
Urina com cor e odor intensos.
Complicações da desidratação no idoso:
A desidratação está associada a várias complicações nos idosos, tais como:
Confusão/delírio;
Má cicatrização;
Alterações do trânsito intestinal, como obstipação;
Infeções do trato urinário.
Como aumentar o aporte hídrico no idoso?
Algumas estratégias para aumentar o aporte hídrico nos idosos incluem a ingestão de:
Águas aromatizada (por exemplo, com limão e hortelã, maçã e canela ou frutos vermelhos);
Água gelificada (bebida com textura em gel, para o caso de alterações na deglutição);
Sopas (têm mais de 85% de água e são ricas em fibra, vitaminas e minerais);
Frutas e sumos de fruta naturais, sem adição de açúcar;
Hortícolas;
Leite (tem 85% de água);
Infusões (por exemplo, de camomila, tília ou cidreira).
Fontes:
https://www.lusiadas.pt/blog/prevencao-estilo-vida/bem-estar/agua-estado-hidratacao-idoso
https://www.apn.org.pt/documentos/ebooks/Ebook_HidratacaoNoCiclodeVida_HidratacaoNaPessoaIdosa.pdf
https://sensicare.pt/blogs/curiosidades/a-importancia-da-hidratacao-dos-idosos
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/21444/1/T%C3%A2nia%20Daniela%20Peixoto%20Dias.pdf
Trata-se de uma plataforma dedicada a honrar a dignidade dos idosos e dos mais vulneráveis.
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